Por Julia Vitoria. Edição de texto: Thiago Borges. Foto em destaque: Pedro Salvador
Entre esta sexta-feira e domingo (dias 27, 28 e 29 de janeiro), a primeira edição do Festival da Visibilidade Trans traz uma programação variada volta a pessoas LGBTrans. Promovido pela coletiva Travas da Sul, o evento acontece nesses 3 dias, entre 10h e 21h, no Centro Cultural Grajaú, que fica na rua Professor Oscar Barreto Filho, no Extremo Sul de São Paulo.
“A importância é dar visibilidade para os conhecimentos, saberes e para as produções que estão sendo feitas todos esses anos pela população trans da cidade. E convidar também as pessoas trans do território para que elas possam acessar alguns serviços que geralmente tão distantes da periferia”, conta Marcia Marci, 33 anos, jornalista e idealizadora da Travas da Sul.
No domingo, é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data faz referência ao ato nacional ocorrido em 29 de janeiro de 2004, quando pessoas trans lançaram em um ato em Brasília a campanha “Travesti e Respeito”, marco na história do movimento contra a transfobia e luta por direitos.
Para marcar a data, o festival na periferia de São Paulo conta com workshop produção cultural LGBTQIAP+ todos os dias, às 10h; de defesa pessoal com Simone Rodrigues, do projeto Ioga de Quebrada, no sábado e no domingo, das 12h às 13h; e orientação para retificação de gênero e nome nos registros civis, na manhã de sábado e na tarde de domingo.
No sábado, às 13h, a reverenda Alexya Salvador e a influenciadora e ativista Leandrinha Duart conversam sobre religiosidade na comunidade trans bate papo. Na sequência, às 15h, a codeputada estadual Caroline Iara, a covereadora Samara Sosthenes, a articuladora social Célia Regina Vieira e o pesquisador e educador Rhavi Ravenna abordam prevenção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e outras questões da saúde da população trans.
A programação tem ainda conversas sobre redução de danos, mercado de trabalho e apresentações artísticas diversas, com DJ Onika, All Ice, Apeagá Slam e o espetáculo Les Girls, entre outras atrações. Confira a programação completa aqui.
Para garantir o pagamento das pessoas convidadas e envolvidas na produção, a Travas da Sul está fazendo uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar R$ 20 mil – até o momento, foram doados R$ 700. Contribua aqui.
Articulação
Fundada em março de 2019, a coletiva Travas da Sul atua como espaço de acolhimento de pessoas LGBTQIA+ e prioriza pessoas trans, negras e periféricas para que tenham contato com a área cultural e artística.
“Hoje, funcionamos como uma rede de pessoas, de articulação e de instituições também. A gente atua com a coordenadoria de ISTs e AIDS de São Paulo, com ações de prevenção e testagem. Atuamos também com o Centro de Convivência É de Lei, através de ações de redução de danos no contexto de festas e contexto periférico e atuamos com a Casa Chama no acolhimento e direcionamento de pessoas trans”, explica Marcia.
Além dela, a coletiva conta com Diogo, Nica e Isabela Safira como integrantes e as colaborações pontuais como Vênuz Capel na gestão das redes sociais; e Alan Santoli, no design e identidade visual das atividades.
Outras ações
A Prefeitura de São Paulo também está realizando ações como de busca por vagas de emprego e oportunidades de qualificação profissional e estruturação de negócios de pessoas trans. As atividades acontecem até 1º de fevereiro. Saiba mais aqui.
E no domingo, ocorre a VI Caminhada Trans de São Paulo, um ato que busca lutar por acolhimento e inclusão da comunidade. A passeata, que é aberta à participação de todas as pessoas, está marcada para às 14h na avenida Paulista.
Julia Vitoria, Thiago Borges, Pedro Salvador