Boulos: Da enchente ao apagão, Prefeitura de SP deve adaptar cidade à crise climática

Boulos: Da enchente ao apagão, Prefeitura de SP deve adaptar cidade à crise climática

Pré-candidato a prefeito pelo PSOL nas eleições de 2024, líder do MTST diz que administração municipal deve regularizar moradias, ampliar agricultura familiar e diminuir deslocamentos

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Ventos de 100 quilômetros por hora derrubaram árvores e destruíram fiações, deixando mais de 2 milhões de pessoas sem energia elétrica. O recente temporal em São Paulo é um exemplo de como eventos climáticos extremos já estão impactando a vida da população  expôs a lentidão do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para lidar com o problema. Para Guilherme Boulos, o poder público tem o dever de responder e se antecipar a essas situações.

“Com as mudanças climáticas que estão acontecendo no mundo, esse tipo de evento vai se tornar cada vez mais frequente lamentavelmente, e o nosso papel é justamente discutir como fazer cidades mais resilientes”, diz o deputado federal.

Pré-candidato do PSOL à Prefeitura paulistana nas eleições municipais de 2024, na sexta-feira (10/11) Boulos participou de um encontro com lideranças comunitárias e integrantes de movimentos sociais no Jardim das Imbuias (Extremo Sul de São Paulo) e conversou com veículos de comunicação da região, incluindo a Periferia em Movimento.

“Agora, foi o problema da luz. Vamos esperar mês que vem ou daqui a 2 meses [no verão], pra ver o que vai acontecer com as chuvas na cidade. Vão dizer: ‘Ah, é uma tragédia’. Mas é uma tragédia anunciada”, completa.

Em dias de chuva, tudo pode mudar no Panelafro

Para Boulos, há uma série de medidas que podem ser tomadas para enfrentar a crise climática no âmbito municipal. Uma delas diz respeito ao uso de tecnologias sustentáveis para absorção da chuva – segundo o político, mais de 50% da superfície da cidade é impermeável atualmente. A criação de parques lineares em margens de córregos que não saíram do papel e de piscinões, cuja atual gestão entregou apenas 3 de 10 prometidos, também podem colaborar com a mitigação do impacto.

Outra medida seria ampliar a frota de ônibus elétricos na cidade, contribuindo para redução da emissão de carbono na atmosfera. Com 12 mil veículos rodando nas ruas paulistanas, a atual gestão da Prefeitura prometeu eletrificar 2 mil carros, mas em 2023 entregou apenas 50 segundo Boulos.

“Mas uma cidade mais sustentável é, acima de tudo, uma cidade que reduz distâncias”, completa o pré-candidato, que defende aproximar locais de trabalho e de moradia para diminuir os deslocamentos. Nesse sentido, o Extremo Sul da capital apresenta possibilidades.

“Nós temos uma janela de oportunidade nesta região. Ela tá relacionada a nós termos um grau de preservação maior do que a maioria da cidade; está relacionada ao potencial turístico e ecoturístico em torno da Represa do Guarapiranga; e está relacionada ao cinturão de agricultura familiar na região de Parelheiros e Marsilac”, nota Boulos.

Para ele, a Prefeitura pode estimular o aumento da participação de alimentos da agricultura familiar na merenda escolar, fomentando a produção local. E, ao mesmo, pode fortalecer iniciativas de ecoturismo nas áreas de preservação ambiental para gerar lazer, trabalho e renda.

Moradia

Jardim Prainha, ao fundo, margeado pela represa Billings

Oriundo do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o parlamentar chama atenção para as políticas habitacionais como outro ponto para frear os impactos ambientais.

Ele reforça que a Prefeitura deve iniciar 2024 com um orçamento de R$ 110 bilhões e que a cidade tem R$ 30 bilhões em caixa, enquanto vive desafios como pessoas em situação de fome e a crescente população de rua.

Segundo Boulos, a gestão Nunes executou apenas 14% da verba prevista para habitação no último ano e não enviou propostas para solicitar recursos federais do Novo PAC. Para o psolista, isso impacta diretamente na realidade de cerca de 2 milhões de pessoas que vivem em áreas de mananciais das represas Billings e Guarapiranga.

Boulos diz que é preciso acelerar os processos de avaliação de impacto ambiental no município para viabilizar a regularização de imóveis, com saneamento básico, e realocação de moradias quando for o caso.

“Nós temos um problema crônico, tá? Há casos de área de risco e da beirinha das represas que estão levando à contaminação [dos mananciais], e que você tem que pensar políticas de realocação, mas tem que ser ‘chave por chave’, que é você tirar uma família de uma região e dá um outro lugar para pessoa”, diz ele.

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