Eleições em SP: Com empresários e policiais, direita tem mais candidaturas que esquerda. Mulheres são minoria

Eleições em SP: Com empresários e policiais, direita tem mais candidaturas que esquerda. Mulheres são minoria

Com candidaturas 100% brancas na disputa pela Prefeitura paulistana, corrida eleitoral é racialmente mais equilibrada na Câmara. Confira nossa avaliação da representatividade nas eleições municipais

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É muita gente: O Brasil chega às eleições municipais de 2024 com 155,9 milhões de pessoas aptas a participarem das votações que acontecem no próximo dia 6 de outubro. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o eleitorado cresceu 5,4% em comparação a 2020, quando 147,9 milhões podiam votar.

Será a maior eleição municipal da história. Ao todo, podemos eleger 5.568 prefeitos, prefeitas ou prefeites entre 15 mil candidaturas para o cargo; e mais de 60 mil pessoas serão escolhidas entre 424 mil concorrentes às cadeiras nas câmaras municipais em todo o País.

Só aqui na cidade de São Paulo, além de prefeita ou prefeito, são 55 vagas na Câmara Municipal em jogo.

Mas será que há representação de fato? A gente fez esse cálculo.

São Paulo tem 11,4 milhões de habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE. E mais de 9,3 milhões de pessoas estão com o título regularizado para votar nas eleições, de acordo com o TSE.

A capital paulista tem 10 candidaturas para a disputa da Prefeitura. Dessas: são 8 homens e apenas 2 mulheres. Para compensar, as mulheres são contempladas nas chapas como vice: são 6 candidatas contra 4 candidatos.

O número destoa do perfil do eleitorado: 5 milhões (54%) são mulheres, enquanto 4,2 milhões (46%) são homens.

Confira abaixo as candidaturas para a Prefeitura de São Paulo:

A distorção de gênero se mantém entre as 1.001 candidaturas para a vereança: são 661 homens (66%) e 340 (34%) mulheres. Vale dizer que o número de candidaturas caiu pela metade desde 2020, quando 2.002 pessoas se lançaram na disputa da Câmara em São Paulo.

Das 179 candidaturas que informaram orientação sexual, 96% se declararam heterossexuais. E 68% se declaram cisgênero, enquanto apenas 3 candidaturas registradas são de pessoas trans – quase 32% não inforaram a identidade de gênero.

Representatividade racial

Segundo o Censo 2022 IBGE, a maioria da população paulistana se autodeclara branca (54,26%), enquanto pessoas pardas compõem 33,36%; e 10,13% se autodeclaram pretas. Pessoas amarelas são 2,08%, enquanto indígenas representam 0,15% da população.

Mas todas as candidaturas para o poder executivo são de pessoas brancas. Integrantes das chapas como vice, há 3 pessoas pretas: Antônia de Jesus, vice de Pablo Marçal; Silvana Garcia, vice de Altino (PSTU); e Julia Soares, vice de Ricardo Senesi (UP).

O equilíbrio é maior na disputa para a Câmara. Entre as candidaturas para o parlamento, 558 (55,74%) são de pessoas brancas, 254 (25,37%) de pessoas pardas, 171 (17,08%) de pessoas pretas, 14 (1,4%) de amarelas e 4 (0,4%) de indígenas.

Mais à direita

O MDB, partido do prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes, chega na corrida eleitoral com o maior número de candidaturas para o legislativo: 57 pessoas disputam a Câmara. Já o PL, partido do ex-presidente Bolsonaro e que apoia Nunes, vem logo atrás com 56 candidaturas.

Formada por 10 partidos que vão da direita tradicional à extrema-direita (MDB, Republicanos, PL, PSD, PP, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Agir, Mobiliza e União Brasil), a coligação de Nunes chega na disputa com 544 candidaturas.

Ainda no campo da direita e extrema-direita, Datena tem um grupo de 53 candidaturas do PSDB e Cidadania em seu apoio; Marçal chega acompanhado de 51 candidaturas pelo PRTB; e Marina Helena, do Novo, traz consigo 56 candidaturas.

Por outro lado, Guilherme Boulos formou uma aliança de centro-esquerda de 7 partidos (PSOL, Rede Sustentabilidade, PT, PCdoB, PV, PDT e PMB), que chegam com 177 candidaturas para a Câmara Municipal.

Identificada com a centro-esquerda, Tábata reúne 56 candidaturas pelo PSB.

Entre os partidos menores, a Democracia Cristã de Bebeto Haddad lança 10 candidaturas à vereança. O PCO, de João Pimenta, tem 10 candidaturas. O PSTU, de Altino, lança 6 pessoas para a disputa na Câmara, mesmo número da UP de Ricardo Senese.

Escolaridade e ocupação

Das 1.001 candidaturas para a vereança, 59% têm ensino superior completo e 20% têm ensino médio completo.

Na cidade de São Paulo, o eleitorado que não frequentou a escola (pessoas analfabetas ou que afirmam apenas ler e escrever) chega a 5,2%. Cerca de 16% têm ensino fundamental incompleto, 6,8% completaram o fundamental, 19% têm ensino médio incompleto enquanto 29,2% completaram essa fase. Já o superior, 7% não completaram esse estágio enquanto 16% têm o ciclo finalizado.

Entregador de gás na função em rua do Cantinho do Céu

Entregador de gás na função em rua do Cantinho do Céu

Em relação à ocupação, 126 candidaturas (12% do total) são de empresários, 93 (9%) de advogados e advogadas, 38 administradores de empresas e 35 comerciantes. Professoras, professores e professories de todos os níveis somam 46 candidaturas.

Como a segurança é uma das principais pautas da eleição, isso se reflete nas candidaturas: são 27 policiais militares, 6 policiais civis, 2 bombeiros militares, 7 militares reformados e 6 vigilantes particulares.

Há ainda 9 candidaturas de sacerdotes ou líderes de grupos religiosos, 16 motoristas, 10 donas de casa, 4 motoboys, 2 funileiros e 1 gari, entre outras ocupações.

De acordo com o IBGE, 31,6% da população da capital paulista ganha por mês até meio salário mínimo (R$ 706).

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É muita gente: O Brasil chega às eleições municipais de 2024 com 155,9 milhões de pessoas aptas a participarem das votações que acontecem no próximo dia 6 de outubro. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o eleitorado cresceu 5,4% em comparação a 2020, quando 147,9 milhões podiam votar.

Será a maior eleição municipal da história. Ao todo, podemos eleger 5.568 prefeitos, prefeitas ou prefeites entre 15 mil candidaturas para o cargo; e mais de 60 mil pessoas serão escolhidas entre 424 mil concorrentes às cadeiras nas câmaras municipais em todo o País.

Só aqui na cidade de São Paulo, além de prefeita ou prefeito, são 55 vagas na Câmara Municipal em jogo.

Mas será que há representação de fato? A gente fez esse cálculo.

São Paulo tem 11,4 milhões de habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE. E mais de 9,3 milhões de pessoas estão com o título regularizado para votar nas eleições, de acordo com o TSE.

A capital paulista tem 10 candidaturas para a disputa da Prefeitura. Dessas: são 8 homens e apenas 2 mulheres. Para compensar, as mulheres são contempladas nas chapas como vice: são 6 candidatas contra 4 candidatos.

O número destoa do perfil do eleitorado: 5 milhões (54%) são mulheres, enquanto 4,2 milhões (46%) são homens.

Confira abaixo as candidaturas para a Prefeitura de São Paulo:

A distorção de gênero se mantém entre as 1.001 candidaturas para a vereança: são 661 homens (66%) e 340 (34%) mulheres. Vale dizer que o número de candidaturas caiu pela metade desde 2020, quando 2.002 pessoas se lançaram na disputa da Câmara em São Paulo.

Das 179 candidaturas que informaram orientação sexual, 96% se declararam heterossexuais. E 68% se declaram cisgênero, enquanto apenas 3 candidaturas registradas são de pessoas trans – quase 32% não inforaram a identidade de gênero.

Representatividade racial

Segundo o Censo 2022 IBGE, a maioria da população paulistana se autodeclara branca (54,26%), enquanto pessoas pardas compõem 33,36%; e 10,13% se autodeclaram pretas. Pessoas amarelas são 2,08%, enquanto indígenas representam 0,15% da população.

Mas todas as candidaturas para o poder executivo são de pessoas brancas. Integrantes das chapas como vice, há 3 pessoas pretas: Antônia de Jesus, vice de Pablo Marçal; Silvana Garcia, vice de Altino (PSTU); e Julia Soares, vice de Ricardo Senesi (UP).

O equilíbrio é maior na disputa para a Câmara. Entre as candidaturas para o parlamento, 558 (55,74%) são de pessoas brancas, 254 (25,37%) de pessoas pardas, 171 (17,08%) de pessoas pretas, 14 (1,4%) de amarelas e 4 (0,4%) de indígenas.

Mais à direita

O MDB, partido do prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes, chega na corrida eleitoral com o maior número de candidaturas para o legislativo: 57 pessoas disputam a Câmara. Já o PL, partido do ex-presidente Bolsonaro e que apoia Nunes, vem logo atrás com 56 candidaturas.

Formada por 10 partidos que vão da direita tradicional à extrema-direita (MDB, Republicanos, PL, PSD, PP, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Agir, Mobiliza e União Brasil), a coligação de Nunes chega na disputa com 544 candidaturas.

Ainda no campo da direita e extrema-direita, Datena tem um grupo de 53 candidaturas do PSDB e Cidadania em seu apoio; Marçal chega acompanhado de 51 candidaturas pelo PRTB; e Marina Helena, do Novo, traz consigo 56 candidaturas.

Por outro lado, Guilherme Boulos formou uma aliança de centro-esquerda de 7 partidos (PSOL, Rede Sustentabilidade, PT, PCdoB, PV, PDT e PMB), que chegam com 177 candidaturas para a Câmara Municipal.

Identificada com a centro-esquerda, Tábata reúne 56 candidaturas pelo PSB.

Entre os partidos menores, a Democracia Cristã de Bebeto Haddad lança 10 candidaturas à vereança. O PCO, de João Pimenta, tem 10 candidaturas. O PSTU, de Altino, lança 6 pessoas para a disputa na Câmara, mesmo número da UP de Ricardo Senese.

Escolaridade e ocupação

Das 1.001 candidaturas para a vereança, 59% têm ensino superior completo e 20% têm ensino médio completo.

Na cidade de São Paulo, o eleitorado que não frequentou a escola (pessoas analfabetas ou que afirmam apenas ler e escrever) chega a 5,2%. Cerca de 16% têm ensino fundamental incompleto, 6,8% completaram o fundamental, 19% têm ensino médio incompleto enquanto 29,2% completaram essa fase. Já o superior, 7% não completaram esse estágio enquanto 16% têm o ciclo finalizado.

Entregador de gás na função em rua do Cantinho do Céu

Entregador de gás na função em rua do Cantinho do Céu

Em relação à ocupação, 126 candidaturas (12% do total) são de empresários, 93 (9%) de advogados e advogadas, 38 administradores de empresas e 35 comerciantes. Professoras, professores e professories de todos os níveis somam 46 candidaturas.

Como a segurança é uma das principais pautas da eleição, isso se reflete nas candidaturas: são 27 policiais militares, 6 policiais civis, 2 bombeiros militares, 7 militares reformados e 6 vigilantes particulares.

Há ainda 9 candidaturas de sacerdotes ou líderes de grupos religiosos, 16 motoristas, 10 donas de casa, 4 motoboys, 2 funileiros e 1 gari, entre outras ocupações.

De acordo com o IBGE, 31,6% da população da capital paulista ganha por mês até meio salário mínimo (R$ 706).

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