Atletas das periferias de SP participam de Paralimpíada, em que Brasil é potência esportiva

Atletas das periferias de SP participam de Paralimpíada, em que Brasil é potência esportiva

Depois de boa campanha nos Jogos Olímpicos, País está pronto para ganhar medalhas na competição que começa esta quarta (28/6). Saiba como chegamos, quem acompanhar e as datas de estreia das principais modalidades!

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Por Paula Sant’Ana. Edição: Thiago Borges. Arte: Rafael Cristiano

Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 começam nesta quarta-feira (28/8) e seguem até dia 08 de setembro. Teremos 22 modalidades em disputa durante os dez dias de competição. Após sediar a Olimpíada entre julho e agosto, a capital francesa está pronta para receber atletas de 185 delegações. Ao todo, serão 4.400 pessoas competindo na Paralimpíada.

A tradicional cerimônia de abertura está marcada para esta quarta-feira (28/8), às 15h, pelo horário de Brasília. As disputas esportivas começam na quinta-feira (29/8), com bocha, goalball, badminton, entre outras modalidades.

Encontro de atletismo (foto: Centro Paralímpico Brasileiro)

Encontro de atletismo (foto: Centro Paralímpico Brasileiro)

O Brasil é uma potência paralímpica e vem de um retrospecto super positivo de medalhas.

Na última edição, em Tóquio, a delegação brasileira ficou em 7° lugar no quadro geral de medalhas, tendo conquistado 72. Destas, 22 foram de ouro, 20 de prata e 30 de bronze. No Rio, em 2016, o Brasil também conquistou 72 medalhas, ficando em 8° lugar na edição.

Dentre as 22 modalidades que serão disputadas em Paris, o Brasil está fora de apenas duas delas: basquete em cadeira de rodas e rugby em cadeiras de rodas.

A gente chega com 255 atletas, sendo 116 mulheres e 138 homens – 46% da delegação é feminina, um recorde histórico para o País.

Também foram convocades 19 atletas-guia (18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo, totalizando um time de 280 pessoas na capital francesa.

Como o Brasil chega na Paralimpíada?

A delegação verde e amarela já conquistou 373 medalhas (109 de ouro, 132 de prata e 132 de bronze) em Jogos Paralímpicos.

Entre esses pódios, o Brasil se destacou bastante em cinco modalidades ao longo da história da competição: 170 medalhas foram no atletismo, 125 na natação, 25 no judô, 11 na bocha e 8 no tênis de mesa.

Nesta edição, o Brasil terá duas pessoas representantes que já disputaram Paralimpíada e Olimpíada. Bruna Alexandre, 29 anos, é medalhista paralímpica (Rio 2016 e Tóquio 2020). A mesatenista esteve nos Jogos Olímpicos Paris 2024, fazendo história ao se tornar a primeira brasileira a disputar ambas as competições.

O velocista Gabriel Garcia, 26 anos, é o primeiro homem brasileiro a ser convocado para os dois Jogos no mesmo ano. Antes de Bruna e Gabriel, o timoneiro Nilton da Silva Alonço, conhecido como Gauchinho, disputou as duas competições, mas em anos diferentes.

Na Paralimpíada de Paris 2024, Gabriel Garcia será atleta-guia de Jerusa Geber, bronze em Tóquio 2020, edição em que o velocista também esteve com ela.

Atletas de periferias para acompanhar

Cláudia Cícero_Reprodução InstagramAlessandro Rodrigo da Silva, 39 anos, é de Santo André, cidade do ABC Paulista, na Grande São Paulo. Ele é recordista mundial, especializado em arremesso de disco. Alessandro passou a ter deficiência visual total por conta de uma toxoplasmose. O atleta paralímpico faz parte da classe F11 – para atletas com deficiência visual quase total.

Conquistas:

Medalhas em Jogos Paralímpicos: 3 (2 ouros e 1 prata);

Medalhas em Jogos Parapan-Americanos: 4 (ouro);

Medalhas em Campeonatos Mundiais: 5 (3 ouro, 1 prata e 1 bronze)

 

Júlio Agripino (Reprodução Instagram)Júlio Agripino, 33 anos, é de Osasco, na Grande São Paulo. Foi diagnosticado com ceratocone, doença degenerativa na córnea, aos sete anos. Ele já era atleta, então, migrou para o paradesporto. Na Paralimpíada, Júlio faz parte da classe T11 – para deficientes visuais.

Conquistas:

Medalhas em Jogos Parapan-Americanos: 2 (1 ouro e 2 bronze);

Medalhas em Campeonatos Mundiais: 3 (2 ouro e 1 prata)

 

Esthefany Rodrigues_Reprodução InstagramEsthefany Rodrigues, 25 anos, é da Zona Leste de São Paulo. Ela nasceu com displasia epifisária, que causou um encurtamento dos braços, pernas e tronco.

Praticando natação desde os três anos, ela começou a competir aos 12. Esthefany faz parte da classe S5 – atletas com lesão muscular.

Conquistas:

Medalhas em Jogos Parapan-Americanos: 8 (3 ouros, 3 pratas e 2 bronzes)

 

Cláudia Cícero_Reprodução InstagramCláudia Cícero Santos, 47 anos, é de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo. Ela foi atropelada em 2000, na rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, quando saía do trabalho, e precisou amputar a perna direita. Em 2005, Cláudia começou a praticar natação. Ela conheceu o remo e participou do Mundial de Munique, no qual conquistou um ouro. A atleta paralímpica faz parte da classe PR1 – remadores com função nula ou mínima de tronco.

Conquistas:

Medalhas em Campeonatos Mundiais: 4 (2 ouros, 1 prata e 1 bronze)

Medalhas em Copas do Mundo: 3 (2 pratas e 1 bronze)

 

Evelyn Oliveira_Reprodução InstagramEvelyn Vieira de Oliveira, 47 anos, é de Mauá, no ABC Paulista. Ela foi diagnosticada com a doença congênita atrofia muscular espinhal, não tendo movimentos dos membros inferiores, tendo limitação e comprometimento de força nos movimentos dos membros superiores. Iniciou a prática da bocha aos 22 anos. Evelyn faz parte da classe B3 – atletas com deficiências muito severas, que utilizam instrumento auxiliar e podem ser ajudados por outra pessoa.

Conquistas:

Medalhas em Jogos Paralímpicos: 1 (ouro);

Medalhas em Jogos Parapan-Americanos: 2 (ouros);

Medalhas em Copas América: 2 (1 ouro e 1 prata)

Pra ficar ligade!

A Paralimpíada de Paris 2024 será transmitida no SporTV 2 (canal fechado da Globo). A competição também será transmitida via streaming, no GloboPlay. É importante relembrar que Paris está 5 horas à frente do nosso fuso local.

Confira a seguir as datas de estreia das principais competições:

Atletismo paralímpico Pode ser praticado por atletas com deficiência física, intelectual ou visual. As provas disputadas são: corrida, saltos, lançamentos e arremesso. As disputas do feminino e do masculino começam no dia 29 de agosto.

Badminton paralímpico Para praticar o esporte, os atletas utilizam uma raquete para golpear uma peteca. As provas podem ser individuais ou em duplas. Pessoas com deficiências física e intelectual podem praticar a modalidade. As disputas do feminino e do masculino começam dia 29 de agosto.

Futebol de cegos A modalidade é exclusiva para cegos ou deficientes visuais. Além disso, é realizada apenas entre atletas homens. São dois tempos de 15 minutos, com 10 minutos de intervalo e cada time é composto por cinco jogadores – quatro jogadores vendados e um goleiro, com visão total.

O Brasil é uma potência no futebol de cegos, venceu todas as edições dos Jogos Paralímpicos: Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. A disputa nos Jogos Paralímpicos de Paris começa no dia 1° de setembro.

Natação paralímpica São disputadas provas de nado crawl (livre), costas, peito, borboleta e medley. A prática da modalidade engloba pessoas com deficiências físico-motora, intelectual e visual. As provas são de 50m, 100m, 200m e 400m, e a piscina segue padrões olímpicos. Tanto as disputas do feminino quanto do masculino iniciam no dia 29 de agosto.

Vôlei sentado Podem competir homens e mulheres que tenham alguma deficiência física e/ou relacionada à locomoção. Cada time é composto por seis jogadores em cada time, os sets têm 25 pontos corridos e, o tie-break, 15. A seleção feminina já venceu duas medalhas de bronze na modalidade (Rio 2016 e Tóquio 2020). As disputas começam no dia 29 de agosto.

Goalball O goalball foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência visual. São seis jogadores em cada time, sendo três titulares e três reservas. As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos, com três minutos de intervalo. A bola possui um guizo em seu interior, para que os jogadores saibam sua direção.

Na modalidade, os atletas com deficiência visual das classes B1, B2 e B3, competem juntos. Os duelos do feminino e do masculino começam no dia 29 de agosto.

Tênis em cadeira de rodas É semelhante ao tênis convencional, mas tem a regra dos dois quiques, que estabelece que o atleta precisa mandar a bola para o outro lado antes que toque o chão uma terceira vez. Não existem diferenças em relação às raquetes e bolas. As disputas do feminino e do masculino começam no dia 30 de agosto.

Taekwondo paralímpico As lutas são realizadas em um round que dura cinco minutos. Ganha quem tiver mais pontos ao fim do duelo. A classe que faz parte dos Jogos Paralímpicos é a K44 – atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia unilateral, monoplegia, hemiplegia leve e diferença de tamanho nos membros inferiores, amputação bilateral do cotovelo até a articulação da mão, e dismelia bilateral. Tanto no feminino quanto no masculino, as disputas começam no dia 29 de agosto.

Bocha Na bocha paralímpica, atletas ficam em cadeiras de rodas com um espaço delimitado para fazer os arremessos. É praticada por atletas com grau elevado de paralisia cerebral ou deficiências severas. As disputas podem ser individuais, em duplas ou por equipes. Os duelos em Paris começam no dia 29 de agosto, para homens e mulheres.

Tênis de mesa paralímpico Nesta modalidade, participam atletas com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas entre andantes e cadeirantes, podendo ser individuais, em duplas ou por equipes. As disputas para o feminino e o masculino iniciam dia 29 de agosto.

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