Cadê o busão? Prefeitura de São Paulo reduz viagens de ônibus em 20% desde 2019

Cadê o busão? Prefeitura de São Paulo reduz viagens de ônibus em 20% desde 2019

Linhas nas periferias da cidade são as mais atingidas, segundo levantamento de organizações da sociedade civil. Zonas Leste e Norte são as mais impactadas. Campanha pressiona Ricardo Nunes

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Diversas organizações da sociedade civil, como o Idec, a Minha Sampa!, o SOS M’Boi Mirim, a Rede Nossa São Paulo, o Instituto Pólis e outras 13 entidades lançaram a campanha “Devolve nosso busão!” para denunciar que, entre 2019 e 2023, a Prefeitura de São Paulo reduziu em 20% o número de viagens realizadas por ônibus no sistema municipal de transporte. Houve também diminuição da frota de veículos em 16%, no mesmo período.

A afirmação tem como base os dados fornecidos pela própria SPTrans, via Lei de Acesso à Informação (LAI), referentes à frequência dos ônibus do sistema.

Todas as regiões registraram queda de viagens. Ou seja, é um problema que atinge a cidade toda, sendo: a Leste, em 21%; Norte, em 20%; Sul, em 18%; Centro, 16%; Sudeste, 16%; e Oeste, em 15%. E 40 linhas tiveram queda de mais de 50% das viagens, sendo que algumas das mais importantes impactadas em cada região foram:

A lista completa de linhas com as respectivas reduções de viagens está disponível aqui.

Segundo Annie Oviedo, analista de Mobilidade Urbana do Idec, a redução de viagens piora a qualidade do transporte na cidade e na vida das pessoas. “O tempo de espera dos usuários, que já não era pouco, aumenta, e os veículos ficam lotados. Isso faz com que a população deixe de usar o serviço, optando pelo transporte individual, como motos e carros. Essa troca amplia os congestionamentos e a poluição. Leva também ao encarecimento da tarifa do ônibus, pois menos passageiros significa perda de receita para as empresas, que buscam recompor seu orçamento com o aumento da passagem”, explica.

A medida também leva ao encarecimento da tarifa de ônibus, já que ter menos pessoas rodando a catraca deve gerar perda de receita das empresas, que buscam recompor o orçamento com o aumento da passagem.

Segundo a plataforma Minha Sampa!, as periferias são as regiões mais atingidas. Em manifestação recente, a Prefeitura afirmou que, após a pandemia, houve uma redução do número de pessoas que usam o sistema e, portanto, a oferta de viagens foi diminuída para readequar o serviço.

Para as organizações realizadoras da campanha, a resposta da Prefeitura não tem fundamento, pois a demora e lotação dos ônibus têm sido discutidas no Conselho Municipal de Transportes desde a retomada das atividades pós-pandemia, e a SPTrans não está demonstrando atenção ao tema.

Com o objetivo de pressionar a Prefeitura a restabelecer a frequência que o transporte público de São Paulo tinha antes da pandemia, as organizações criaram a campanha https://devolvenossobusao.org/. A ideia é conscientizar as pessoas sobre essa situação, que viola direitos fundamentais da população. Para participar, basta preencher o formulário que existe na página e uma carta de protesto será enviada diretamente ao prefeito Ricardo Nunes.

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