Encontro Estéticas das Periferias destaca culturas indígenas e nordestinas nas quebradas de SP

Encontro Estéticas das Periferias destaca culturas indígenas e nordestinas nas quebradas de SP

Em 14ª edição, evento acontece a partir de 28 de agosto em parceria com 45 coletivos de 25 territórios que margeiam a metrópole, e ressalta outras nuances da cultura negra nordestina e indígena em diferentes esferas, como a culinária

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Tempo de leitura: 4 minutos

Foto em destaque: Jerá Guarani (crédito: Thiago Borges)

O Encontro Estéticas das Periferias, mostra de arte e cultura periférica da cidade realizada pela ONG Ação Educativa, chega à sua 14ª edição em 2024. Desde sua primeira edição em 2011, o evento tem se estabelecido como uma plataforma essencial para a valorização das expressões culturais das bordas da metrópole paulistana, promovendo uma rica troca entre coletivos e comunidades locais.

A edição deste ano acontece em parceria com 45 coletivos culturais de 25 territórios da metrópole e aborda o tema “Culturas nordestinas e indígenas nas periferias de São Paulo”. O Encontro evidencia a contribuição de grupos frequentemente marginalizados, por meio de uma programação descentralizada e territorializada.

Clique aqui para conferir a programação completa.

A abertura acontece nesta quarta-feira (28/8), às 19h, com o espetáculo “Clariô no Estéticas: Veredas indigenordestinas das quebradas de São Paulo”. O espetáculo celebra a cultura afro-indígena do sertão do Cariri cearense, conectada às experiências das periferias paulistanas no Sesc Vila Mariana (rua Pelotas, 141 – zona Sul).

Já o ciclo de debates “Semeando o futuro e revelando o passado” mergulha nas raízes da favela para ilustrar como o encontro de lutas e imaginários dos povos indígenas, negros e nordestinos moldou culturalmente as comunidades periféricas de São Paulo. O Ciclo acontece nos dias 28 e 29 de agosto, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista – Centro)

Um bate-papo bem interessante sobre culinária entre o renomado chef Rodrigo Oliveira (do restaurante Mocotó) e a líder indígena Jerá Guarani (Aldeia Kalipety) discutirá as raízes indígenas na culinária nordestina, oferecendo uma visão profunda sobre a interseção entre essas culturas. Esse encontro acontece na quarta que vem (3/9), às 19h, no Mocotó (avenida Nossa Senhora do Loreto, 1100 – Vila Medeiros – zona Norte).

Entre outros destaques da programação, está a abertura da exposição de Auá Mendes, que conta com o lançamento do documentário Raízes Indígenas da Favela. O registro retrata de forma emocionante uma parte da história da luta dos povos indígenas do nordeste que construíram suas moradas nas favelas de São Paulo. O encontro ocorre na quinta que vem (4/9), às 19h, no Espaço Cultural Periferia no Centro (rua Gen. Jardim, 660 – Vila Buarque – Centro).

O evento também destacará a presença e a resistência dos povos indígenas nas periferias de São Paulo, incluindo as duas terras indígenas localizadas na cidade: Jaraguá e Parelheiros, considerando a sua contribuição cultural e social, e resiliência frente aos desafios impostos a essas comunidades.

De acordo com a cientista social e comunicadora indígena Naia Vitória, a arte sempre desempenhou um papel fundamental nas favelas paulistanas. “O Encontro será um espaço para explorar como as tradições e lutas dessas comunidades continuam vivas através de várias formas de expressão artística, incluindo gastronomia, música e performance”, diz.

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