#BlackBraziliansMatter: Após ocupação da SSP, movimentos fazem novo ato contra genocídio

#BlackBraziliansMatter: Após ocupação da SSP, movimentos fazem novo ato contra genocídio

Encontro marca lançamento de livro sobre as Mães de Maio e campanha internacional #BlackBraziliansMatter. Grupos caminha até a Secretaria de Segurança Pública, ocupada semana passada contra a execução de cinco jovens na ZL

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Foto: Edu Graja

Nesta quinta-feira (17 de novembro), o movimento independente Mães de Maio promove o lançamento do livro “Mães em Luta – 10 anos dos Crimes de Maio”, organizado pelo jornalista André Caramante da Ponte Jornalismo, com prefácio da também jornalista Eliane Brum e perfis de algumas mães de vítimas da violência do Estado.

Na mesma ocasião, ocorre o lançamento da campanha internacional #BlackBraziliansMatter (“negros brasileiros importam”, em tradução livre) com objetivo de denunciar no exterior o genocídio negro praticado pelo Estado brasileiro. A campanha é inspirada no movimento #BlackLivesMatter (“vidas negras importam), que surgiu nos Estados Unidos após uma série de casos de assassinatos de homens negros por policiais.

E na sequência, com velas e fotos das vítimas, movimentos negros e articulações contra o genocídio realizam um novo cortejo até a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) em homenagem aos cinco jovens negros da Zona Leste que ficaram desaparecidos por duas semanas e cujos corpos foram encontrados no último dia 06 em uma mata no município de Mogi das Cruzes. Na quinta passada (10 de novembro), em ato contra a execução dos rapazes, manifestantes ocuparam saguão da SSP-SP e exigiram presença do secretário. Mágino Alves apareceu, prometeu falar com manifestantes mas usou escolta policial para escapar da multidão. Saiba como foi clicando aqui.

Movimentos protocolaram representação no Ministério Público com pedido de providências em caráter de urgência para reparar as famílias dos cinco jovens, além de acompanhar as ações requeridas pelo Condepe.

O documento chama atenção ainda às chacinas e casos de morte de jovens negros que se sucedem no Estado e à dor constante nas periferias, denuncia o racismo, a tortura e a violação de direitos humanos. Por fim, reivindica que o MP monitore a apuração e denúncia dos policiais suspeitos de envolvimento no caso e a responsabilização do Estado de São Paulo, na figura do governador Geraldo Alckmin e do secretário Mágino.

Segundo reportagem do site Ponte Jornalismo, os corpos de César Augusto Gomes Silva, 19 anos, Jonathan Moreira Ferreira e Caique Henrique Machado Silva, ambos de 18, Robson Fernando Donato de Paula, 16, e Jonas Ferreira Januário, 30, foram encontrados em um matagal na Estrada Taquarussu, em Mogi das Cruzes (Grande SP). Os cinco amigos estavam desaparecidos desde 21 de outubro, quando saíram do Jardim Rodolfo Pirani (Zona Leste de SP), onde viviam, para ir a uma festa na cidade de Ribeirão Pires (Grande São Paulo). Preso na semana passada, um guarda civil municipal de Santo André admitiu que criou perfis falsos na internet e armou uma emboscada para capturar um dos jovens, suspeito de envolvimento na morte outro guarda.

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