“Intersecções”: Últimos dias para ver exposição com encontros de pessoas negras, indígenas e periféricas como base da cultura de SP

“Intersecções”: Últimos dias para ver exposição com encontros de pessoas negras, indígenas e periféricas como base da cultura de SP

Aberta até 12/11, mostra traz elementos naturais da Terra Indígena Tenondé Porã, fluxos de Heliópolis e Paraisópolis, entre mais de 300 itens

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Em cartaz desde 25 de janeiro, data em que São Paulo completou 469 anos, a exposição “Intersecções: Negros (as) indígenas e periféricos(as) na Cidade de São Paulo” chega a seus últimos dias: a mostra fica aberta à visitação até o próximo domingo (12/11).

A exposição reúne mais de 300 objetos entre fotografias, pinturas, vídeos, instrumentos musicais e figurinos de diversas linguagens artísticas produzidos por mais de 100 artistas da capital nos últimos 40 anos. A Periferia em Movimento participa da exposição com a produção das fotos e de um vídeo sobre a Tekoa Kalipety, aldeia indígena guarani que integra a TI Tenondé Porã, no Extremo Sul da cidade; e compõe mural sobre iniciativas jornalísticas periféricas.

A entrada é gratuita e a exposição fica aberta de terça a domingo, das 9 às 16h. O Museu da Cidade funciona no Solar da Marquesa de Santos e na Casa da Imagem, na rua Roberto Simonsen, 136 e 136B – Centro Histórico.

A exposição tem conceituação e curadoria da empresária Adriana Barbosa, criadora da Feira Preta; do jornalista Nabor Jr., criador da revista O Menelick; e do historiador Eleilson Leite, coordenador cultural da organização Ação Educativa. E contou ainda com a colaboração com a líder indígena Jera Guarani.

Territórios, Sujeitos e Imaginários

Ilu Obá de Min (foto: Noelisa Nejera)

Setorizada em 3 eixos que convergem entre si, a exposição apresenta relevantes movimentos artísticos e culturais que contribuíram não somente para fomentar as narrativas negras, indígenas e periféricas na cidade nos últimos 40 anos, como também foram fundamentais para a construção do que entendemos como cultura paulistana nos dias de hoje.

Lúdica, sensorial e educativa, a exposição proporciona a visitantes revisitar memórias e reconhecer o processo de formação de identidades e movimentos culturais a partir destes 3 eixos que irão aludir ‘Territórios’ como o quilombo urbano Aparelha Luzia, o Museu Afro Brasil, o Centro Cultural Quilombaque, a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França, a Feira Preta, o Festival BixaNagô e rodas de samba como o Pagode da 27 e o Samba da Vela.

No eixo ‘Sujeitos’, o destaque fica por conta dos vídeos da equipe de baile Black Mad e Zezão Eventos, assim como para os populares fluxos que ocorrem nas comunidades de Heliópolis e Paraisópolis. Em ‘Imaginários’, a reflexão em torno da popularização da expressão “da ponte pra cá” e do tradicional “futebol de várzea”, pois embora geograficamente não existam várzeas na cidade, também se tornou um termo comum para falar sobre o futebol amador que ocorre nas periferias. Dividir esse grande arcabouço em ‘territórios, sujeitos e imaginários’ foi a forma encontrada de possibilitar a compreensão sobre os espaços, pessoas e simbologias que narram essas tantas histórias interseccionadas pela exposição.

Realidades em retratos inéditos

Em formato imersivo e cronológico, a exposição teve o cuidado de conectar de forma simétrica os conceitos de negritude, periférico e indígena, sem sobrepor uns aos outros, compreendendo essas zonas de cruzamento e horizontalidade. Mas sobretudo, um de seus principais desafios foi o de conseguir condensar tanta história a ser narrada ao ponto de construir uma programação que pudesse abranger toda a urbanidade paulistana desses últimos 40 anos.

Por outro lado, além de trazer destaques conhecidos pelo público, a exposição também proporcionará o contato com obras e experiências inéditas, e até mesmo impossíveis de serem reproduzidas por pessoas de fora de determinados contextos sociais, como os famosos fluxos, ou seja, os bailes que acontecem nas favelas.

A exposição também proporciona um ambiente cenográfico do Sarau Elo da Corrente (foto ao lado), a partir de uma foto-mural do sarau, e do som ambiente que gravado no próprio evento, possibilitará essa vivência como se os visitantes estivessem nele de verdade.

Aldeia Kalipety (foto: Pedro Salvador)

Situar o público de que o povo indígena está às margens da cidade, e por isso também compõe sua periferia, possibilita o acesso a conhecimentos como o fato de que somente no município de São Paulo existem mais de 20 aldeias.

No núcleo indígena, também ocorre a reprodução de uma casa de rezas, com áudios gravados da aldeia guarani Tekoa Kalipety. E até mesmo proporciona o contato visual com elementos naturais da aldeia, como a água da cachoeira Capivari da terra Tenondé, que é a única e última com água limpa dentro do município de São Paulo. Outras experiências inéditas serão a exibição de duas pinturas do artista plástico Sidney Amaral, além de um estandarte do bloco Ilu Inã, de autoria de Dona Jacira.

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