“Garimpo Yanomami”, de Clarianas e Ehuana Yanomami
A música traz a emoção, a ancestralidade, a reflexão para o que se deve prestar atenção e também a denúncia. E marca nesta sexta-feira (28/4) às 21hrs o lançamento do primeiro videoclipe da carreira das Clarianas (foto de capa), artistas da música e do teatro de Taboão da Serra (SP).
“Garimpo Yanomami” apresenta questões do sistema opressor do garimpo, situação urgente que o povo ianomâmi está sofrendo. A obra aborda a fome de crianças e pessoas adultas indígenas, a destruição das matas e dos rios e a crueldade de garimpeiros abusadores de mulheres, com a participação especial da ativista indígena Ehuana Yanomami, que percorre o mundo em defesa do seu povo. Confira aqui em todas as plataformas e veja o clipe abaixo:
Confira o clipe de “Garimpo Yanomami” hoje às 21hrs
“Além do Lá”, de Aláfia
Sabe quando pedem novas músicas na caixinha do Instagram? O novo EP de Aláfia é daquelas indicações que vão marcar no primeiro play. Emana ancestralidade e leveza, com o gingado do funk, o jazz, o hip hop, o afrobeat e a música de terreiro.
Em comemoração aos 10 anos de carreira da banda Aláfia, que significa “caminhos abertos” em iorubá, surgiu “Além do Lá”. O álbum nasceu na pandemia e aborda as questões do dia a dia, como amor, luta, família, prazer e o destino.
O EP ainda conta com presenças que iluminaram o disco, como Mateus Aleluia, Vovó Cici de Oxalá, Mãe Neide Ribeiro, Salloma Salomão, Babá Ifatide Ifamoroti e Anielle Franco. Confira a playlist abaixo e o clipe da música “A brisa avisa que a chuva vem” do EP.
“Devoção”, de Janine Mathias
Para passar pelos dias mais difíceis é preciso ter muita ginga nos pés. E ao ouvir “Devoção”, de Janine Mathias, você vai caminhar pela ancestralidade do samba. “O samba é muito mais que carnavais, é a força de um povo que luta, só sabe dizer quem sentiu, o samba é quem conta a história do nosso Brasil”, canta ela. A música fala sobre a presença do samba na rotina, como um estilo de vida. Vamos sambar?
“Urutau”, de NIWA
De raízes japonesas e indígenas, NIWA do olhar de não-lugar e mostra a força que há em pertencer, afirmar e não tornar como verdade as imposições feitas pela sociedade branca patriarcal para criar “Urutau”.
“Jesus de Cyclone”, de Artelheiro
Cria da zona Sul paulistana, o artista apresenta o clipe da música que faz parte do seu primeiro EP, “A Epopeia de Charles”. O álbum revela as diversas formas de ser e existir dentro da cultura funk, principalmente nas periferias de São Paulo. O personagem Charles foi inspirado no Anjo 45 de Jorge Ben. É um personagem-entidade que tem muitas vozes, é a personificação dos meninos e homens pretos que nasceram em um território de desencanto.
“Devastada”, de Lurdes da Luz
O álbum é uma leitura da artista sobre o que é ser uma mulher latinoamericana na atualidade e a recuperação pós-tempos difíceis. Na estética musical, o hip hop é o fio condutor, mas o disco também conta com o ritmo do forró por inspirações do Nordeste, além de Cuba e Caribe. “Esse é EP é sobre o renascimento que estamos tendo neste momento. É a natureza que se refaz através do amor”, explica a artista.
“Amanhecer”, de Rafael e Ravih
“A vida recomeça em cada amanhecer”, diz a música de Rafaeu e Ravih, que aborda possibilidades para um novo futuro, fala de recomeços e que nada é permanente. A música faz parte do álbum #Órbita913 e foi inspirada em nomes consagrados da música popular brasileira, como Djavan, Mayra Andrade, Raul Seixas, Maria Bethânia e Secos Molhados. Rafaeu é do extremo da zona Leste de São Paulo; Ravih, do Extremo Sul, emParelheiros. Ouça e entre em outra órbita:
“Lady da Quebrada”, de MC Soffia
A música representa uma nova fase da MC Soffia e alavancou os números do Spotify de 12 mil para 100 mil ouvintes mensais na plataforma. Logo, o público pediu um clipe, que resultou no lançamento em março deste ano. A narrativa se passa num momento de lazer, mas de forma natural a artista aponta uma questão de desconforto das mulheridades nos transportes públicos e manifesta: “Ô, cara abusado, o que que cê quer? / Sai do meu lado, vai, mete o pé”.
“Salve a favela”
A realidade vivida nas periferias diante da opressão policial precisa de atenção, com foco especial ao que está rolando no Rio de Janeiro. Em “Salve a favela!, a narrativa se desenrola na “confusão” feita por policiais ao verem armas nas mãos de jovens e pessoas trabalhadoras portando algum objeto.
O filme feito pela Kondzilla e MainStreet Redord é uma denúncia de 7 minutos, conta com cenas baseadas em histórias reais e na voz estão Bielzin, Borges, Mc Cabelinho e Poze do Rodo, artistas do trap (subgênero do rap/hip hop que surgiu na década de 2000).
Elisabeth Botelho