Em ato inédito, pessoas transmasculinas marcham por visibilidade e reivindicam direitos

Em ato inédito, pessoas transmasculinas marcham por visibilidade e reivindicam direitos

Organizada pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT), 1ª Marcha Transmasculina do País acontece domingo (3/3), na avenida Paulista

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A 1ª Marcha Transmasculina de São Paulo e da história do Brasil acontecerá na avenida Paulista, no próximo domingo (3/3), às 14h. Idealizado pelo Instituto Brasileiro De Transmasculinidades – Núcleo São Paulo (IBRAT-SP), conjuntamente com uma rede voluntária, o evento representa um marco inédito na luta do movimento transmasculino do País, que pela primeira vez estará reunido em um grande ato de celebração e reivindicação por direitos. Saiba mais aqui. “Homens trans e pessoas transmasculinas existem no passado, no presente e no futuro” é o tema da edição de 2024. Não é de hoje que pessoas transmasculinas enfrentam desafios significativos que afetam sua qualidade de vida, acesso a direitos básicos e participação plena na sociedade em nível municipal, estadual e federal.
“Vamos ocupar as ruas por visibilidade, resgate da memória, respeito e sobretudo para reivindicar nosso direito à vida com dignidade. Em todos os anos eleitorais as nossas pautas são vistas como moeda de troca ou irrelevantes, seguidas de declarações reducionistas como ‘não é hora de falar de pautas identitárias’. Ao ouvir comentários como esse imediatamente entendo que ainda não fomos vistos como pessoas, apenas como uma condição ainda sem direito à humanidade”, comenta Kyem Ferreiro, coordenador do IBRAT-SP e um dos idealizadores da Marcha. No dia do ato, o IBRAT-SP também lançará uma Carta de Compromisso com o Movimento Transmasculino a ser entregue às candidaturas que devem concorrer ao pleito nas eleições deste ano para que possam se comprometer e garantir compromisso com as pautas transmasculinas em âmbito local e nacional.
“Pessoas transmasculinas sentem uma solidão ininterrupta em uma sociedade cis, e isso impacta diretamente na nossa saúde mental. A construção da marcha vai além da urgência de grito por direitos e visibilidade, mas também da necessidade de criarmos um senso maior de coletividade entre as transmasculinidades. Pensamos a Marcha para ser um espaço para nos vermos no outro e nos fortalecermos para as batalhas diárias que nos são intrínsecas. Marchar juntos para não perdermos mais ninguém. Marchar juntos para melhorarmos nosso presente e futuro”, afirma Ravi Spreizner, vice-coordenador do IBRAT-SP e um dos idealizadores da Marcha.
Foi pensando nisso que o IBRAT-SP promoveu duas ações para a realização do ato: um financiamento coletivo para viabilização de recursos para a Marcha e a convocação de uma assembleia popular, realizada em 18 de fevereiro, na Casa de Acolhimento João Nery (SP). Nesta última, estiveram presentes 49 pessoas, contando com a organização, com uma maioria expressiva de pessoas transmasculinas. A partir da assembleia foram criadas diversas comissões em que a rede voluntária está construindo de forma colaborativa as ações de comunicação, cultura, segurança, agitação e outras mobilizações para o evento. “Assembleia popular não é algo novo na luta política, mas é para o movimento transmasculino. Isso nunca tinha acontecido antes dessa forma. Um dos meus anseios é que isso seja uma semente para que possamos aumentar o engajamento de pessoas transmasculinas na política em geral. Precisamos de mais pessoas como nós sendo referência e atuando como vetores de mudança. Cada um de nós somos potenciais transformadores dos rumos da história”, comenta Spreizner.
“Somos parte do povo e nossas demandas também são sobre teto, terra, educação, saúde, segurança alimentar, emprego, direitos trabalhistas, etc. Nossas demandas não se limitam a discussões sobre uso do banheiro, pois assim como a sociedade em geral precisa de muito mais do que está posto para ter uma vida digna, nós também precisamos. Veja bem, o Brasil lidera a 15 anos o ranking mundial de violência contra população trans e mesmo nessas condições desumanizantes as nossas vidas e nossas pautas não são urgentes? Não estamos alheios às reivindicações para que o Estado priorize e dê conta das necessidades do seu povo. Por isso vamos às ruas, nós não recuaremos. Nós marcharemos. Nós lutaremos. E é só começo”, reitera Kyem Ferreiro.
A concentração do evento acontecerá em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), a partir das 14h, e percorrerá até a Praça Dom José Gaspar. A 1a Marcha Transmasculina também contará com apresentações artísticas, oficinas, além de ações sobre saúde sexual com agentes de prevenção. Ao final do ato, haverá shows protagonizados por artistas transmaculinos.

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A 1ª Marcha Transmasculina de São Paulo e da história do Brasil acontecerá na avenida Paulista, no próximo domingo (3/3), às 14h. Idealizado pelo Instituto Brasileiro De Transmasculinidades – Núcleo São Paulo (IBRAT-SP), conjuntamente com uma rede voluntária, o evento representa um marco inédito na luta do movimento transmasculino do País, que pela primeira vez estará reunido em um grande ato de celebração e reivindicação por direitos. Saiba mais aqui. “Homens trans e pessoas transmasculinas existem no passado, no presente e no futuro” é o tema da edição de 2024. Não é de hoje que pessoas transmasculinas enfrentam desafios significativos que afetam sua qualidade de vida, acesso a direitos básicos e participação plena na sociedade em nível municipal, estadual e federal.
“Vamos ocupar as ruas por visibilidade, resgate da memória, respeito e sobretudo para reivindicar nosso direito à vida com dignidade. Em todos os anos eleitorais as nossas pautas são vistas como moeda de troca ou irrelevantes, seguidas de declarações reducionistas como ‘não é hora de falar de pautas identitárias’. Ao ouvir comentários como esse imediatamente entendo que ainda não fomos vistos como pessoas, apenas como uma condição ainda sem direito à humanidade”, comenta Kyem Ferreiro, coordenador do IBRAT-SP e um dos idealizadores da Marcha. No dia do ato, o IBRAT-SP também lançará uma Carta de Compromisso com o Movimento Transmasculino a ser entregue às candidaturas que devem concorrer ao pleito nas eleições deste ano para que possam se comprometer e garantir compromisso com as pautas transmasculinas em âmbito local e nacional.
“Pessoas transmasculinas sentem uma solidão ininterrupta em uma sociedade cis, e isso impacta diretamente na nossa saúde mental. A construção da marcha vai além da urgência de grito por direitos e visibilidade, mas também da necessidade de criarmos um senso maior de coletividade entre as transmasculinidades. Pensamos a Marcha para ser um espaço para nos vermos no outro e nos fortalecermos para as batalhas diárias que nos são intrínsecas. Marchar juntos para não perdermos mais ninguém. Marchar juntos para melhorarmos nosso presente e futuro”, afirma Ravi Spreizner, vice-coordenador do IBRAT-SP e um dos idealizadores da Marcha.
Foi pensando nisso que o IBRAT-SP promoveu duas ações para a realização do ato: um financiamento coletivo para viabilização de recursos para a Marcha e a convocação de uma assembleia popular, realizada em 18 de fevereiro, na Casa de Acolhimento João Nery (SP). Nesta última, estiveram presentes 49 pessoas, contando com a organização, com uma maioria expressiva de pessoas transmasculinas. A partir da assembleia foram criadas diversas comissões em que a rede voluntária está construindo de forma colaborativa as ações de comunicação, cultura, segurança, agitação e outras mobilizações para o evento. “Assembleia popular não é algo novo na luta política, mas é para o movimento transmasculino. Isso nunca tinha acontecido antes dessa forma. Um dos meus anseios é que isso seja uma semente para que possamos aumentar o engajamento de pessoas transmasculinas na política em geral. Precisamos de mais pessoas como nós sendo referência e atuando como vetores de mudança. Cada um de nós somos potenciais transformadores dos rumos da história”, comenta Spreizner.
“Somos parte do povo e nossas demandas também são sobre teto, terra, educação, saúde, segurança alimentar, emprego, direitos trabalhistas, etc. Nossas demandas não se limitam a discussões sobre uso do banheiro, pois assim como a sociedade em geral precisa de muito mais do que está posto para ter uma vida digna, nós também precisamos. Veja bem, o Brasil lidera a 15 anos o ranking mundial de violência contra população trans e mesmo nessas condições desumanizantes as nossas vidas e nossas pautas não são urgentes? Não estamos alheios às reivindicações para que o Estado priorize e dê conta das necessidades do seu povo. Por isso vamos às ruas, nós não recuaremos. Nós marcharemos. Nós lutaremos. E é só começo”, reitera Kyem Ferreiro.
A concentração do evento acontecerá em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), a partir das 14h, e percorrerá até a Praça Dom José Gaspar. A 1a Marcha Transmasculina também contará com apresentações artísticas, oficinas, além de ações sobre saúde sexual com agentes de prevenção. Ao final do ato, haverá shows protagonizados por artistas transmaculinos.

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