Em parceria com A Bordar Espaço Terapêutico
No Brasil, a taxa de feminicídio é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados Organização Mundial da Saúde (OMS). Localizado no Extremo Sul da capital paulista, o Grajaú é o 2° distrito que mais recebe denúncias de violências contra a mulher, de acordo com levantamento da Rede Nossa São Paulo de 2018.
E é nesse território que o Grupo de Ex-Tudo de Saúde Periférica, idealizado pelo A Bordar Espaço Terapêutico, realizou uma intervenção na rua para refletir sobre esses fatos que marcam o Dia Internacional de Luta das Mulheres.Confira o registro feito em parceria com a Periferia em Movimento:
Reações
Moradora do Jardim Guanhembu, Sabrina Freitas é integrante do Grupo de Ex-Tudo e falou das impressões que teve da intervenção realizada ao lado da estação da CPTM Primavera-Interlagos. “Muitas mulheres leram as informações. Algumas não quiseram participar, mas os depoimentos que a gente colheu foram bem interessantes. Eu me emocionei em alguns momentos e achei que deu para ter uma visão geral de como as mulheres se sentem, mas também como os homens se sentem quando são confrontados”, lamenta Sabrina. A reação dos homens também foi observada por Daniel Santana, do Coletivo MT, que como integrante do Grupo também participou da ação. “Muitos vinham com uma piadinha que, ao invés de fortalecer esse ato de conscientização, fortalecia muito o oposto. O lado machista, o lado violento, o lado opressor” Durante toda a intervenção foi possível presenciar ainda homens que puxaram suas companheiras pelas mãos para não pararem para ler o que estava no varal por alguma razão.E essa foi uma mobilização somada a muitas feitas para marcar o mês em que se fala muito dos direitos das mulheres e é ainda preciso lembrar que o Dia Internacional de Luta das Mulheres é para reforçar a necessidade de seguir resistindo e lutando por todas. “Foi importante perceber o quanto ouvir outras mulheres falando das suas sensações diante de muitas violências é também parte de um processo de fortalecimento dessa rede”, avalia Lídia Sena, do A Bordar Espaço Terapêutico. E ela conclui que “foi rebuliço também dentro de mim. A vontade do grito, da explosão, a raiva, a agonia que sentimos todo dia por ser mulher numa sociedade assassina ficou firmada, mas não para me aquietar no canto e sim impulsionar e recordar que estou também A Bordar caminho de levante”.
Redação PEM
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