Crianças atípicas: Rede de apoio é decisiva para superar os desafios do desenvolvimento após impacto da pandemia

Crianças atípicas: Rede de apoio é decisiva para superar os desafios do desenvolvimento após impacto da pandemia

Famílias como a de Davi, que tem autismo, tentam contornar o impacto do fechamento de escolas e interrupção de acompanhamento por profissionais da saúde durante fases mais críticas da pandemia de covid-19

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Reportagem de Aline Rodrigues. Captação de imagens por Pedro Ariel Salvador e Vitori Jumapili. Edição e finalização de vídeo por Pedro Ariel Salvador. Edição de áudio e trilha sonora: Paulo Cruz. Identidade Visual: Rafael Cristiano. Revisão: Thiago Borges

“Se não tivesse a pandemia, eu acho que ele já estaria até falando bastante, porque a pandemia foi um atraso. Ele ficou muito preso, então só piorou”, lamenta Erlandia Oliveira Carvalho, mãe de Davi Ricardo, de 7 anos.

O menino que mora com seu pai e sua mãe no Parque Arariba, zona Sul de São Paulo, foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista aos 3 anos. Ele é uma das muitas crianças atípicas, com necessidades e ritmo de desenvolvimento diferente do esperado para sua idade, que viveu parte da primeira infância em meio às limitações de acesso aos tratamentos, terapias e escola durante a pandemia de covid-19. Agora, as famílias buscam suporte para minimizar os impactos desse período.

Confira reportagem em vídeo completa abaixo: 

A Pesquisa Resposta Educacional à Pandemia de Covid-19, aplicada pelo INEP junto com o Censo Escolar 2020, aponta que o período médio de fechamento das escolas foi de 279,4 dias, variando de 247,7 dias para rede privada até 287,5 dias para rede pública. Esses dados estão presentes na pesquisa publicada em setembro de 2022 “Desigualdades e impactos da covid-19 na atenção à primeira infância”, que considerou perspectivas da saúde, educação e fatores socioeconômicos que afetam as crianças brasileiras.

Enquanto a escola ficou paralisada ou com aulas à distância e seus tratamentos foram adiados, Davi ficou principalmente dentro de casa com o convívio limitado à mãe e ao pai. Além do medo comum da família de ele pegar covid-19, somava-se o fato da criança não conseguir se manter de máscara, o que aumentava o risco de entrar em contato com o vírus.

Profissionais da saúde e da educação junto a responsáveis pelas crianças, cientes dos impactos da descontinuidade de suporte ao desenvolvimento saudável e integral de quem ainda está na primeira infância ou acabou de sair dela, unem esforços em uma rede de apoio fundamental para superar os desafios atuais.

“Eu preciso do apoio do professor da sala de aula, da gestão, da coordenação, da equipe da cozinha, da equipe da limpeza”, conta Cátia Ramalheiro, sobre a mobilização feita em seu trabalho desenvolvido na Sala de Recursos Multifuncionais em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF), no Campo Limpo.

O espaço é frequentado por crianças atípicas no contraturno das aulas, entre elas Davi Ricardo. A pedagoga explica que, por conta do contexto atual, tem dialogado com a comunidade escolar para entender a contribuição que pode dar também para crianças que tiveram atraso de estímulos ao aprendizado, mas não são necessariamente diagnosticadas com alguma deficiência ou transtornos globais de desenvolvimento (TGD).

Esta reportagem conta com o apoio do programa Early Childhood Reporting Fellowship: Desigualdade no Brasil e no restante da América do Sul, do Dart Center for Journalism and Trauma, da Universidade de Columbia (EUA) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

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