Ao longo de novembro, Festival Preta Leste reverencia os ritos e a arte afro-indígena

Ao longo de novembro, Festival Preta Leste reverencia os ritos e a arte afro-indígena

De 3 a 25 de novembro, evento coloca em foco as questões étnico-raciais e a valorização das sabedorias africanas e indígenas na zona Leste paulistana

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Durante o mês de novembro, a Oficina Cultural Alfredo Volpi promove a oitava edição do Festival Preta Leste. Desta vez traz a temática “Meu apito tem semente de Jurema”, o evento celebra a natureza como morada da encantaria e como política e poética. Começa nesta sexta-feira (3/11), na rua Américo Salvador Novelli, 416, em Itaquera (zona Leste de São Paulo).

O festival coloca em foco as questões étnico-raciais e a valorização das sabedorias africanas e indígenas. Além disso, busca dar visibilidade a personalidades e coletivos artísticos da zona Leste da capital paulista que se relacionam profundamente com a cultura negra e dos povos originários.

“Meu apito tem semente de Jurema” provém de uma toada da Nação Estrela Brilhante de Igarassu, grupo de Maracatu que em 2024 completará 200 anos de existência. A homenagem terá a presença do Mestre da Nação, Gilmar Santana, que vem de Igarassu (PE) para participar do tradicional Cortejo Preta Leste ao lado da Cia. Lelê de Oyá, marcando o encerramento do festival em 25 de novembro

O Preta Leste é realizado pela Oficina Cultural Alfredo Volpi, que integra o Programa Oficinas Culturais, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Além disso, a unidade localizada na região de Itaquera apoia as atividades da 8ª edição que ocorrem em locais como o Sesc Itaquera e a Casa de Cultura Raul Seixas. Confira a programação completa aqui.

Exposição, música, dança e cortejo

Para dar início às atividades, a exposição “Jurema: pote sagrado uma força ancestral” oferece uma imersão nas diversas vertentes das religiões e ritos de matriz afro-brasileira e afro-ameríndio, como Ketu, Angola, Jeje Narin, Jurema e Umbanda. As visitas ficarão abertas entre esta sexta (3/11) até 30 de novembro, de terça a quinta-feira, das 10h às 21h30, sextas e sábados, das 10h às 18h.

Constituídos por barro e ervas colhidas da natureza, os potes de Abô são o cerne da mostra e são considerados fundamentais para os rituais dentro de uma casa de Asè. A artista e curadora desta exposição, Isabel Azevedo, mais conhecida como Ejedy Obaluangê ou mãe Bel, é fundadora da marca Bellartess, costureira, artesã e figurinista. Entre os destaques, Isabel aponta o Pote de Okutà, pedra considerada o coração do orixá, sagrada e geralmente colhida em cachoeiras.

A apresentação “Eles cantam Jurema” abre a exposição hoje, a partir das 19h, celebrando a ancestralidade e os povos das florestas. Nesta intervenção artística, o samba de terreiro convida o público para uma dança repleta de energia e espiritualidade, com a participação de Bel Obaluangê, Samba de Roda do Recôncavo, Mestre Marlon e Heloisa de Lima.

“Corpo e melodia em Cena” será um encontro de experimentação e investigação na arte cênica, por meio de jogos e brincadeiras do universo teatral e da cultura popular. Aqui, serão trabalhados o improviso, a dança e o canto. Esta é uma oportunidade de aprimorar as habilidades de expressão no teatro sob a orientação de Ana Souza, educadora e pesquisadora da Cultura da Infância. A atividade acontece no dia 8 de novembro, quarta-feira, das 19h às 21h30, e sem a necessidade de inscrição.

Para amantes da música e da cultura afro-brasileira, a vivência percussiva “Tambor e musicalização: autoconhecimento rítmico ancestral”, no dia 14, terça-feira, das 19h às 21h30, oferece um espaço de troca, experimentação e desenvolvimento criativo na percussão musical. A orientação é da percussionista Loiá Fernandes.

Com foco no público feminino, “Dança com P.: afrobeat e dança afro”, conduzida pela dançarina, produtora cultural e arte-educadora Vanessa Soares, proporciona uma experiência nos movimentos da dança afrobeat da Nigéria, além de homenagear as orixás Oxum e Iemanjá. A experiência sensorial está programada para o dia 23, quinta-feira, das 19h às 21h30.

E para o encerramento, no dia 25 de novembro, a partir das 14h, o tradicional Cortejo Preta Leste com a Cia. Lelê de Oyá convida o Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, nação pernambucana. Ao celebrar essa tradição e espiritualidade do maracatu, Mestre Gilmar Santana e a Cia. conduzirão o trajeto pelas ruas de Itaquera, iniciando na Paróquia Nossa Senhora do Carmo e finalizando no jardim da Oficina Cultural Alfredo Volpi.

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