Do Centro de Mídia Independente (CMI)
Por volta das 21h de domingo um foco de incêndio se iniciou no Morro do Piolho. Os bombeiros chegaram rapidamente ao local por ter uma base ali próxima, porém, os moradores relataram que as primeiras viaturas chegaram sem água. Junto com os bombeiros chegou ao local a Polícia Militar, que, segundo os moradores, passaram a obstruir o acesso dos moradores ao Morro do Piolho.
Sem água, sem acesso ao Morro e sem combate ao fogo, os moradores começaram com atitudes individuais de ação. Alguns pegaram os tapumes da construção do monotrilho para reerguer uma nova moradia, outros juntavam seus pertences na própria Av. Água Espraiada (atual Av. Roberto Marinho).
Segundo o coronel Sérgio Moretti, comandante da operação do Corpo de Bombeiros, o problema em um hidrante próximo ao Morro foi solucionado com o acesso a outros hidrantes próximos, porém, em conversa filmada entre funcionários da Sabesp e bombeiros, não havia água em um raio de 500 metros. “A Sabesp tem fechado a água aqui na região do Campo Belo depois das 22h”, dizia um dos bombeiros sem ter o que fazer para combater o fogo que já durava 2h. A solução encontrada era abastecer os 37 caminhões utilizados na operação a uma distância de 8km do Morro do Piolho.
Segundo a Defesa Civil, cerca de 600 famílias ficaram desalojadas e o resultado foi o que a especulação imobiliária mais queria: 90% do Morro do Piolho foi incendiado. Segundo informações do levantamento Fogo no Barraco, a valorização do m² na região cresceu de R$3.200 em 2008 para R$9.500 em 2014.
Não foi a primeira vez que a comunidade sofreu com um incêndio. Ano passado um incêndio de menor proporção atingiu a comunidade e já havia sido constatado o problema nos hidrantes da região. Na época o Corpo de Bombeiros encaminhou um relatório ao Ministério Público e a Sabesp realizou a troca de alguns hidrantes, porém, o Corpo de Bombeiros não tem acesso a esse novo sistema de hidrante.
Redação PEM