8 de março: Dia Internacional da Mulher tem protestos e ações das periferias ao Centro de SP

8 de março: Dia Internacional da Mulher tem protestos e ações das periferias ao Centro de SP

Data tem mobilização na avenida Paulista e no Jardim Ângela, em que movimentos e organizações protestam diante de casos de feminicídio em alta. Iniciativas promovem atividades de escuta e visibilidade ao longo do mês. Saiba mais!

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Foto em destaque: ato feito em 2023 no metrô Capão Redondo / crédito: Aline Rodrigues

Nesta sexta-feira (8/3), celebra-se o Dia Internacional da Mulher, importante data que marca a luta por direitos. Como acontece anualmente, coletivos, movimentos e organizações sociais realizam atos em diferentes partes do mundo para apresentar suas pautas, como o fim do feminicídio e combate à violência de gênero, igualdade salarial, e representatividade política.

Na cidade de São Paulo, centrais sindicais e movimentos populares convocam uma manifestação na avenida Paulista, às 16h. O ato se concentra em frente ao MASP e depois segue em caminhada.

Da ponte pra cá, as ações têm início bem mais cedo. A partir das 8h da manhã de sexta, no Jardim Ângela (zona Sul), o Fórum em Defesa da Mulher inicia a “1ª Marcha Por Todas Nós: pela vida das mulheres, contra o feminicídio e a lesbitransfobia”.

Com concentração na rua Luíz Baldinato, o ato é realizado pela Sociedade Santos Mártires, a Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio, o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular – CDHEP Campo Limpo e equipamentos de assistência social da Prefeitura.

A marcha relembra o caso de Márcia da Silva Soares, 30 anos, mãe de dois filhos, moradora da região do Capão Redondo e vítima de feminicídio. Em 9 de janeiro deste ano, partes do corpo dela foram encontradas dentro de uma lixeira nas imediações do Terminal Capelinha. “O caso de Márcia teve pouca repercussão midiática. Será que a morte e o esquartejamento de uma mulher não merece a comoção popular?”, questiona a organização.

Escuta

Além de protestos, outras atividades também marcam mês das mulheres.

Ordalina Candido (foto: divulgação)

Ordalina Candido (foto: divulgação)

A partir desta quinta-feira (7/3) a Fábrica de Cultura Diadema inaugura exposição “Empoderamento em Cores”, da artista plástica, arte-educadora e empreendedora social Ordalina Candido, que vem transformando a cena cultural do município do ABC Paulista ao trabalhar a arte com ações de impacto social. A exposição fica em cartaz até 17 de abril e pode ser visitada na sala multiuso de terça a sábado, das 9h às 17h. Gratuito, na rua Vereador Gustavo Sonnewend Netto, 135 – Centro.

Nesta exposição, o público poderá mergulhar na diversidade de cores, traços e histórias que caracterizam a produção artística de Ordalina. A artista mantém seu ateliê aberto no Jardim Inamar, periferia de Diadema e onde mora, como uma forma de fortalecer a relação afetiva com a comunidade. Ela vem criando quadros utilizando como suporte, principalmente, tábuas de madeiras.

Já no Capão Redondo, o projeto Flor de Cacto inicia um grupo de escuta e acolhimento para mulheres periféricas com 18 anos ou mais no processo de luto e trauma. Os encontros quinzenais começam neste sábado (9/3) e seguem pelos próximos (23/3, 6 e 20/4, 11 e 18/5, 1, 15 e 29/6).

Os encontros são gratuitos e ocorrem CDHEP Campo Limpo, que fica na rua Luís da Fonseca Galvão, 180 – Parque Maria Helena (zona Sul de São Paulo – SP). Para mais informações, clique aqui ou envie um email para [email protected]

E na zona Leste, o Coletivo As Trapeiras promove uma série de oficinas de Teatro-Fórum para as frequentadoras de Serviços de Atendimento à Mulher buscando gerar protagonismo, fortalecimento e experiência artística com as mulheres participantes, compartilhando reflexões sobre o que é ser mulher.

As oficinas gratuitas acontecem às segundas-feiras de março de 2024, às 14 horas, na Casa Anastácia – rua Márcio Beck Machado, 106, Cidade Tiradentes. Nas quartas-feiras de março, no mesmo horário, na Casa Zizi – rua Teotônio de Oliveira, 101, Vila Ema; e às sextas-feiras de março, sempre às 14h, na Casa Viviane dos Santos – rua Cabo José Teixeira, 87 – Lajeado.

Violência de gênero

Segundo o Atlas da Violência 2023, realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve um aumento de 4,72% na taxa de mortes de femininos em lares brasileiros entre 2011 e 2021. Nesse contexto, as mulheres negras enfrentam um risco 1,8 vez maior.

Já o 17º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado no ano passado, aponta um recorde de 74.930 casos de estupros em 2022, (99% das vítimas são mulheres, sendo que 56,8% são negras majoritariamente com menos de 14 anos).

Outro levantamento, a  Pesquisa Nacional da Violência contra a Mulher, indica que quase um terço das mulheres brasileiras já sofreu algum tipo de violência doméstica ou familiar, e 74% acreditam que o problema  aumentou nos últimos 12 meses. Esses e outros dados, revelados pela 10ª edição do estudo, que é feito pelo Instituto DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV).

Em 2023, 61% das mulheres que sofreram violência não procuraram a autoridade policial para denunciar o crime, mostra a pesquisa.

“Como ter acesso à lei Maria da Penha? Ela protege mesmo as mulheres?”

Em âmbito local, levantamento divulgado nesta terça-feira (5/3) pela Rede Nossa São Paulo mostra que 2 a cada 3 mulheres já sofreram algum tipo de assédio na capital paulista – número que representa cerca de 3,4 milhões de pessoas.

O local em que elas percebem maior risco de serem assediadas continua sendo o transporte público (44%), seguido do ambiente de trabalho (29%) e ambiente familiar (13%).

Segundo a pesquisa realizada pelo Ipec, o aumento da pena dos agressores é a medida prioritária para combater o assédio e a violência contra a mulher para 49% das pessoas entrevistadas. A segunda medida mais mencionada é a ampliação dos serviços de proteção (37%).

A pesquisa aponta ainda que mulheres são totalmente responsáveis ou assumem a maior parte das tarefas domésticas em 41% dos lares de São Paulo.

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