Em toda cidade, 12 ônibus equipados com um acervo de 1.000 livros infanto-juvenis e adultos, além de jornais e revistas, percorrem os extremos paulistanos

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Gente observando da janela, em cima da laje, da mesa do bar, ou enquanto passa pela rua. Na última quinta-feira (29 de agosto), o Sarau Poético chamou a atenção dos moradores do Jardim Olinda, na zona sul de São Paulo. 

Realizado em uma praça, o sarau integra o roteiro do Ônibus Biblioteca, um projeto da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo com o objetivo de tornar a literatura acessível à população em lugares onde não há bibliotecas físicas. 

Em toda cidade, 12 ônibus equipados com um acervo de 1.000 livros infanto-juvenis e adultos de diversos gêneros, além de jornais e revistas, percorrem os extremos paulistanos. Os moradores podem pegar exemplares emprestados e devolver ou renovar na semana seguinte, quando o ônibus faz uma nova parada.

Cada ônibus cumpre seis roteiros diferentes por semana, de terça a domingo, das 10hs às 16hs. E geralmente vêm acompanhados de alguma atração cultural.

Incluído na programação do 3º Encontro Estéticas das Periferias, um dos Ônibus Biblioteca circulou pela zona sul com o Sarau Poético.

“No início dos anos 90, eu já fazia atividades na rua mas depois parei. Fiquei muito feliz com a possibilidade de fazer poesia na rua”, diz Maria Vilani, professora e fundadora do Centro de Arte e Promoção Social (Caps) do Grajaú, além de ser uma das três integrantes do sarau criado em 2012 na mesma região. “Quem tem alguma coisa a acrescenter, tem que levar aonde o povo está”.

“Qualquer projeto que leve a leitura para a sociedade é de grande relevância, por conta da construção de uma sociedade mais crítica”, aponta Adenildo Lima, outro membro do sarau.

Além da poesia, as apresentações do Sarau Poético também contam com música – a cargo de Diego Muñoz. “As artes são valores agregados, uma dialoga com a outra”, conclui.

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Histórico

Segundo a Prefeitura de São Paulo, o primeiro ônibus surgiu há mais de 70 anos, quando o escritor e primeiro diretor do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo, Mário de Andrade, justificou ao então Prefeito Fábio Prado a necessidade de viabilizar o projeto de implantação de uma unidade móvel para levar livros à população: a Biblioteca Circulante.

A Ford construiu e doou um modelo de caminhonete-biblioteca que passou a visitar periodicamente lugares como o Largo da Concórdia, Jardim da Luz e a Praça da República, proporcionando aos frequentadores o contato com os livros. Este serviço foi interrompido em 1942 devido à necessidade de racionamento de combustível na II Guerra Mundial.

Em 1979, por meio de convênio com o Instituto Nacional do Livro, o serviço foi retomado com uma perua Kombi adaptada. Em novembro de 2008 o projeto tomou um novo fôlego com a doação de veículos feita pela Secretaria Municipal dos Transportes (SPTRANS) e quatro novos veículos de cor amarela, com uma fotografia do primeiro carro-biblioteca estampado no vidro traseiro, passaram a circular na cidade de São Paulo. Além da caracterização dos novos veículos, foi contratada a Liga Brasileira de Editoras (LIBRE) para fornecer motoristas e uma programação mensal de encontro com autores. 

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