Na escola, crianças experimentam a literatura de diferentes formas

Mais de 400 alunos da EMEI Clarice Lispector, no Jardim Guarujá, tiveram um dia diferente em 23/10. A escola fez parte da programação da 6ª Mostra Cultural da Cooperifa.

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Mais de 400 alunos da EMEI Clarice Lispector, localizada no Jardim Guarujá, tiveram um dia diferente em 23 de outubro. A escola foi mais um dos lugares escolhidos para fazer parte da programação da 6ª Mostra Cultural da Cooperifa.

A turma da manhã recebeu a artista Carolzinha Teixeira que envolveu os pequeninos em uma versão diferente e participativa da arca de Noé. Com o apoio de seus alunos da Fábrica de Cultura do Capão Redondo, mobilizou a criançada para cantar e dançar a música que conta a história de um certo animalzinho que não conseguiu entrar na arca e salvar sua espécie.

Todos foram convidados a imitar os animais que entraram na arca e a imaginar como seria o tal “capelem”, bicho que não conseguiu escapar do dilúvio. Depois, a artista propôs que eles fossem mais além. Distribuiu folhas para eles desenharem o animal instinto e como seria seus hábitos. Todos embarcaram na imaginação.

Carol, que confessa ser autodidata, disse que aprendeu diferentes linguagens artísticas observando amigos do mundo da arte e há 15 anos trabalha nesse ramo. Ela que mora na Vila Gomes, zona oeste da cidade, desenvolve a maioria de suas atividades nas periferias da zona sul e para ela tem um significado especial. “Só me vejo fazendo arte nesses lugares. Penso na arte como educação e na periferia não dá para fazer arte sem lembrar disso”.

A jovem artista conhece muito bem o trabalho da Cooperifa. Na primeira edição da Mostra já participou expondo alguns de seus quadros e frequenta o sarau cerca de 10 anos.

(Foto: Aline Rodrigues / Periferia em Movimento)

Contação de histórias na EMEI Clarice Lispector, no Jardim Guarujá. (Foto: Aline Rodrigues/Periferia em Movimento)

Senta que lá vem a história…

Depois da turma do período matutino participar da aventura da arca de Noé, foi a vez dos alunos da tarde viajar na literatura também. A contadora de histórias Celinha Nascimento assumiu a programação no EMEI.

Em três grupos de 60 crianças, parecia difícil conseguir envolver todo o grupo, mas quando ela começou a contar a primeira fábula, algo mágico aconteceu. O convite à imaginação foi aceito por todos em uma sequência de três rápidas e divertidas histórias.

Celinha gosta da simplicidade ao se apresentar. Carrega consigo apenas uma pequena mala de onde tira sempre um objeto para inspirar o próximo conto. “Eu faço o tipo de contação de histórias dos griôs, que é você e o ouvinte e que o adulto ou a criança sinta a vontade e não tenha medo de contar também”.

A Celinha, que também é professora de literatura, defende que qualquer um pode ser um contador e que não precisa ter muitos recursos. “Você precisa gostar da história e tê-la na memória”.

O segredo é descobrir qual estilo que cada um se identifica. “Existem vários jeitos de contar histórias. Desde contação que parecem espetáculo de teatro, que as pessoas usam cenário, instrumentos musicais, até algo mais intimista, com um público pequeno.”

E a relação do EMEI Clarice Lispector com a literatura vai além de ter no nome uma grande escritora. A escola participa da Mostra Cultural da Cooperifa desde sua primeira edição e realizar parte do evento lá tem um valor especial para o criador da Cooperifa, Sérgio Vaz. O pai dele trabalhou por muitos anos nessa escola. Além de ela ser muito próxima do bar do Zé Batidão, onde ocorre toda quarta-feira o Sarau da Cooperifa há 12 anos.

(Foto: Aline Rodrigues / Periferia em Movimento)

Contação de histórias na EMEI Clarice Lispector, no Jardim Guarujá. (Foto: Aline Rodrigues/Periferia em Movimento)


CONFIRA FOTOS DA MOSTRA CULTURAL DA COOPERIFA

Créditos das fotos: Aline Rodrigues, Joseh Silva, Paula Lopes Menezes, Thais Abade e Thiago Borges

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