Reportagem de Thiago Borges, com fotos de Vitori Jumapili e Pedro Salvador. Arte: Rafael Cristiano
Distribuir saquinhos de balas ou servir caruru para 7 crianças. As cenas estão no imaginário coletivo brasileiro e festejam os erês, que se apresentam com a pureza e a leveza infantis.
Muito associado aos santos católicos Cosme e Damião, celebrados no final de setembro, o costume tá relacionado ao sincretismo religioso herdado desde os períodos da colonização portuguesa – quando pessoas africanas escravizadas precisavam se referir a orixás como santidades cristãs para manter suas práticas religiosas.
“É uma comemoração aos erês, dessa energia infantil, dessa pureza de sentimento que vem das crianças, sem pensar em nenhuma maldade, sem lembrar da sociedade de consumo (…) O erê é a energia infantil. O primeiro transe é do erê” – Tata Katulemburange
Conhecido como Katu, ele é sacerdote do Asé Ylê do Hozoouane, terreiro de candomblé localizado no Jardim Santa Fé, em Parelheiros (Extremo Sul de São Paulo), que anualmente faz o caruru de vunji e a chuva de balas.
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Gira de Cosme e Damião
Na Casa de Caridade Cabocla Yara de Oxóssi, terreiro de umbanda na Chácara do Conde (Grajaú, Extremo Sul paulistano), a festa que acontece na última semana de setembro começa a ser preparada um mês antes. Para a Iyá Elis de Iemanjá, além de consolidar a crença entre crianças e famílias, a festa tem um caráter social.
“Muitas vezes, os pais não têm condições de comprar um doce ou uma brincadeira, então a gente acaba dando esse respaldo” – Iyá Elis de Iemanjá