Além do que está posto: Moradoras da zona Sul tecem redes de cuidado para envelhecer de forma ativa e coletiva

Além do que está posto: Moradoras da zona Sul tecem redes de cuidado para envelhecer de forma ativa e coletiva

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Pedro Salvador
Exercício físico e literatura fortalecem a saúde do corpo e da mente na periferia paulistana. Com a biblioterapia e o Afromix, Adalgiza e Evani desafiam a ideia de que há tempo certo para aprender, se expressar ou compartilhar vivências, mostrando que seguir em movimento é um caminho potente, criativo e afetuoso

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Tempo de leitura: 6 minutos

Maria Adalgiza Pinto, de 62 anos, vive há mais de três décadas na Cidade Ipava, bairro na zona Sul de São Paulo. Poeta, pesquisadora de biblioterapia e entusiasta da escrita coletiva, dedica-se a transformar memórias em palavras, em projetos que envolvem desde oficinas com a neta até encontros literários e ações comunitárias.

Apaixonada por literatura, Adalgiza acredita que envelhecer é seguir em movimento, aberta ao novo e às trocas de experiências e afetos.

“Enquanto estamos respirando, temos vida pra viver” – Adalgiza.

Do outro lado da zona Sul, Evani da Silva Tomaz, de 50 anos, é conhecida por muita gente no Jardim Edith, bairro da Cidade Dutra.

A autônoma é aluna-voluntária no Afromix há quase duas décadas e descobriu a dança ao levar a filha pequena para se exercitar e, desde então, nunca mais parou.

Hoje, divide seu dia a dia com as atividades nas redes sociais e com quem cruza seu caminho. Para Evani, a dança é movimento, saúde e liberdade – algo que ela faz questão de multiplicar. “Penso que o que é ótimo pra mim, eu quero compartilhar”, conta.

Nesta fotorreportagem da Periferia em Movimento, descubra como Adalgiza e Evani fazem da dança, da palavra e do encontro uma forma de viver bem e em coletivo.

Clique nas fotos para ampliar!

Adalgiza – palavra viva na Cidade Ipava

“Eu já vinha com essa experiência de participação social desde a infância, minha família era muito ativa.”
“A pessoa que foi construída desde a minha infância, com participação social, eu não podia deixar de ser uma pessoa que participasse quando chegasse a esse período do envelhecimento.”
“Eu não consigo ficar parada. Conquistei minha casa, mas eu gosto de sair e ir para os lugares.”
“O que me motiva é essa vontade de fazer algo para além do que está posto.”
“Eu tenho um amigo que me diz: ‘Não, pera! Eu já cansei de ouvir você falar quantas atividades você está fazendo na semana’.”
“A nossa presença precisa se fazer presente em todos os lugares de fato…"
"Precisamos estar em todos os espaços para que se veja a importância de que todos vão passar por este processo”
“Tanto nós, idosos, precisamos continuar fazendo a nossa história, como a juventude precisa ser incentivada a fazer a sua, e construirmos juntos.”
“Minha paixão é a literatura. Para gostar de biblioterapia, tem que amar a literatura. Não tem como uma coisa existir sem a outra.”
“Eu me reconheci na biblioterapia. Nós discutimos o nosso dia a dia, o que nós sentimos… é uma maneira diferente de olhar para o texto literário.”
“Através dos textos, temos perguntas motivadoras. A primeira pergunta que surge na biblioterapia após a leitura, é: o que o texto te tocou? É ali que acontecem as trocas.”
“Não é nesse sentido de cura, é ajudar a superar e olhar com mais carinho através das nossas memórias para o nosso passado e nosso presente.”
"...Para que não fique nenhum espaço apenas a presença do adulto mais jovem, do jovem e da criança"
“Enquanto estamos respirando, temos vida pra viver. E se temos vida pra viver, vamos viver com tudo que a vida nos proporcionar.”

Evani – passos que inspiram no Jardim Edith

“Eu descobri que tinha essa atividade na época e comecei a perceber que a atividade física estava deixando eu mais animada para fazer as coisas dentro de casa, e eu conheci muita gente"
“Aí eu foquei, falei: ‘Nossa, quero levar isso pro mundo’. Penso que o que é ótimo pra mim, eu quero compartilhar.”
"Fui fazendo, publicava uma coisa ou outra, as pessoas começavam a olhar e chegavam pra mim e perguntavam… fui levando a multidão.”
“O Afromix é uma aula para todas as idades.”
“A motivação não é só para mim. É uma forma de eu mostrar para as pessoas que o exercício é vida, que sem ele não tem como você viver”
“A participação em uma atividade física é muito importante. Não é só para perder peso. É mente, corpo, alma. É um conjunto.”
“Exercício físico é união. Não tem uma, duas, três, tem várias pessoas, então a gente acaba conversando, contando as coisas, então é uma forma que eu tinha de não ficar só dentro de casa, solitária.”
“As pessoas acabam tirando aqueles problemas que têm no dia a dia pra viver aquele momento que é só delas”
“A gente trabalha muito no lado psicológico da pessoa pra ela entender que ali, ela é livre. Isso sim ajuda muito na mente.”
“Você fica feliz porque a pessoa que você ajudou vem e fala ‘Muito obrigada ‘amiguxa’, através de você minha vida mudou, através de você eu tenho saúde’.”
“A dança é uma atividade física artística que pode trazer muitos benefícios para as pessoas”
“Para as pessoas mais velhas, contribui na qualidade de vida, melhora saúde física, mental… Ajuda no equilíbrio, evita muitas quedas. Alivia stress, ansiedade’.
“A saúde mental é muito importante porque as pessoas de idade têm muitos problemas com a perda de memória, e fazer atividade física ajuda muito nisso, promovendo socialização.”
“Participar de atividades é algo que muda de dentro para fora. O humor fica radiante”
“Isso ajuda no meu processo de avançar na idade tendo os funcionamento dos meus órgãos em dia, para viver intensamente. Assim, me sinto com meus 25 anos para sempre.”
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1 Comentário

  1. Evani da Silva Tomaz disse:
    15/04/2025 às 13:43

    Que lindo trabalho Pedro salvador. Thiago Borges amiguxos. Adorei fazer parte desse lindo incentivo as pessoas. O povo.
    Como sempre digo. Ser feliz é fazer os outros ao seu lado ótimos .
    Esse sou, Evani Tomaz conhecida como Amiguxa.
    Aqui não tem rugas, e sim sorrisos. Se for para ter rugas que seja de tanta felicidade no olha e boca
    e no coração 💓.

    Responder

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Maria Adalgiza Pinto, de 62 anos, vive há mais de três décadas na Cidade Ipava, bairro na zona Sul de São Paulo. Poeta, pesquisadora de biblioterapia e entusiasta da escrita coletiva, dedica-se a transformar memórias em palavras, em projetos que envolvem desde oficinas com a neta até encontros literários e ações comunitárias.

Apaixonada por literatura, Adalgiza acredita que envelhecer é seguir em movimento, aberta ao novo e às trocas de experiências e afetos.

“Enquanto estamos respirando, temos vida pra viver” – Adalgiza.

Do outro lado da zona Sul, Evani da Silva Tomaz, de 50 anos, é conhecida por muita gente no Jardim Edith, bairro da Cidade Dutra.

A autônoma é aluna-voluntária no Afromix há quase duas décadas e descobriu a dança ao levar a filha pequena para se exercitar e, desde então, nunca mais parou.

Hoje, divide seu dia a dia com as atividades nas redes sociais e com quem cruza seu caminho. Para Evani, a dança é movimento, saúde e liberdade – algo que ela faz questão de multiplicar. “Penso que o que é ótimo pra mim, eu quero compartilhar”, conta.

Nesta fotorreportagem da Periferia em Movimento, descubra como Adalgiza e Evani fazem da dança, da palavra e do encontro uma forma de viver bem e em coletivo.

Clique nas fotos para ampliar!

Adalgiza – palavra viva na Cidade Ipava

“Eu já vinha com essa experiência de participação social desde a infância, minha família era muito ativa.”
“A pessoa que foi construída desde a minha infância, com participação social, eu não podia deixar de ser uma pessoa que participasse quando chegasse a esse período do envelhecimento.”
“Eu não consigo ficar parada. Conquistei minha casa, mas eu gosto de sair e ir para os lugares.”
“O que me motiva é essa vontade de fazer algo para além do que está posto.”
“Eu tenho um amigo que me diz: ‘Não, pera! Eu já cansei de ouvir você falar quantas atividades você está fazendo na semana’.”
“A nossa presença precisa se fazer presente em todos os lugares de fato…"
"Precisamos estar em todos os espaços para que se veja a importância de que todos vão passar por este processo”
“Tanto nós, idosos, precisamos continuar fazendo a nossa história, como a juventude precisa ser incentivada a fazer a sua, e construirmos juntos.”
“Minha paixão é a literatura. Para gostar de biblioterapia, tem que amar a literatura. Não tem como uma coisa existir sem a outra.”
“Eu me reconheci na biblioterapia. Nós discutimos o nosso dia a dia, o que nós sentimos… é uma maneira diferente de olhar para o texto literário.”
“Através dos textos, temos perguntas motivadoras. A primeira pergunta que surge na biblioterapia após a leitura, é: o que o texto te tocou? É ali que acontecem as trocas.”
“Não é nesse sentido de cura, é ajudar a superar e olhar com mais carinho através das nossas memórias para o nosso passado e nosso presente.”
"...Para que não fique nenhum espaço apenas a presença do adulto mais jovem, do jovem e da criança"
“Enquanto estamos respirando, temos vida pra viver. E se temos vida pra viver, vamos viver com tudo que a vida nos proporcionar.”

Evani – passos que inspiram no Jardim Edith

“Eu descobri que tinha essa atividade na época e comecei a perceber que a atividade física estava deixando eu mais animada para fazer as coisas dentro de casa, e eu conheci muita gente"
“Aí eu foquei, falei: ‘Nossa, quero levar isso pro mundo’. Penso que o que é ótimo pra mim, eu quero compartilhar.”
"Fui fazendo, publicava uma coisa ou outra, as pessoas começavam a olhar e chegavam pra mim e perguntavam… fui levando a multidão.”
“O Afromix é uma aula para todas as idades.”
“A motivação não é só para mim. É uma forma de eu mostrar para as pessoas que o exercício é vida, que sem ele não tem como você viver”
“A participação em uma atividade física é muito importante. Não é só para perder peso. É mente, corpo, alma. É um conjunto.”
“Exercício físico é união. Não tem uma, duas, três, tem várias pessoas, então a gente acaba conversando, contando as coisas, então é uma forma que eu tinha de não ficar só dentro de casa, solitária.”
“As pessoas acabam tirando aqueles problemas que têm no dia a dia pra viver aquele momento que é só delas”
“A gente trabalha muito no lado psicológico da pessoa pra ela entender que ali, ela é livre. Isso sim ajuda muito na mente.”
“Você fica feliz porque a pessoa que você ajudou vem e fala ‘Muito obrigada ‘amiguxa’, através de você minha vida mudou, através de você eu tenho saúde’.”
“A dança é uma atividade física artística que pode trazer muitos benefícios para as pessoas”
“Para as pessoas mais velhas, contribui na qualidade de vida, melhora saúde física, mental… Ajuda no equilíbrio, evita muitas quedas. Alivia stress, ansiedade’.
“A saúde mental é muito importante porque as pessoas de idade têm muitos problemas com a perda de memória, e fazer atividade física ajuda muito nisso, promovendo socialização.”
“Participar de atividades é algo que muda de dentro para fora. O humor fica radiante”
“Isso ajuda no meu processo de avançar na idade tendo os funcionamento dos meus órgãos em dia, para viver intensamente. Assim, me sinto com meus 25 anos para sempre.”
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