Por sonho ou necessidade, pessoas periféricas se viram para trabalhar na própria quebrada

Por sonho ou necessidade, pessoas periféricas se viram para trabalhar na própria quebrada

Trabalho informal concentra 39 milhões de pessoas no Brasil, que tem 15 milhões de pessoas com cadastro de MEI. Sem postos de trabalho com registro em carteira, periferias lideram ranking do empreendedorismo - ou seria o autoemprego? Confira na segunda reportagem fotográfica da série "Trampo é Trampo"

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Tempo de leitura: 10 minutos

Fotos e entrevistas por Pedro Salvador. Texto: Thiago Borges

Do marreteiro no transporte público ao camelô na porta da estação, da barraquinha de café da manhã perto do ponto de ônibus ao vendedor no farol. Fora do mercado formal de trabalho, as pessoas se viram e buscam gerar renda da forma que conseguem.

Nessas modalidades, há poucos ou nenhum direitos trabalhistas assegurados. E a Periferia em Movimento registrou a rotina de quem está no corre por conta própria.

Clique nas fotos para ampliar e conferir mais informações!

Há a manicure e a cabeleireira, o barbeiro e o tatuador, a diarista e o ambulante, os meninos do lava rápido e as meninas que vendem cosméticos. E com o avanço da tecnologia, trabalhos mediados por aplicativo também se proliferam: motoristas de uber, entregadores do ifood ou quem vende conteúdo adulto.

O que há em comum entre essas pessoas? Em geral, não precisam atravessar a ponte para trabalhar no centro da cidade, fazem seu corre no próprio bairro em que moram, têm horários flexíveis e não há chefia direta, mas clientela.

É o trabalho por conta: informal, autônomo ou no formato MEI (microempreendedor individual). 

No contexto periférico, há menos trabalho com carteira assinada: o Mapa da Desigualdade 2023, publicado pela Rede Nossa São Paulo, revela que existem 70 postos de trabalho formal para cada 10 pessoas em idade economicamente ativa na Barra Funda, enquanto na Cidade Tiradentes esse índice é de 0,3 vaga por 10 habitantes. 

Por outro lado, das mais de 15 milhões de pessoas com cadastro como MEI em todo o País, mais de 1 milhão delas estão na capital paulista. Cerca de 30 mil estão no Grajaú (periferia do Extremo Sul) e 25 mil no Jardim Ângela (também na zona Sul). 

No Brasil, o trabalho informal concentra 39 milhões de pessoas, enquanto o total de quem trabalha sem registro em carteira concentra outros 13,4 milhões. 

Estima-se que ao menos 1,6 milhão estão em funções como motoristas ou fazendo entregas contratadas por aplicativos.

Recentemente, o governo federal enviou um projeto de lei para garantir alguns direitos a esses grupos, mas o texto é criticado porque abre precedentes para a precarização geral da classe trabalhadora. 

Trampo é Trampo

Ao longo deste mês de maio de 2024, esta série de reportagens fotográficas mostra a rotina do trabalho formal, autônomo e do serviço público nas periferias paulistanas. E se todo “Trampo é Trampo”, por que há desigualdade na garantia de direitos trabalhistas?

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Fotos e entrevistas por Pedro Salvador. Texto: Thiago Borges

Do marreteiro no transporte público ao camelô na porta da estação, da barraquinha de café da manhã perto do ponto de ônibus ao vendedor no farol. Fora do mercado formal de trabalho, as pessoas se viram e buscam gerar renda da forma que conseguem.

Nessas modalidades, há poucos ou nenhum direitos trabalhistas assegurados. E a Periferia em Movimento registrou a rotina de quem está no corre por conta própria.

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Há a manicure e a cabeleireira, o barbeiro e o tatuador, a diarista e o ambulante, os meninos do lava rápido e as meninas que vendem cosméticos. E com o avanço da tecnologia, trabalhos mediados por aplicativo também se proliferam: motoristas de uber, entregadores do ifood ou quem vende conteúdo adulto.

O que há em comum entre essas pessoas? Em geral, não precisam atravessar a ponte para trabalhar no centro da cidade, fazem seu corre no próprio bairro em que moram, têm horários flexíveis e não há chefia direta, mas clientela.

É o trabalho por conta: informal, autônomo ou no formato MEI (microempreendedor individual). 

No contexto periférico, há menos trabalho com carteira assinada: o Mapa da Desigualdade 2023, publicado pela Rede Nossa São Paulo, revela que existem 70 postos de trabalho formal para cada 10 pessoas em idade economicamente ativa na Barra Funda, enquanto na Cidade Tiradentes esse índice é de 0,3 vaga por 10 habitantes. 

Por outro lado, das mais de 15 milhões de pessoas com cadastro como MEI em todo o País, mais de 1 milhão delas estão na capital paulista. Cerca de 30 mil estão no Grajaú (periferia do Extremo Sul) e 25 mil no Jardim Ângela (também na zona Sul). 

No Brasil, o trabalho informal concentra 39 milhões de pessoas, enquanto o total de quem trabalha sem registro em carteira concentra outros 13,4 milhões. 

Estima-se que ao menos 1,6 milhão estão em funções como motoristas ou fazendo entregas contratadas por aplicativos.

Recentemente, o governo federal enviou um projeto de lei para garantir alguns direitos a esses grupos, mas o texto é criticado porque abre precedentes para a precarização geral da classe trabalhadora. 

Trampo é Trampo

Ao longo deste mês de maio de 2024, esta série de reportagens fotográficas mostra a rotina do trabalho formal, autônomo e do serviço público nas periferias paulistanas. E se todo “Trampo é Trampo”, por que há desigualdade na garantia de direitos trabalhistas?

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