Reportagem de Laís Diogo. Edição de texto por Thiago Borges. Imagem em destaque: Paróquia Jesus Maria José, no Grajaú
A Periferia em Movimento publica uma série de relatos sobre como moradores e moradores de periferias, com ou sem denominação religiosa, têm vivido sua fé de quarentena. Clique aqui e leia outros relatos.
Hoje, trazemos o relato de Maria das Dores Pinto de Souza, aposentada de 76 anos, moradora do Grajaú (Extremo Sul de São Paulo) e católica. Confira a reflexão dela:
“Tá um pouco difícil da gente viver esse momento. Mas a gente tá vivendo. É um momento trágico e temos que prestar muita atenção no que a gente faz.
Eu sou católica apostólica romana, faço parte do Apostolado da Oração, e minha fé é em Jesus. Primeiramente, Deus em tudo.
Eu assisto à missa virtual da Paróquia Jesus Maria José, no Parque Planalto, rezo o terço e as orações que eu faço pedindo a Deus e ao Espírito Santo pra iluminar esse momento em casa.
Quanto às orientações dos nossos sacerdotes, falam que é pra ficar em casa. A gente não está tendo assembleia, reunião do Apostolado, nem celebração da eucaristia. Eles pedem pra seguir a orientação do pessoal da saúde.
Eu tô aceitando assim. É tristeza, é alegria, eu tenho minha filha junto de mim, que faz parte da igreja também. Tem momentos de reflexão, cada um no seu canto, e tô levando a vida desse jeito.
Eu acho que muita gente tá assim, só que no nosso bairro o pessoal tá desrespeitando muito, não tá usando máscara, descumprindo com o dever.
Mas eu espero que tudo isso passe e a gente tenha alegria de retomar a vida de antes, com Deus em nossos corações, e a gente tenha alegria de encontrar parentes, amigos, de viajar como eu gosto.
Esse “em casa” deixa a gente muito nervosa, mas estou levando com fé em Deus e sei que vamos chegar lá com vitória porque Jesus está na frente.
Até qualquer hora e um beijo no coração!”
