A cidade de São Paulo tem 11,4 milhões de habitantes. E deste total, 15% vivem em alguma das 1.359 comunidades urbanas identificadas no município. É o que revela o Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Ao todo são 1.728.265 de pessoas vivendo em favelas na capital paulista. Com isso, a população em favelas de São Paulo ultrapassou a do Rio de Janeiro: em 2010, eram 1,4 milhão nesses territórios na capital fluminense, ante 1,3 milhão aqui.
A maior favela paulistana é Paraisópolis (zona Sul), com 58.527 habitantes, seguida de Heliópolis (zona Sudeste), com 55.583. Elas ocupam a 3ª e a 6ª colocações entre as 20 mais populosas comunidades urbanas do País.
A primeira colocação é ocupada pela Rocinha, no Rio, que tem 72.021 habitantes; seguida do Sol Nascente, no Distrito Federal, com 70.908 pessoas.
“Os dados nos confirmam que priorizar políticas públicas para as periferias é o caminho que precisa ser fortalecido”, declarou Guilherme Simões, Secretário Nacional de Periferias do governo Lula (PT).
O IBGE permite verificar cada favela e comunidade, bem como a população e número de domicílios em cada uma de forma interativa. Clique aqui e, no menu esquerdo, selecione o item relacionado a esses dados.
Quantas favelas existem no Brasil?
O Estado de São Paulo segue a média nacional: as favelas concentram 8,2% da população paulista. São 3,6 milhões de pessoas em 3,1 mil comunidades identificadas em 92 cidades.
O Censo 2022 identificou 12.348 favelas e comunidades urbanas em 656 municípios do Brasil, onde viviam 16,3 milhões de pessoas. Isso equivale a 8,1% da população do país.
Em 2010, foram identificadas 6.329 desses territórios, onde residiam 11,4 milhões de pessoas (6% da população naquele ano). Entretanto, no censo mais recente, houve aprimoramento tecnológico e metodológico, o que permite aperfeiçoar a captação de informações.
Cerca de 83,5% das favelas estavam nas grandes concentrações urbanas do país. Duas dessas concentrações, ambas na Região Norte, tinham mais de 50% de seus domicílios em favelas e comunidades: Belém (PA), 55,8% e Manaus (AM), 53,9%.
Quem mora nas favelas?
As proporções de pessoas que se declararam pardas (56,8%) e pretas (16,1%) na população das favelas é superior aos percentuais observados na população total (respectivamente 45,3% e 10,2%).
Por outro lado, a proporção das pessoas brancas na população do País (43,5%) é bastante superior ao percentual observado nas favelas. Já a proporção de indígenas na população é a mesma da proporção na população total do País, 0,8%.
Na região Norte, 12,6% da população indígena residia em favelas e comunidades urbanas. No Amazonas, essa proporção chegava a 17,9% e no Rio de Janeiro, a 12,7%. Em São Paulo, o estado mais populoso, a proporção de indígenas morando em favelas e comunidades urbanas era de 9,6%.
As favelas também são territórios jovens: enquanto a idade mediana da população do país é de 35 anos e, nas comunidades urbanas é de 30 anos. Enquanto há 45 pessoas idosas para cada 100 crianças de 0 a 14 anos nas favelas, na população do País são 80 para 100.
Em relação ao gênero, a distribuição da população nas favelas (48,3% para homens e 51,7% para mulheres) não diferiu significativamente da encontrada no conjunto do país (48,5% para homens e 51,5% para mulheres).
Apesar da pressão de movimentos sociais, o Censo 2022 não considerou questões sobre identidade de gênero (cis ou trans) nem sexualidade durante o levantamento.
O que mais o Censo revela?
Cerca de 99,9% dos domicílios em favelas e comunidades urbanas possuíam banheiro e sanitário de uso exclusivo do domicílio.
Em 2022, 83,9% de todos os domicílios particulares permanentes ocupados do país possuíam ligação à rede geral e utilizavam como forma principal de abastecimento de água. Entre os domicílios particulares permanentes ocupados nas favelas, esse percentual é de 86,4%.
No Brasil, o esgotamento sanitário de 77,4% dos domicílios está conectado à rede geral, rede pluvial, fossa séptica ou filtro. Já nas favelas, esse percentual era de 74,6%.
Em relação ao lixo, em 20,7% dos domicílios em favelas a coleta é feita por meio de caçambas em espaços públicos – ante 8,6% no restante do País. A coleta de lixo é maior entre as favelas (96,7% dos domicílios atendidos) do que na soma do Brasil (91,7%).
Entre 958 mil estabelecimentos encontrados pelo Censo 2022 nas favelas, 7.896 eram de ensino, 2.792 eram de saúde e mais de 50 mil eram estabelecimentos religiosos.
Redação PEM