Texto: Thiago Borges. Arte: Rafael Cristiano
Saúde ou economia? O falso dilema era repetido como mantra por Jair Bolsonaro, que ocupa a cadeira de Presidente da República. Porém, com o avanço da pandemia 2021 adentro, comprovou-se que o atual governo não cuidou nem da saúde nem da economia.
Para além das mais de 600 mil mortes por covid-19, que geraram uma perda imensurável, vivemos uma crise econômica e social que tem origem na gestão política. São mais de 13 milhões de pessoas desempregadas, quase 20 milhões passando fome e mais da metade da população brasileira em situação de insegurança alimentar.
Os primeiros 3 meses do ano foram de incerteza para quem tinha o auxílio emergencial e só voltou a receber em abril, num valor muito menor e com número abaixo de pessoas contempladas. E esse auxílio também chegou ao fim em outubro, assim como o bem sucedido Bolsa Família. No lugar, Bolsonaro tenta colocar em circulação o Auxílio Brasil, um novo programa social com data para acabar: após as eleições de 2022.
Enquanto isso, o desemprego persiste, a inflação aumenta, a fome aperta e viver se torna cada vez mais caro. E nesses momentos, reforçamos a percepção de que só temos a nós. Diante da omissão de quem deveria garantir direitos, é a organização popular que ameniza o impacto da crise nas periferias e favelas – com doações e criação de soluções locais.
Em 2021, a Periferia em Movimento falou sobre isso. Relembre:
- Auxílio Brasil: Confuso, programa não garante “amanhã” de famílias vulneráveis e criminaliza pobreza
- Perdi o emprego – e o rumo também. O que faço agora?
- Negra, jovem e com 22 anos a menos de vida: A periferia paulistana, segundo o Mapa da Desigualdade
- SP: Com mais tempo pra se aposentar, Prefeitura quer mudar regras da previdência municipal (de novo)
- Sem aula, sem merenda: O impacto da pandemia na alimentação de crianças distantes da escola
- Um espectro ronda o Brasil: a fome
- “Ceasa da favela” democratiza comida sem veneno na periferia de SP
- Coleta de recicláveis aumenta na pandemia, mas não reflete em faturamento de cooperativa
- Na crise da pandemia, cozinha solidária alimenta famílias em quebrada de SP
- “Eu não vou passar perrengue!”: O cotidiano pandêmico de um artista de rua LGBTQIA+ na periferia de SP
- Pobreza e fome pressionam serviços de Assistência Social nas periferias
- Na pandemia, pequenos negócios são uma alternativa para mulheres periféricas
- Ocupação por moradia cria horta comunitária para combater a fome
- Moradores do Grajaú protestam contra mudança de Bom Prato para endereço a 5km de distância
- Auxílio emergencial: A humilhação por um direito
- Dose da vacina e de esperança: Os relatos de trabalhadoras imunizadas contra a covid-19
- “Greve pela vida”: Professores paralisados preveem adesão de trabalhadores de outras áreas
- Solidariedade na quebrada: “Quem faz o corre pela população LGBTQIA+ durante a pandemia?”
- Solidariedade na quebrada: “As ações de agora são frutos de uma rede que sempre existiu”
- Solidariedade na quebrada: “Se não fossem as campanhas, o número de vítimas seria muito maior”
- Cabeça e Estômago: Cotidiano de pessoas em situação de rua
- 23 novas perguntas sobre o impacto da pandemia nas periferias
- Do mercado ao gás, entenda por que tá tudo caro (e como mulheres periféricas lutaram contra isso nos anos 1970)
- Volta às aulas: Como ficam as merendeiras e auxiliares de limpeza?
- Sem auxílio emergencial, periferias enfrentam vírus no perrengue