Quem mora em São Paulo passa 42 dias por ano no transporte público

Quem mora em São Paulo passa 42 dias por ano no transporte público

São 2h47 por dia, em média, no transporte público, segundo pesquisa da Rede Nossa São Paulo com o Ipec. Pessoas mais pobres são as principais usuárias do sistema

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Responder mensagens no whatsapp, fazer tarefas do trabalho, ler um livro, assistir a uma série, dormir. As opções são variadas para quem utiliza o transporte público na cidade de São Paulo. Afinal, quem mora na cidade passa em média 42 dias por ano dentro do ônibus, trem e metrô.

São 2h47 minutos por dia, em média, no transporte público. Em relação a 2023, há um aumento de 10 minutos por dia – ou 60 horas a mais – em relação ao levantamento do ano passado. Quem utiliza automóvel fica em média 2h28 por dia no trânsito, 18 minutos a menos que no ano passado.

É o que revela a Pesquisa Viver em SP 2024: Mobilidade Urbana, lançada em setembro pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec. A pesquisa ouviu 800 pessoas online ou em domicílio durante o mês de agosto, na capital paulista. Acesse aqui.

O trabalho aborda questões como o tempo de deslocamento na capital paulista nos diferentes modais, os meios de transportes mais utilizados e os principais problemas do transporte público, na percepção da população. A pesquisa também detalha questões específicas relacionadas à utilização de ônibus, bicicletas e automóveis, como segurança, pontualidade, conforto e frequência de uso.

Na média da cidade, todo mundo fica em média 2h25 por dia no trânsito. O tempo de deslocamento aumentou para quem vive no Centro (+ 13min) e nas zonas Sul (+ 22min) e Oeste (+ 14min); e caiu nas zonas Leste (- 21min) e Norte (- 15min).

Desigualdade no trânsito

Entre as pessoas que mais usam transporte coletivo, destacam-se as mais pobres e que se encaixam nas classes D e E (91%), com renda de familiar mensal de até 2 salários mínimos (74%) e sem carro particular (81%).

Já entre quem usa transporte individual, destacam-se quem tem carro particular (57%), renda familiar mensal maior que 5 salários mínimos (54%) e integrantes das classes A e B (51%).

Quatro em cada 10 pessoas deixam de visitar familiares e amizades por causa do preço da tarifa; e três em cada 10 deixam de realizar atividades de lazer pelo mesmo motivo.

Cerca de 66% das pessoas entrevistadas concordam totalmente ou em parte que a tarifa zero deveria ser estendida a todos os dias da semana.

Meios mais utilizados

O número de pessoas que utilizam transporte público com maior frequência vem aumentando gradualmente, ano a ano, desde a pandemia: era 45% em 2021 e subiu para 61% em 2024.

O ônibus municipal é o meio de transporte mais utilizado pela população (38% das pessoas), seguido pelo carro (23%) e pelo metrô (12%).

Motorista prepara viagem em ponto final da linha Cantinho do Céu - Shopping Interlagos

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O tempo médio de espera pelos ônibus nos pontos e terminais é de 24 minutos; em 2023, era de 21 minutos. Em 2024, cresceu o percentual de pessoas que esperam de 15 a 30 minutos e de 30 a 45 minutos.

Frequência (27%), lotação (24%) e pontualidade (16%) são os principais problemas dos ônibus, segundo a percepção da população.

Diminui a cada ano o número de pessoas que usam transporte particular ou individual: era 54% em 2021 e teve uma redução para 38% em 2024. Em 52% dos domicílios paulistanos há um carro de passeio da família; e 30% das pessoas dizem que usam carro próprio todos os dias ou quase todos os dias para se deslocar pela cidade. O principal motivo é o conforto, seguido pela lotação do transporte coletivo e pelo longo tempo de espera nos pontos e terminais.

E 12% das pessoas entrevistadas dizem que usam a bicicleta com maior frequência; 2% usam todos os dias; 3% quase todos os dias; e 7% de vez em quando. Roubos e furtos nas ciclovias e ciclofaixas são os motivos que mais inibem as pessoas de pedalar na cidade.

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