Desde 1995, o dia 9 de agosto é celebrado como Dia Internacional dos Povos Indígenas – um esforço de representantes de diversos países para chamar a atenção para a luta por direitos dos povos originários. E no Estado de São Paulo, desde 2021 uma lei estabelece o Agosto Indígena. Em virtude da data, uma série de ações culturais e educativas acontecem em diferentes localidades da capital paulista, inclusive nas periferias.
As Fábricas de Cultura localizadas nas periferias da zona Norte de São Paulo iniciam nesta sexta-feira (4/8), com o Festival Nhe’e Kuery, onde o público poderá assistir os shows de artistas de ascendência indígena: Souto MC, Lyryca e Juão Nÿn. O evento é realizado pelo estúdio da Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha, que fica na rua Franklin do Amaral, 1575.
Já a unidade da Brasilândia traz o artista plástico Dinas Miguel, do povo guarani mbya da Terra Indígena Jaraguá, que vai falar sobre as curiosidades de quando grafitou um mural na comunidade, obra que exalta as raízes indígenas e a importância dos conhecimentos ancestrais como um caminho de cuidado com as florestas. O bate-papo será apresentado no canal de YouTube das Fábricas de Cultura na quarta-feira (9/8), às 12h. Clique aqui para ver no YouTube.
No mesmo dia, a Fábrica de Cultura Jaçanã convida lideranças indígenas para falar da resistência da cultura e existência dos povos originários, em conversa também veiculada no YouTube, às 18h. Giva Manoel, indígena do contexto urbanizado, educomunicador, escritor, articulista do Portal 247 e da 1ª Conferência Livre Popular dos Indígenas do Contexto Urbano, aponta os aspectos mais utilizados pelos invasores para dominação e a negação das diversas violências como forma para consolidar o colono-capitalismo; e Sassá Tupinambá, militante na defesa dos direitos humanos dos povos indígenas, produtor cultural, educador ambiental e radioamador, conta a história do Agosto Indígena e a importância da implementação da Lei 11.645/2008.
Já a Oficina Cultural Alfredo Volpi, localizada em Itaquera (zona Leste de São Paulo) apresenta a exposição “Pindorama: existem indígenas em São Paulo”, formada por uma série de fotomontagens da Moara Tupinambá, artista visual e ativista das causas indígenas do povo Tupinambá. As obras mostram parte das histórias de pessoas que desempenham o papel de influência em suas comunidades, mostrando que a ancestralidade, identidade e memória indígenas resistem em São Paulo. As visitas podem ser feitas de 5 de agosto a 11 de outubro, das 10h às 21h30, de terça a quinta-feira; e das 10h às 18h nas sextas e sábados. O equipamento fica na rua Américo Salvador Novelli, 416.
Programação no Sesc
As unidades do Sesc também promovem uma programação extensa. Nas regiões periféricas de São Paulo, destacamos o show do poeta, canto e compositor Ian Wapichana, de Roraima. Com participação de Brisa Flow e do Coletivo Coletores, ele se apresenta neste sábado (5/8), às 18h, no Sesc Campo Limpo.
Na mesma unidade, entre os dias 11 a 15 de agosto, a artista Moara Tupinambá (PA) homenageia as mulheres indígenas, benzedeiras, rezadeiras, ativistas e mestras por meio de colagens em lambe-lambe na intervenção “Nossa Ancestralidade Indígena”. O Sesc Campo Limpo fica na rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 120, na Vila Prel (zona Sul).
Já o Sesc Itaquera promove encontros de aprendizagem, como a vivência na Trilha da Samambaiaçu, em que o cacique guarani nhandeva Márcio Mendonça Boggarim conversa sobre a relação do modo de vida guarani com a floresta. A atividade gratuita acontece nos dias 13 e 20 de agosto (domingos), das 14h às 16h. Os ingressos devem ser retirados 30 minutos antes.
E nos dias 19 e 26 de agosto (sábados), das 16h às 17h, a mesma unidade realiza uma visita mediada para discutir astrologia indígena com o escritor e ativista Antony Karai Poty para falar sobre os modos de vida indígenas e a relação com o céu. Ingressos devem ser retirados com 1 hora de antecedência. A unidade fica na avenida Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 (zona Leste).
E o Sesc Interlagos realiza o curso “Troca entre juruás (não indígenas) e Guarani Mbya”, incluindo visita à aldeia Kuaray Oua e a realização de um mutirão de plantio baseado em práticas agroflorestais e na roça guarani. As inscrições devem ser feitas aqui pela internet até o dia 18 de agosto. As atividades acontecem nos dias 19 e 20 de agosto (sábado e domingo), o dia inteiro. A unidade fica na avenida Manuel Alves Soares, 1100, no Parque Colonial (Extremo Sul).
Redação PEM