Movimentos sociais vão às ruas pelo fim da escala de trabalho 6×1

Movimentos sociais vão às ruas pelo fim da escala de trabalho 6×1

Manifestações acontecem no feriado de 15 de novembro. Em São Paulo, ato ocorre a partir das 9h na avenida Paulista

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Com informações da Agência Brasil. Fotos de Pedro Salvador

Com o avanço da discussão sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) pelo fim da escala de trabalho 6×1, movimentos sociais convocam atos em todo o País para esta sexta-feira (15/11), feriado da Proclamação da República.

Em São Paulo, a manifestação está marcada para às 9h, na esquina das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio, região central. Ao menos outras seis capitais vão ter atos no mesmo dia: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Brasília e Porto Alegre.

Entre os movimentos que devem participar do ato na capital paulista, estão Vida Além do Trabalho (VAT), que tem pautado o assunto; e o Movimento Negro Unificado (MNU-SP), que aponta a maioria negra entre quem trabalha na escala 6×1.

“Nós do Movimento Negro Unificado em São Paulo sabemos que o trabalho precarizado tem cor, defendemos a conquista do direito a trabalho digno e sem Exploração”, diz, em nota.

Na manhã desta quarta-feira (13/11), a autora da proposta Erika Hilton (PSOL-SP) informou que a PEC atingiu o mínimo de 171 assinaturas de parlamentares que são requeridas para entrar em discussão na Câmara Federal. Até o fechamento deste texto, eram 194 assinaturas coletadas – a maioria, entre parlamentares de esquerda, de partidos como PSOL, PT, PC do B, PSB, PDT ou Rede.

O que diz a PEC

O movimento Vida Além do Trabalho (VAT) agitou as redes sociais e a imprensa nos últimos dias com a proposta de fim da escala de 6 dias de trabalho por 1 dia de folga, a chamada escala 6×1. O tema ficou entre os mais comentados da plataforma X.

Com a pressão social, aumentou o número de parlamentares que assinaram a PEC que estabelece a jornada de trabalho de, no máximo, 36 horas semanais e 4 dias de trabalho por semana no Brasil, acabando com a escalada de 6×1.

A proposta foi apresenta em 1º de maio deste ano inspirada no movimento VAT que, por meio de uma petição online, já recolheu mais de 2,3 milhões de assinaturas na internet a favor do fim da escala 6×1.

“[A jornada 6×1] tira do trabalhador o direito de passar tempo com sua família, de cuidar de si, de se divertir, de procurar outro emprego ou até mesmo se qualificar para um emprego melhor. A escala 6×1 é uma prisão, e é incompatível com a dignidade do trabalhador”, argumentou Erika Hilton em uma rede social.

“A carga horária abusiva imposta por essa escala de trabalho afeta negativamente a qualidade de vida dos empregados, comprometendo sua saúde, bem-estar e relações familiares”, alerta a petição online.

Ao menos outras duas PECs tratam da redução de jornada no Congresso Nacional, mas não acabam com a jornada 6 por 1, que é a principal demanda do VAT.

Trabalho em quiosque de alimentação no Terminal Grajaú

Trabalho em quiosque de alimentação no Terminal Grajaú (foto Pedro Salvador)

Apresentada em 2019 pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), a PEC 221/2019 propõe uma redução, em um prazo de 10 anos, de 44 para 36 horas semanais de trabalho sem redução de salário.

A PEC 221 inclui um novo dispositivo no artigo 7º da Constituição definindo que o trabalho normal não deve ser “superior a 8 horas diárias e 36 horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

Apesar de a proposta não vetar a escala 6×1, o parlamentar tem defendido uma jornada de até 5×2.

Outra proposta que reduz a jornada de trabalho em tramitação no Congresso Nacional é a PEC 148, de 2015, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS). A PEC define uma redução de 44 horas para 40 horas semanais no primeiro ano. Em seguida, a jornada seria reduzida uma hora por ano até chegar às 36 horas semanais.

A redução da jornada de trabalho no Brasil é uma demanda histórica de centrais sindicais. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) sempre pautou a redução da jornada de 44 horas para 40 horas semanais.

“Durante décadas, trabalhadores e entidades sindicais têm reivindicado a redução de jornadas extenuantes e o fim de escalas que desconsideram a saúde e o direito ao descanso dos trabalhadores”, defende a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), em nota apoiando o fim da jornada 6×1.

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