O medo dos homens de se relacionar com mulheres com deficiência

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Texto publicado na revista “Bem vindo A.Nó.S.” da Associação Nosso Sonho de Reabilitação e Integração de Pessoas com Deficiência.

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Por Elisangela Rodrigues*

 

“Homem e Mulher – A Descoberta”

Alguns homens têm medo de novas possibilidades de relações. Partindo dessa premissa, talvez possamos pensar, porque alguns homens preferem não admitir que sentem atração por mulheres com deficiência? Será que têm medo de causar sofrimento a mulheres que aparentam fragilidade? Ou não querem enfrentar o preconceito da sociedade. Talvez imaginem que essas mulheres não precisam vivenciar uma relação?

As mulheres com deficiência podem provocar desejo como as outras, embora alguns homens neguem para si mesmo esse fato.

Homens e mulheres sentem que a sociedade questiona suas escolhas afetivas. Espera-se que as pessoas conquistem alguém que se encaixe nos padrões sociais. Ao decidir fazer a escolha de se relacionar com uma parceira deficiente, os homens transgridem uma regra implícita. A expectativa que a pessoa com deficiência coloca sobre seu parceiro pode ser um dos obstáculos para um possível envolvimento.

Esse envolvimento não necessariamente implica em compromisso ou em uma relação romântica. Às vezes, apenas diversão é o suficiente. Os homens se sentem responsáveis pela deficiente, acreditando que devem cuidar dela. Pensam que por sua condição, as deficientes são dependentes, física e afetivamente, de seus eventuais parceiros.

Conhecer alguém com deficiência é sempre um território novo e pouco explorado por quem não tem essa vivência. Porém, nesse território, os homens podem se surpreender e viver situações inovadoras. É só abrir a cabeça e perder o medo do que nunca foi vivido.

Mulher é sempre mulher, independente de sua condição física. Não é o fato de ser deficiente que faz com que precisem de mais atenção, carinho ou outras cositas mais… Portanto, quando uma mulher, com deficiência ou não, busca um homem, ela não procura ajuda, mas sim afeto, troca, cumplicidade, parceria, sonhar e construir juntos.

É certo que nenhuma mulher vem com manual de instruções. Diante dela, o homem não deve reprimir o que sente, mas sim aventurar-se na descoberta da parceira que ele poderá conhecer. Descubra-se e se deixe descobrir.

*Elisangela Rodrigues é formada em psicologia e é repórter colunista da revista “Bem vindo A.Nó.S”. Por conta da paralisia cerebral ela usa cadeira de rodas.

2 Comentários

  1. Me chamo Emerson, tenho 46 anos de idade, ainda estou solteiro e sem filhos até hoje, porque as mulheres me discriminam não só por eu ser deficiente físico, e também por ter epilepsia. mas não desisto de buscar alguém que queira um relacionamento sério comigo. Meu zap é 064 99296 7116

  2. Yeda Maria Almeida de Barros disse:

    Gostei do texto, direto e real, vivi entre junho de 2015 e junho de 2018 um relacionamento de amor com um homem que chegou a gritar que me amava mas não suportou o preconceito e foi embora.

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