“Estéticas das Periferias”: espaço permanente de difusão da arte periférica

As atrações da edição de 2013 foram organizadas a partir de quatro eixos: Direito à Cidade; Culturas Negras; Cultura de Paz e Produção e Difusão da Cultura de Periferia.

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Tempo de leitura: 4 minutos

Por Juliane Cintra

No domingo (01/09), aconteceu o encerramento do terceiro encontro Estéticas das Periferias no Parque Belém, que fica na zona leste da capital paulista, com shows da Banda Renegados (Fortaleza), poetistas negras do Mjiba, o DJ Erry-G, Chapinha da Vela, Dolores Boca Aberta e outras atrações. O cortejo do bloco afro Ilú Obá de Min envolveu a todos os presentes e encerrou o encontro que contou com mais de 150 atrações e ocupou 43 espaços culturais da capital paulista, 40 deles em regiões periféricas.

Entre os avanços desta edição, o coordenador da área de cultura da Ação Educativa, Eleilson Leite, ressaltou o processo de apropriação do Estéticas das Periferias pelos movimentos culturais.

“Quando pensado inicialmente, o [encontro] Estéticas era pra ser um ciclo de eventos, com apenas três edições. O que pudemos constatar, este ano, é que movido pela vontade daqueles que realizam esse grande encontro, o desejo era de que ele se tornasse um espaço permanente de difusão das produções culturais de periferia. O que somente foi possível pela sua natureza de coalizão, sem uma hierarquia estabelecida. A junção de esforços para pensar e organizar o evento, que começa com o trabalho do grupo curatorial, é responsável pela proporção alcançada e certamente pela transformação e crescimento do Estéticas das Perifeiras”, comentou.

Em 2013, o 3º Encontro Estéticas das Periferias ampliou sua presença nos bairros periféricos da cidade. Entre os espaços que receberam shows, debates, mostras e exposições, destaque para 17 Centros Educacionais Unificados (CEUs), oito Fábricas de Cultura, quatro centros culturais, cinco bibliotecas municipais, 15 ônibus-bibliotecas, além de SESC Belenzinho, Auditório do Ibirapuera e Museu do Futebol.

Na abertura, mostrando a qualidade artística da cultura periférica, o Núcleo Bartolomeu de Depoimento levou ao palco do Auditório Ibirapuera a peça “Orfeu Mestiço – uma hip-hópera brasileira”, espetáculo ganhador dos prêmios Shell de Melhor Atriz (Roberta Estrela D’Alva) e CPT Melhor Projeto Sonoro (Eugênio Lima). Em uma montagem exclusiva, que emocionou o público que lotou o local, a peça contou com participação especial de Jair Rodrigues, Kiko Dinucci, Juçara Marçal, Clarianas e do bloco afro Ilú Obá De Min.

Entre as outras atrações, o músico Criolo realizou dois shows inéditos e especiais para o evento, no Centro Cultural São Paulo e no CEU Cidade Dutra. No repertório, sambas de composição própria e da roda de samba Pagode da 27, do Grajaú, bairro da zona sul onde nasceu e foi criado.

Os CEUs receberam vários shows no dia 31, subiram ao palco a cantora Fabiana Cozza (CEU Perus); Kiko Dinucci e Osvaldinho da Cuíca (CEU Butantã); Fernandinho Beat Box (CEU Vila Rubi); Rodrigo Campos (CEU Rosa da China); Dexter (CEU Jaçanã), e muito mais.

Todas as atrações foram organizadas a partir de quatro eixos curatoriais: Direito à Cidade; Culturas Negras; Cultura de Paz e Produção e Difusão da Cultura de Periferia.

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