Cultura, educação e comunicação elaboram futuros possíveis nas periferias

Cultura, educação e comunicação elaboram futuros possíveis nas periferias

Ainda que toda a situação cotidiana nos levasse à desesperança em 2021, nas brechas encontramos possibilidades de existência. Sonhamos!

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Texto: Thiago Borges. Arte: Rafael Cristiano

“Eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer”. Esses versos da escritora Conceição Evaristo traduzem um outro aspecto de 2021: ainda que toda a situação cotidiana nos levasse à desesperança, nas brechas encontramos possibilidades de existência. 

Sem romantizar, porque continua difícil. Mas os grupos organizados nas periferias e favelas continuam apontando caminhos para nossa vida em sociedade, por meio da arte, da cultura, da educação, do trabalho… Resgatamos saberes ancestrais e vislumbramos um futuro sem racismo, machismo e LGBTQIA+fobia. 

E a comunicação tem papel fundamental nisso. 

Por aqui, na Periferia em Movimento, iniciamos a primeira edição do programa de residência Repórter da Quebrada, com a participação de jovens repórteres de periferia e uma equipe de especialistas em diferentes áreas de comunicação. O resultado dessas discussões e aprendizados ao longo do ano já se refletem em nossos conteúdos.

Também iniciamos o ciclo de Comunicação com Cuidado, debatendo linguagens opressoras em gênero, sexualidade, questões étnicorraciais e acessibilidade. Isso também influencia nas nossas práticas. E um passo que já demos nesse sentido é da adoção de linguagem neutra e impessoal em nossas produções.

Nós também marcamos presença em eventos universitários e em um Encontro Latinoamericano sobre Comunicação e Bem Viver. Anunciamos a Ajor – Associação de Jornalismo Digital. Distribuímos conteúdos em parcerias com rádios comunitárias tradicionais, como a Heliópolis FM e a Cantareira FM.

Demos um grande passo para tornar a informação mais acessível. Ao lado de Alma Preta, Desenrola e Não Me Enrola e Embarque no Direito, colocamos na rua o Território da Notícia, uma plataforma de distribuição de conteúdo jornalístico por meio de telas de sinalização digital instaladas em comércios de quebradas paulistanas. 

Em um período difícil de elaborar perspectivas de futuro, as periferias ousaram sonhar. Confira o que abordamos nesse sentido:

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