#NossoBonde: “As periferias têm muitas necessidades, mas também têm muitas riquezas”

#NossoBonde: “As periferias têm muitas necessidades, mas também têm muitas riquezas”

Fundador da A Banca, DJ Bola é cria do Jardim Ângela e faz parte de #NossoBonde

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Tempo de leitura: 4 minutos

Como sua quebrada é vista no restante da cidade?

​Nascido e criado no Jardim Ângela, Marcelo Silva Rocha cresceu diante da omissão do Estado e da violência que atingiu essa periferia da Zona Sul de São Paulo nos anos 1990 – quando a região chegou a ser considerada a mais violenta do mundo. E na mesma época, encontrou nos Racionais MCs e em outros agentes dos quatro elementos do Hip Hop um meio de fortalecer a própria identidade. “Eu vivi essa transição pela cultura”, diz ele, que ficou conhecido como DJ Bola.

Bola faz parte do #NossoBonde, série que a Periferia em Movimento publica todas as segundas-feiras de 2019. Neste ano em que completamos uma década de jornalismo de quebrada, convidamos moradoras e moradores das quebradas que nos ajudaram a refletir sobre a realidade na perspectiva periférica ao longo desse período – e, também, pra saber como imaginam os próximos 10 anos.

Atualmente com 38 anos de idade e pai de três crianças, o Bola é referência pelo trabalho que faz na A Banca. Fundada em 1999 como movimento juvenil, A Banca é uma produtora cultural social de impacto positivo que utiliza a música, a cultura Hip Hop, a educação popular e a tecnologia para promover a inclusão, fortalecer a identidade e o empreendedorismo juvenil da periferia.

“O que mudou de 10 anos pra cá é que essa mesma quebrada que eu vivo veio se transformando em um espaço potente de ideias de pessoas que nascem aqui e conseguem conectar o seu sonho com o que é preciso fazer. A quebrada, que era o lugar mais violento do mundo, hoje é uma das maiores potências do mundo que utilizam a economia criativa, negócios sociais, a cultura, a música, a arte pra sobreviver e impactar as pessoas. Essa é uma percepção da mudança no meu território”

Marcelo Rocha, fundador da A Banca e morador do Jardim Ângela, zona Sul de São Paulo
Foto: Mariana Caires / Thiago Borges (Periferia em Movimento)
Show dos Racionais MCs no evento Hip Hop Conectando Quebradas, promovido pela A Banca em 2015, no Jardim São Luís ( Foto: Mariana Caires / Thiago Borges – Periferia em Movimento)

Além dos eventos relacionados à cultura, A Banca promove a capacitação e conexão de outras iniciativas de quebrada com o Fórum e Aceleradora NIP (Negócios de Impacto Periféricos) com a proposta de aprimorar as ações de grupos, coletivos e empresas periféricas na resolução de problemas cotidianos das próprias periferias em diferentes áreas – da saúde à educação, do meio ambiente à moradia. A Periferia em Movimento, inclusive, participou do processo no segundo semestre de 2018.

“A periferia tem muitas necessidades, mas também tem muitas riquezas. Muitas pessoas que estão vivendo seus sonhos e sendo resilientes com essa fase de governo que vem prejudicando quem está na ponta, na base da pirâmide”, observa Bola. “A periferia vai trazer diversas curas e metodologias pra gente rever nosso jeito de viver enquanto sociedade”.

5 Comentários

  1. […] as vozes vindas das margens da cidade. Os cinco integrantes atuam na produtora cultural social A Banca e, por meio da […]

  2. […] projeto é realizado pela A Banca, do Jardim Ângela, Zona Sul de São Paulo; e o Instituto Procomum, da Baixada Santista, com apoio […]

  3. […] Negócios de Impacto da Periferia (ANIP), que recebe inscrições para o Lab NIP. Desenvolvido pela A Banca, Artemisia e Fundação Getúlio Vargas, o programa gratuito é voltado a empreendedores e […]

  4. […] empreendedores, investidores e atores relevantes ligados a essa cena nacional”, afirma Marcelo Rocha, conhecido como DJ Bola um dos fundadores da ANIP. “Não dá mais para sermos clientes, […]

  5. […] pela A Banca e o Social Good Brasil com apoio do B3, o projeto vai  trabalhar 7 competências nas formações: […]

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