Povo faz primeira viagem com tarifa zero

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Nesta sexta-feira (11/04), a população da comunidade da Ponte Seca, no distrito de Marsilac, vai realizar a primeira viagem de ônibus com tarifa zero na cidade de São Paulo. Durante todo o dia, a partir das 05h30 da manhã, uma van vai percorrer o trajeto Mambu-Marsilac – cuja linha já foi aprovada pela Secretaria Municipal de Transportes, mas ainda não foi atendida. 

A linha popular de 13km de percurso foi a alternativa encontrada pelos moradores para demonstrar que é possível atender às demandas locais por transporte público. Isso inclui a melhoria das vias e a criação de duas novas linhas – a Reserva-Embura e a Mambu-Marsilac.

“Durante esse ano, fomos várias vezes à subprefeitura, participamos de reuniões e audiências públicas, ouvimos muitas promessas, mas nada mudou. Até agora, os burocratas só tentaram nos enrolar”, diz o comunicado do movimento Luta do Transporte no Extremo Sul, que apoia a mobilização, iniciada um ano atrás.

“Todos os moradores sabem e sofrem com a precariedade dos serviços públicos em nossa região, que impede que grande parte da população tenha acesso à diversos direitos básicos de qualquer cidadão. A inexistência de transporte público é uma delas, porque limita o acesso a serviços como saúde, lazer, cultura e educação – sem ônibus, muitas famílias são obrigadas a caminhar cerca de 15 km por vias precárias para conseguir ser atendidas na UBS”, continua.

Veja abaixo o percurso feito pela população:

 

Longe de tudo

O Marsilac é o distrito mais distante do marco zero de São Paulo: 60 quilômetros separam uma pequena vila no Extremo Sul até o centro de São Paulo.

Pouco mais de 8 mil pessoas vivem em uma área de 208 quilômetros quadrados. Teoricamente, uma média de 25 metros quadrados para cada habitante. Mas a realidade é bem diferente.

Localizado na Área de Preservação Ambiental (APA) Capivari-Monos, o maior distrito em dimensão territorial do município abriga nascentes, cachoeiras, animais silvestres e tem a maior área verde de São Paulo.

A distância do centro urbano permite um ar puro raro na metrópole, mas também gera problemas. Apenas uma linha de ônibus atende a região, ligando o bairro a Parelheiros. Veja na reportagem publicada ano passado pelo Periferia em Movimento.

 

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