Conheça a escola em Heliópolis em que os estudantes têm poder de voz

Conheça a escola em Heliópolis em que os estudantes têm poder de voz

Uma escola sem muros em que os alunos decidem o que vão estudar, têm prefeito e vereadores, e resolvem problemas de outros alunos com os pais.

Compartilhe!

Tempo de leitura: 3 minutos

Uma escola sem muros em que os alunos decidem o que vão estudar, têm prefeito e vereadores, resolvem problemas de outros alunos com os pais e os professores têm que estar preparados para tirar dúvidas sobre qualquer assunto.

Sonho? Essa escola existe. É a EMEF Campos Salles, que fica em Heliópolis.

Braz Nogueira, diretor da unidade, é o responsável por transformar a que já foi considerada uma das piores escolas da cidade de São Paulo em exemplo de educação. Destruiu as paredes e uniu diferentes turmas da mesma série. Os alunos são divididos em grupos de estudo e trabalham com roteiros quizenais elaborados pelos professores. Eles podem escolher o que estudar na segunda, terça, quarta… O objetivo é entregar tudo até o final de 15 dias.

A proposta chamou atenção dos jovens Emerson Martins Alves e Roberta Melo Moreno, que vivem na região do Grajaú, zona sul de São Paulo. Os dois produziram o documentário “Heliópolis, bairro educação”, em que falam sobre a proposta da Campos Salles.

“Ela (a escola) era especial para nós porque, em 2009, tivemos na nossa escola uma série de protestos contra o autoritarismo da direção, que acabou com a saída da diretora, mas não alterou nada de essencial na questão do autoritarismo, que se mantém até hoje. E a Campos Salles representava uma mudança de paradigma para nós, com uma direção mais flexível e mais aberta à participação dos alunos e da comunidade”, explica Emerson.

“O projeto Heliópolis é importante para mim pois fala de educação, que é com o que quero trabalhar”, diz Roberta, que começa a cursar Letras este ano. “Quero acompanhar mais de perto exemplos como da Campos Salles, apesar de ter passado a ver esse tipo de projeto educacional de forma mais critica”.

Segundo Emerson, o objetivo era mostrar também as falhas do modelo educacional, o que eles não conseguiram captar dessa vez.

“A Campos Salles não é perfeita e nem é “o” modelo de educação democrática ou mesmo de educação em geral, é apenas um dos modelos. Se ela tem muitas virtudes, os problemas também não são poucos. Como se sabe, para novas soluções surgem novos problemas”, diz ele, que aponta que o diferencial é a divisão de responsabilidades, o que facilita a solução dos problemas.

Como resultado, a dupla já recebeu convites para exibições diversas – inclusive em salas de aula -, além de uma ação social na própria Campos Salles.

Está curioso? Então assista ao documentário abaixo:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Apoie!
Pular para o conteúdo