“Tem o Emicida, e eu sou o ‘suicida'”, diz Mano Brown

Mano Brown e música sobre traição não combinam? Reveja seus conceitos.

Recentemente, ele deu as caras com os Racionais com “Mil Faces de um Homem Leal”, letra engajada sobre o revolucionário Carlos Marighella, um dos maiores nomes negros da nossa história.

Mas na quinta passada (27/09), no show de lançamento do álbum “Homem Figa volume 1” de Terra Preta, Brown estava irreconhecível.

Piadista e galanteador, o maior nome do rap nacional cumpria uma promessa feita nos bastidores a outros convidados do show.

“Falei pra você, Rincon Sapiência. Falei pra você, Marechal”, dirigindo-se ao rapper carioca, que só ria em meio à plateia.

A um pequeno fã dos Racionais, de nove anos de idade, ele avisou: “Hoje não vai ter ‘Jesus Chorou’. Hoje, a noite é pra dançar”.

Brown cantou um funk (americano, não carioca) meio romântico, meio dançante, que a princípio deixou a plateia meio em dúvida se aquilo tava acontecendo de verdade. No final, todos estavam dançando.

“Tem rappers que é Emicida, e eu sou suicida”, sentenciou ele próprio, fazendo piada com a situação.

O show do Terra Preta, segundo Brown, foi um laboratório para suas apresentações futuras.

“Tem fã dos Racionais que é muito radical”, apontou Brown, que lembrou que em outras ocasiões em que mostrou seu lado mais ‘pop’ teve gente querendo bater nele.
Esse lado menos conhecido do principal rapper brasileiro evidencia um novo momento não só do movimento como também das periferias Brasil afora, onde a vida melhorou com o acesso maior ao consumo apesar das dificuldades que ainda batem à porta.

Agora, é esperar para ver o que Brown ainda tem a revelar.

PASSINHOS DO BROWN

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Thiago Borges