7 de setembro: Em defesa da água e alimentos saudáveis, movimentos convocam população para “Grito dos Excluídos”

7 de setembro: Em defesa da água e alimentos saudáveis, movimentos convocam população para “Grito dos Excluídos”

Manifestação acontece pela 29ª vez no dia da Independência do Brasil, com atos em 25 estados. Na cidade de São Paulo, ação ocorre a partir das 9h, na avenida Paulista

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Diversos movimentos sociais e entidades populares convocam a população para participar nesta quinta-feira (7/9), da 29ª edição do Grito dos Excluídos. Neste ano, a mobilização tem como lema “Vida em Primeiro Lugar: Você tem fome e sede de quê?”, propondo reflexões e ações em busca de alternativas para o acesso a alimentos saudáveis e à água.

Relatório divulgado em julho pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) confirmou a piora dos indicadores de fome e insegurança alimentar no Brasil no ano passado. Segundo a FAO, em 2022, 70,3 milhões de pessoas estiveram em estado de insegurança alimentar moderada, que é quando têm dificuldade para se alimentar. O levantamento também mostra que 21,1 milhões de pessoas no país passaram por insegurança alimentar grave, caracterizada por estado de fome.

“É hora de reafirmamos que somos contra a esse capitalismo perversos que tanto destrói o meio ambiente com crimes ambientais irreparáveis. Nossas pautas e bandeiras estarão estampadas nas ruas em mais um dia de luta por justiça social. Somos contra também as privatizações de empresas públicas de serviços essenciais como a Sabesp, Metrô E CPTM. Gritaremos por um País mais justo, fraterno e solidário”, aponta o advogado Benedito Roberto Barbosa, o Dito, coordenador da CMP em São Paulo.

Dito, da CMP

Dito destaca que, no Brasil, mais de 23 milhões de pessoas ainda estão sobrevivendo em absoluta pobreza, com renda mensal de apenas R$ 233. Há ainda milhões de pessoas desempregadas e mais de 40 milhões estão na informalidade.

O ato na capital acontece a partir das 9h, com concentração na praça Oswaldo Cruz, extremidade da avenida Paulista. Entre os movimentos participantes, estão Central de Movimentos Populares, Movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB), União dos Movimentos de Moradia (UMM), Frente de Luta por Moradia (FLM), Marcha Mundial das Mulheres, Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), Movimento Brasil Popular, Levante Popular da Juventude, Movimento Vermelho para Lutar e Fórum dos Ambulantes.

Movimentos também vão pedir a prisão do ex-presidente da República Jair Bolsonaro após o negacionismo de seu governo, que resultou na morte de mais de 700 mil pessoas na pandemia da covid-19, além do genocídio indígena, crimes ambientais e ataques constantes à democracia – com tentativa de fraude no processo eleitoral brasileiro e atos golpistas aos prédios dos Três Poderes.

O Grito dos Excluídos também denunciará os desmontes das políticas na educação no Estado de São Paulo, a crescente onda de ódio contra população negra, mulheres e pessoas LGBTQIA+. Os manifestantes vão exigir ainda o fim da criminalização dos movimentos sociais e da violência contra ativistas de direitos humanos.

A primeira edição do Grito dos Excluídos foi às ruas em 1995. A proposta surgiu a partir de atividades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com inspiração no tema da Campanha da Fraternidade daquele ano: “Fraternidade e Excluídos”.

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