Apesar de mercado aquecido, emprego com carteira assinada e perto de casa é incomum na quebrada

Apesar de mercado aquecido, emprego com carteira assinada e perto de casa é incomum na quebrada

A taxa de desemprego caiu para 7,9% nos primeiros meses do ano, com 38 milhões de pessoas com carteira assinada no setor privado. Apesar disso, a maior parte dos empregos com CLT da ponte para cá se concentram em áreas que pagam salários menores. A gente mostra o cenário na terceira reportagem fotográfica da série "Trampo é Trampo"

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Fotos e entrevistas por Pedro Salvador. Texto: Thiago Borges

Já pensou ter a carteira de trabalho assinada, com todos os direitos trabalhistas garantidos e ainda trampar perto de casa? Caixa de supermercado, balconista de padaria, recepcionista de academia, vendedora na loja de roupas é o que geralmente encontramos em regiões periféricas.

A Periferia em Movimento acompanhou a rotina de trabalho de profissionais formais em quebradas da zona Sul de São Paulo, sobretudo na região do distrito do Grajaú.

Clique nas fotos para ampliar e conferir os detalhes!

De acordo com o Mapa da Desigualdade 2023, publicado pela Rede Nossa São Paulo, enquanto existem 70 postos de trabalho formal para cada 10 pessoas em idade economicamente ativa na Barra Funda, na Cidade Tiradentes esse índice é de 0,3 vaga por 10 habitantes. O distrito do Extremo Leste registra um número 229 vezes menor que o da região central da cidade.

Também há mais postos formais na Sé (42,9 vagas/10 hab.), Itaim Bibi (32,69), Pinheiros (22,43) e Santo Amaro (21,41) e menos em Anhanguera (0,37), Iguatemi (0,43), Brasilândia (0,48), Jardim Ângela (0,51) e Grajaú (0,54).

Nas periferias, a renda do trabalho formal também é menor. Enquanto na cidade de São Paulo, a remuneração média é de R$ 3.722, em 59 dos 96 distritos do município o valor fica abaixo disso e chega a R$ 2.200 em Artur Alvim (zona Leste).

Já um estudo divulgado em 2020 Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) mostra que a capital paulista é a mais desigual entre 20 cidades brasileiras quando o assunto é o acesso a emprego. As chances das pessoas que compõem a parcela 10% mais rica da capital morarem a 30 minutos de caminhada do trabalho são nove vezes maiores que as que fazem parte do grupo de 40% mais pobres.  

Se a gente exclui o serviço público – e aqui, considerando aqueles que são administrados por empresas e organizações conveniadas -, o que resta de trabalho formal nas periferias está concentrado em comércios e serviços de médio e grande porte, como lojas de grandes redes varejistas, por exemplo.

Vale acompanhar se veremos alguma mudança no futuro breve. 

Isso porque mais empregos estão sendo gerados e a taxa de desocupação está em queda em todo o País: o desemprego caiu para 7,9% no primeiro trimestre de 2024, menor índice em uma década. 

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada no final de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil fechou os primeiros meses do ano com 100,2 milhões de pessoas trabalhando e 8,6 milhões desocupadas – isto é, que estão procurando trabalho. 

O emprego com carteira assinada no setor privado cresceu 3,5%, chegando a 38 milhões de pessoas. Já o número de pessoas sem carteira que trabalham em empresas privadas subiu 4,5%, atingindo 13,4 milhões de postos. Por outro lado, o número de pessoas no trabalho informal se manteve instável, em torno de 39% da população ocupada. 

Trampo é Trampo

Ao longo do mês de maio de 2024, por meio de reportagens fotográficas, a série Trampo é Trampo mostra a rotina do trabalho formal, autônomo e do serviço público nas periferias paulistanas. Acompanhe na Periferia em Movimento.

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Fotos e entrevistas por Pedro Salvador. Texto: Thiago Borges

Já pensou ter a carteira de trabalho assinada, com todos os direitos trabalhistas garantidos e ainda trampar perto de casa? Caixa de supermercado, balconista de padaria, recepcionista de academia, vendedora na loja de roupas é o que geralmente encontramos em regiões periféricas.

A Periferia em Movimento acompanhou a rotina de trabalho de profissionais formais em quebradas da zona Sul de São Paulo, sobretudo na região do distrito do Grajaú.

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De acordo com o Mapa da Desigualdade 2023, publicado pela Rede Nossa São Paulo, enquanto existem 70 postos de trabalho formal para cada 10 pessoas em idade economicamente ativa na Barra Funda, na Cidade Tiradentes esse índice é de 0,3 vaga por 10 habitantes. O distrito do Extremo Leste registra um número 229 vezes menor que o da região central da cidade.

Também há mais postos formais na Sé (42,9 vagas/10 hab.), Itaim Bibi (32,69), Pinheiros (22,43) e Santo Amaro (21,41) e menos em Anhanguera (0,37), Iguatemi (0,43), Brasilândia (0,48), Jardim Ângela (0,51) e Grajaú (0,54).

Nas periferias, a renda do trabalho formal também é menor. Enquanto na cidade de São Paulo, a remuneração média é de R$ 3.722, em 59 dos 96 distritos do município o valor fica abaixo disso e chega a R$ 2.200 em Artur Alvim (zona Leste).

Já um estudo divulgado em 2020 Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) mostra que a capital paulista é a mais desigual entre 20 cidades brasileiras quando o assunto é o acesso a emprego. As chances das pessoas que compõem a parcela 10% mais rica da capital morarem a 30 minutos de caminhada do trabalho são nove vezes maiores que as que fazem parte do grupo de 40% mais pobres.  

Se a gente exclui o serviço público – e aqui, considerando aqueles que são administrados por empresas e organizações conveniadas -, o que resta de trabalho formal nas periferias está concentrado em comércios e serviços de médio e grande porte, como lojas de grandes redes varejistas, por exemplo.

Vale acompanhar se veremos alguma mudança no futuro breve. 

Isso porque mais empregos estão sendo gerados e a taxa de desocupação está em queda em todo o País: o desemprego caiu para 7,9% no primeiro trimestre de 2024, menor índice em uma década. 

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada no final de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil fechou os primeiros meses do ano com 100,2 milhões de pessoas trabalhando e 8,6 milhões desocupadas – isto é, que estão procurando trabalho. 

O emprego com carteira assinada no setor privado cresceu 3,5%, chegando a 38 milhões de pessoas. Já o número de pessoas sem carteira que trabalham em empresas privadas subiu 4,5%, atingindo 13,4 milhões de postos. Por outro lado, o número de pessoas no trabalho informal se manteve instável, em torno de 39% da população ocupada. 

Trampo é Trampo

Ao longo do mês de maio de 2024, por meio de reportagens fotográficas, a série Trampo é Trampo mostra a rotina do trabalho formal, autônomo e do serviço público nas periferias paulistanas. Acompanhe na Periferia em Movimento.

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