“Nossa luta não cabe nas urnas”, dizia uma faixa erguida entre a manhã e a tarde desta quarta-feira (10 de setembro) em frente ao emblemático edifício Martinelli, no centro de São Paulo, onde está localizada a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) da Prefeitura.
Cientes de que a falta de teto não será resolvida independente do resultado das eleições que se aproximam, em torno de 800 moradores da ocupação Jardim da União (localizada no Grajaú, Extremo Sul da cidade) tomaram as ruas da região central para reivindicar moradia.
A ocupação surgiu em agosto de 2013 e resistiu a seis reintegrações de posse. Segundo integrantes da Rede de Comunidades do Extremo Sul, o Jardim da União conta com mais de 1.000 famílias cadastradas, além de horta e biblioteca comunitárias, cursos e atividades diversas. Saiba mais aqui.
Mas tudo pode vir abaixo, já que o acordo firmado com a Prefeitura de São Paulo prevê a permanência dessa população até dezembro de 2012.
Enquanto isso, a administração municipal ficaria responsável por encontrar um outro terreno para abrigar as famílias, já que o atual pertence à Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) do Governo do Estado de São Paulo.
Por isso, a sede da CDHU também foi ocupada: famílias inteiras, incluindo crianças de colo, levaram colchões e até fogões para o interior do prédio. Ao meio-dia, prepararam e serviram um almoço comunitário, enquanto do lado de fora aconteciam batucadas, capoeira e mais faixas de protesto eram levantadas.
O protesto terminou por volta das 15h, após a Sehab se comprometer com os manifestantes a negociar um terreno no Extremo Sul da cidade até a próxima quarta-feira (17).
Redação PEM