Boatos de ataques a escolas: Saiba o que fazer diante de mensagens ameaçadoras

Boatos de ataques a escolas: Saiba o que fazer diante de mensagens ameaçadoras

Na dúvida se a informação é verdadeira ou falsa, não espalhe. Indicamos como denunciar a autoridades diante de suspeitas!

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Milhares de áudios, vídeos e prints de mensagens têm circulado nos últimos dias pelas redes sociais, especialmente whatsapp e tiktok, com ameaças de ataques a escolas e relatos de flagras de estudantes com facas. Mesmo sem a confirmação da veracidade das informações, isso é suficiente para alarmar crianças, adolescentes e suas famílias, além de profissionais de educação.

Afinal, o que é possível fazer diante disso? Na dúvida se a informação é verdadeira ou falsa, não espalhe. O certo a fazer é comunicar a ameaça à direção da escola e às autoridades.

Nesta semana, o Ministério da Justiça do governo federal lançou a plataforma Escola Segura. O canal permite que sejam feitas denúncias anônimas sobre essas ameaças, que são encaminhadas a um grupo de 50 policiais para investigação dos casos. Para isso, é necessário inserir o maior número de informações possível. Clique para acessar: https://www.gov.br/mj/pt-br/escolasegura.

Confira outras medidas ao longo do texto.

Efeito contágio

O alerta foi ligado depois do acontecimento de 2 casos em um curto espaço de tempo.

Em 27 de março, um adolescente invadiu uma escola estadual na Vila Sônia (zona Oeste de São Paulo) e matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos. E na semana passada, no dia 5 de abril, um homem entrou em uma creche de Blumenau (SC) e promoveu um ataque que deixou 4 crianças mortas. Além disso, uma série de tentativas de ataques foram impedidas ou não resultaram em vítimas fatais.

As mensagens que circulam agora falam da realização de novos ataques até o dia 20 de abril, em que completam-se 24 anos do massacre de Columbine, quando um atentado a uma escola dos Estados Unidos deixou 13 pessoas mortas, incluindo os atiradores. O acontecimento é considerado um marco para jovens que idolatram essa prática assassina.

Reportagem da BBC Brasil mostra que as polícias de diversos estados e o Ministério da Justiça do governo federal afirmam que estão trabalhando para combater ameaças reais. Porém, muitas mensagens compartilhadas como “alerta” são falsas.

Em entrevista ao jornalista Leonardo Sakamoto, o pesquisador Pablo Ortellado diz que a circulação de boatos ajuda a propagar o pânico e favorece quem comete esse tipo de crime. Segundo ele, que é coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP), quem promove ou fomenta esses ataques conta com a repercussão do assunto para ganhar notoriedade.

“Identificamos poucas centenas de contas em redes como twitter, tiktok e discord. E mesmo a imensa maioria são adolescentes que estão lá por curiosidade e nunca farão nada”, afirma Ortellado. Ele lembra que o Brasil tem cerca de 190 mil unidades escolares e, em 20 anos, aconteceram 20 casos com vítimas – o que indica uma chance remota de um caso acontecer.

O governo paulista também alerta que o compartilhamento de fotos e vídeos podem servir de gatilho e estimular novos ataques. Em apenas uma semana após o ataque na escola da Vila Sônia, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) registrou pelo menos 279 casos de situações que indicam planos de possíveis atentados.

O que eu posso fazer?

> Em caso de emergência, entre em contato com o 190 (serviço da Polícia Militar) ou procure a delegacia mais próxima.

> Em caso de mensagem suspeita, denuncie on-line. Acesse o site mj.gov.br/escolasegura, informe o endereço eletrônico no campo “página da internet” e preencha informações relevantes (como município, estado, escola, mídia social) no campo “comentário”.

> Se recebeu a mensagem pelo whatsapp, denuncie ao próprio serviço. A opção está disponível em Menu > Mais > Denunciar. Também é possível relatar pelo e-mail [email protected].

> Na dúvida, não compartilhe as mensagens suspeitas com outras pessoas para evitar o “efeito contágio”.

O que as autoridades estão fazendo?

O governo de São Paulo deve anunciar nesta quinta-feira (13/4) um pacote de medidas, que prevê a contratação de seguranças sem armas para atuar nas escolas. A gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) também promete aumentar a ronda escolar e a oferta de profissionais da psicologia nos ambientes escolares.

Já as escolas da rede municipal da capital paulista ganharam reforço de mil agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Em âmbito federal, além da criação do canal de denúncias, o governo anunciou a criação de um grupo de trabalho e a liberação de R$ 150 milhões para reforçar a segurança nas escolas. O Ministério da Justiça também exigiu a exclusão de mais de 270 contas no twitter, além de perfis no tiktok, que promoviam ataques.

Não há uma orientação geral sobre a liberação ou não de estudantes do comparecimento às aulas. A princípio, as atividades continuam.

Para o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (SinproSP), é necessário acolher o medo e rejeitar respostas fáceis e imediatistas que ajudam a alimentar o circuito de violências. “Especialistas e estudiosas e estudiosos do assunto estão a recomendar que, de forma transversal e articulada, com atuação inteligente e em cooperação, os órgãos competentes, em nível federal, estadual e municipal, enfrentem e desmontem, na origem, os circuitos extremistas e de ódio, restringindo significativamente o acesso às armas, desbaratando as quadrilhas e punindo os criminosos. As plataformas e gigantes de tecnologia que atuam nas redes sociais precisam ser responsabilizadas pelos conteúdos que nelas são veiculados, ajudando a combater crimes”, diz.

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