Tudo sobre a Olimpíada 2024: Igualdade de gênero, chances de medalhas e atletas das periferias para acompanhar

Tudo sobre a Olimpíada 2024: Igualdade de gênero, chances de medalhas e atletas das periferias para acompanhar

Como o Brasil estará representado nos Jogos de Paris? O que eu não posso perder? A gente traz as principais informações para você! Confira!

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Por Paula Sant’Ana. Edição: Thiago Borges. Arte: Rafael Cristiano

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 começam oficialmente nesta sexta-feira (26/7) e seguem até dia 11 de agosto. Teremos 32 esportes na edição deste ano, sendo 48 modalidades ao todo. Apesar do start oficial ser apenas na sexta, nesta quarta-feira (24/7), o rúgbi de 7 e o futebol masculino abrem a competição esportiva. Na quinta-feira (25/7), ainda antes da estreia, os duelos do futebol feminino, handebol feminino e o tiro com arco também também têm início.

É muita coisa, né? Por isso, a Periferia em Movimento reúne as informações mais importantes para acompanhar a competição.

A seguir, trazemos o que você precisa se atentar; em como o Brasil chega nesta edição e quais são as maiores chances de medalha; a maior presença de mulheres na disputa; e quem são atletas de periferias e favelas para prestar atenção.

Como o Brasil chega nos Jogos?

O Brasil vem de um retrospecto positivo de conquistas.

Fernanda Lucki

Fernanda Lucki

Em 2021, nas Olimpíadas de Tóquio 2020, conseguimos 21 medalhas, um recorde para o País. Dessas, 7 foram de ouro, 6 de prata e 8 de bronze, o que garantiu ao Brasil a 12ª colocação no ranking. Elas foram alcançadas em 13 modalidades.

“É difícil de cravar, mas acho que é possível, tem chance disso acontecer ou pelo menos ficar muito próximo do que foi Tóquio. O ponto positivo é que a gente chega brigando em várias modalidades. Então a gente tem boas chances de medalhar”, destaca Fernanda Lucki, 26 anos, jornalista esportiva especializada em esportes olímpicos.

Atletas do Brasil participam de 39 das 48 modalidades e têm mais chances de medalha no skate, com om Rayssa Leal e Pâmela Rosa; canoagem, com Isaquias Queiroz; ginástica artística, com Flávia Saraiva e Rebeca Andrade; maratona aquática, com Ana Marcela Cunha; tênis, com Bia Haddad; vôlei feminino; surfe, com Gabriel Medina; boxe, com Bia Ferreira; judô, com Mayra Aguiar e handebol feminino.

“Acredito que o Brasil está num grande momento no esporte feminino e tem ótimas chances com Rebeca Andrade, Rayssa Leal, Beatriz Ferreira, Mayra Aguiar, Ana Patrícia e Duda, Seleção Feminina de Futebol e torcendo por todas, sempre!”, complementa Mônica Saraiva, 36, jornalista, diretora e cofundadora do projeto pedagógico Gondwana Futebol & Cultura.

Busca por igualdade

Paris 2024 prometeu trazer uma marca histórica. Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), 50% das vagas seriam destinadas a homens e os outros 50% às mulheres. Porém, a estimativa é que tenhamos cerca de 150 homens a mais.

Seria um fato inédito, mas de acordo com análises, não deve acontecer este ano. Apesar de termos mais homens que mulheres, essa Olimpíada é a que mais se aproxima da igualdade na história.

Em 1924, a capital francesa foi palco dos Jogos pela segunda vez. Naquele ano, foram 135 mulheres contra 2.954 homens. Assim, nos últimos 100 anos, a presença feminina na competição cresceu mais de 40 vezes.

Mônica Saraiva, jornalista e consultora

Na delegação brasileira, o resultado deste ano é ao contrário. Serão 277 atletas, sendo 153 mulheres e 124 homens, com elas correspondendo a 55%. Esta é a primeira vez na história que o número de brasileiras enviadas será maior que o de brasileiros.

“Fiquei muito feliz. Por ser mulher e acreditar na potência que também temos no esporte. E também incentiva as meninas a praticarem cada vez mais, principalmente como saúde, lazer, direito de atuar com o seu corpo sem ser sexualizado”, avalia Mônica Saraiva.

“Essa conquista é resultado de muita coisa que vem acontecendo ao longo dos anos. A Olimpíada é só o ápice do momento, mas é construída todo dia”, ressalta Fernanda Lucki

Atletas de periferias e favelas para acompanhar

Abner Teixeira, boxeador

Abner Teixeira, boxeador

Abner Teixeira, 27 anos, é natural de Osasco, na Grande São Paulo. O boxe entrou na vida de Abner aos 14 anos, quando visitou um treino do projeto social chamado “Boxe – uma luz para o futuro”, da cidade de Sorocaba, no interior paulista.

Conquistas:

          • Campeonato Brasileiro Juvenil – 2013, 2014;
          • Campeonato Brasileiro Elite – 2015, 2016.
          • Ouro no Campeonato Brasileiro Juvenil – 2013, 2014;
          • Ouro no Campeonato Brasileiro Elite – 2015, 2016;
          • Ouro no Torneio sul-sudeste;
          • Medalhas: 1 no Pan Lima 2019 e 1 nas Olimpíadas Tóquio 2020

 

Rebeca Andrade, ginasta

Rebeca Andrade, ginasta

Rebeca Andrade, 25 anos, é nascida e criada em Guarulhos, na grande São Paulo. Rebeca cresceu em um lar humilde, sustentada sozinha pela mãe, Rosa Santos, empregada doméstica e mãe de 8 filhos. Com o sucesso, passou a ser chamada de “Daianinha de Guarulhos”, sendo comparada com a ex-ginasta e referência Daiane dos Santos. Foi a primeira brasileira medalhista na ginástica artística.

Conquistas:

          • Medalhas Olímpicas: 2 (1 ouro e 1 prata);
          • Medalhas em Campeonatos Mundiais: 9 (3 ouros, 4 pratas e 2 bronzes);
          • Medalhas em Jogos Pan-Americanos: 4 (2 ouros e 2 pratas);
          • Medalhas em Copas do Mundo: 19 (7 ouros, 9 pratas e 3 bronzes).

 

Viviane Lyra, atleta

Viviane Lyra, atleta

Viviane Lyra, 30 anos, é natural do Rio de Janeiro. Desde jovem foi envolvida com a carreira atlética, mas enfrentou diversas dificuldades. Para ter seu sustento, vendia pastel nas feiras das periferias do Rio. A situação financeira dela só mudou em 2022, mesmo já tendo disputado competições grandes do mundo esportivo anteriormente. Hoje, a atleta do Praia Clube é uma das esperanças do atletismo brasileiro e nutricionista consolidada.

Conquistas:

          • Ouro no Campeonato Pan-Americano de Marcha Atlética;
          • Ouro nos 35 km do Sul-Americano de Marcha Atlética

 

Rafaela Silva, judoca

Rafaela Silva, judoca

Rafaela Silva, 32 anos, é nascida e criada na comunidade da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Aos oito anos, Rafaela entrou no Instituto Reação porque seus pais buscavam uma alternativa que pudesse tirá-la das brigas de rua.

Conquistas:

          • Medalhas Olímpicas: 1 (ouro);
          • Campeonatos Mundiais: 7 (2 ouros, 3 pratas e 2 bronzes);
          • Jogos Pan-Americanos: 4 (1 ouro, 2 pratas e 1 bronze);
          • Jogos Mundiais Militares: 2 (ouro)

 

Henrique Marques, taekwondo

Henrique Marques, taekwondo

Henrique Marques, 20 anos, é natural de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Em 2023, ele foi diagnosticado com arritmia cardíaca, chegou a perder o Pan de Santiago e quase teve que se aposentar do esporte.

Conquistas:

          • 2x campeão brasileiro;
          • 3x campeão com a Seleção Brasileira;
          • Medalhas em Pan-Americanos: 3 (2 prata e 1 bronze);
          • Medalhas em Jogos Sul-Americanos: 2 (1 ouro e 1 prata);
          • Ouro no Canadá Open e prata no US Open;
          • Campeão do Aberto de Luxemburgo 2024.

Pra ficar ligade!

Paris, capital da França, está 5 horas à frente do horário de Brasília e sedia o evento esportivo pela terceira vez na história.

Rafaela Silva campeã olímpica nos Jogos Rio 2016. Gaspar Nobrega COB

Rafaela Silva campeã olímpica nos Jogos Rio 2016. Gaspar Nobrega COB

A Globo transmite a Olimpíada na TV aberta, além dos canais por assinatura SporTV e na plataforma de streaming GloboPlay. Outra opção é a CazéTV, disponível no YouTube, na Twitch e aos assinantes do Prime Video.

Se você é do time que gosta de assistir esportes rodeado de gente e atração, o Festival Olímpico Time Brasil pode ser uma boa escolha. A fan fest oficial dos Jogos Olímpicos vai contar com uma super programação, desde transmissão das disputas até a participação de ex-atletas. As atrações acontecem de 20 de julho a 11 de agosto de 2024.

 

Confira as estreias das principais modalidades

Futebol Considerado a grande paixão nacional, o futebol na categoria masculina começa no dia 24 de julho. Porém, este ano, não teremos o Brasil para torcer. É importante destacar que a Seleção Brasileira vinha de duas medalhas de ouro (Rio 2016 e Tóquio 2020).

Já o futebol na categoria feminina estreia no dia 25 de julho. As Guerreiras do Brasil estão classificadas e fazem a estreia diante da Nigéria, às 14h. Dentre os destaques, podemos citar a convocação de Marta, aos 38 anos, e a não convocação de Cristiane, de 39 anos. Zaneratto está fora por conta de lesão. A Seleção Brasileira Feminina tem duas medalhas de prata, nos Jogos de Atenas 2004 e Pequim 2008 e vai em busca do ouro inédito.

Marcelinho_Huertas, um dos destaques do basquete do Brasil (Foto FIBA)

Marcelinho_Huertas, um dos destaques do basquete do Brasil (Foto FIBA)

Basquete Na contramão do futebol, o basquete nacional contará com a presença dos homens, mas não das mulheres. A Seleção Brasileira de Basquete Masculino chega a sua 14⁠ª participação nos Jogos Olímpicos e estreia diante da França, no dia 27 de julho, às 12h15. O Brasil soma três medalhas olímpicas no basquete masculino, todas de bronze: Londres 1948, Roma 1960 e Tóquio 1964. As disputas do feminino começam no dia 28.

Vôlei Brasil está garantido em ambas as categorias. O masculino estreia no dia 27 de julho, às 8h, contra a Itália. Já o feminino estreia dia 29 de julho, às 8h, contra o Quênia. Somando as duas categorias, o Brasil já conquistou um total de 11 medalhas olímpicas e vai em busca de mais em Paris 2024.

Handebol Assim como no futebol, no handebol o Brasil está garantido apenas na categoria feminina. As meninas estreiam no dia 25 de julho, às 4h, contra a Hungria. A seleção vem de um ouro no Pan Santiago 2023, sendo a sétima medalha de ouro consecutiva. Porém, o Brasil nunca conquistou uma medalha olímpica.

Natação Tanto a categoria feminina quanto masculina estreiam no dia 27 de julho. A delegação brasileira contará com 18 atletas.

Skate As disputas da categoria masculina começam no dia 27 de julho e a feminina no dia 28. A delegação brasileira contará com 12 atletas.

Surfe Previsto para começar dia 27/07, tanto feminino quanto masculino. Segundo a organização, a competição de surfe será realizada durante quatro dias em um período de nove dias, dependendo das condições climáticas. Apesar dos Jogos acontecerem em Paris, o surfe acontecerá no Taiti (Polinésia Francesa). No total, teremos seis atletas brasileiros.

Ginastas do Brasil (Foto-Marina Ziehe COB)

Ginastas do Brasil (Foto-Marina Ziehe COB)

Ginástica artística As disputas da categoria masculina começam no dia 27 de julho e a feminina no dia 28. A delegação brasileira contará com 7 atletas. Rebeca Andrade é um dos nomes mais requisitados de Paris 2024, após ter vencido duas medalhas em Tóquio 2020 e ter ido bem no Pan Santiago 2023. O Time Brasil também contará com seis atletas no total.

Judô Tanto a categoria feminina quanto masculina estreiam no dia 27 de julho. A delegação brasileira contará com 13 atletas.

Tênis Tanto a categoria feminina quanto masculina estreiam no dia 27 de julho. A delegação brasileira contará com 5 atletas.

Atletismo Tanto a categoria feminina quanto masculina estreiam no dia 01° de agosto. A delegação brasileira contará com 42 atletas.

Confira toda a programação e horários no site oficial dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

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