Uma das rodas de samba mais conhecidas em São Paulo completa dez anos neste domingo (30 de agosto). E tem festa para comemorar. Mais de 3 mil pessoas são esperadas.
Criado em 2005 por um grupo de amigos do Grajaú, Extremo Sul de São Paulo, o Pagode da 27 acontece no logradouro de mesmo nome: a “Rua 27”, outrora considerada das mais violentas da cidade.
“A gente sempre se reunia aos domingos em um boteco ou na casa de alguém para fazer um samba, compor e tocar músicas inéditas”, lembra Jefferson Santiago, compositor e percusionista do Pagode da 27. “Na época, já tinha o Samba da Vela [na Casa de Cultura Santo Amaro] e outras comunidades de samba forte. Por isso, pensamos em fazer algo parecido na nossa região”.
A roda de samba começou tímida, na calçada, para não atrapalhar o tráfego. Mas o movimento aumentou. Fãs cruzam a cidade e vêm até de Embu as Artes, enquanto moradores da 27 aproveitam para vender pastel e cerveja aos domingos – quando o pagode recebe, em média, 300 pessoas.
Hoje, além de revelar novos compositores, o Pagode da 27 também atrai e “abastece” o repertório de sambistas renomados como Leci Brandão e Jorginho da Cuíca.
Os fundadores da roda de samba buscam amenizar as dificuldades sociais do Grajaú com arrecadação de alimentos para instituições locais. O principal problema da rua 27 – a violência – não estava na “pauta” do grupo, mas diminui à medida em que o espaço é ocupado e ressignificado.
“Muitos moradores do próprio bairro não iam à 27 por isso. Mas depois que começamos o samba, esse histórico ficou para trás”, completa Santiago. “É uma vitória essa mudança de visão da rua, que hoje é tida como espaço cultural. Virou rua de lazer”.
Anotaí!
10 anos de Pagode da 27
Quando? Domingo, 30 de agosto, a partir das 16h
Onde? R. Manuel Guilherme dos Réis, 500 – Parque Grajaú – Extremo Sul de São Paulo
Redação PEM