Com informações da assessoria de comunicação. Foto: Paulo Pereira
O mundo poderá ter um milhão de pessoas empurradas para a pobreza extrema a cada 33 horas em 2022, quase a mesma velocidade do surgimento de novos bilionários durante a pandemia (um a cada 30 horas). É o que aponta o novo estudo da Oxfam Lucrando com a dor, lançado no último domingo (22/5), às vésperas da reunião presencial do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça).
Outro levantamento recente da organização, de abril, apontou que 2022 pode registrar mais 263 milhões pessoas empurradas para a extrema pobreza em todo mundo. Veja aqui.
A pesquisa diz ainda que o total de 2.668 bilionários do mundo – 573 a mais que em 2020 — tem uma fortuna que chega a US$ 12,7 trilhões, um aumento de US$ 3,78 trilhões. A riqueza total dos bilionários do mundo é hoje equivalente a 13,9% do PIB global – quase 3 vezes maior do que o verificado em 2000 (4,4%). Grandes empresas dos setores de energia, alimentação, tecnologia e medicamentos tiveram lucros acima da média, enquanto salários ficaram estagnados e os preços de itens básicos subiram.
“O aumento das fortunas de um pequeno grupo de pessoas enquanto a maioria da população do mundo enfrenta o drama da fome, falta de acesso à saúde e à educação, falta de perspectiva de vida, é aviltante. Os valores humanos estão escorrendo pelo ralo dos privilégios e da concentração de renda, riqueza e poder”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
O que fazer?
De acordo com o relatório, a pandemia aprofundou a desigualdade de renda, de gênero e de raça, além da saúde. No Brasil, especificamente, a organização aponta que na cidade de São Paulo as pessoas nas áreas mais ricas vivem 14 anos a mais do que as habitantes de regiões mais pobres. Além disso, citou estudo recente sobre as condições de vida de populações negras e indígenas no País.
Para mudar o cenário, a organização recomenda a taxação dos lucros de bilionários para financiar a ajuda a pessoas que enfrentam altos custos de alimentação e energia no mundo. Como exemplo, cita a Argentina, que criou um imposto especial para milionários.
A Oxfam também recomenda criar um imposto temporário sobre lucro excedente aplicado às 32 empresas que mais lucraram em 2020, gerando US$ 104 bilhões em arrecadação. Outra iniciativa seria a criação de impostos permanentes sobre riquezas, com taxas de 2% a milionários a 5% para bilionários – o montante seria suficiente para tirar 2,3 bilhões de pessoas da pobreza extrema.
Redação PEM