Boa parte da estrutura e verba para produção de conteúdo informativo no Brasil está nas mãos de poucas famílias, que por sua vez controlam quais são os assuntos e as vozes que merecem destaque em seus veículos de comunicação. Saiba mais sobre isso aqui. Mas isso está mudando. O avanço da internet e o surgimento de novas tecnologias permitem que mais brasileiros tenham acesso a conteúdos e ferramentas antes restritos e, com isso, a uma diversidade maior de narrativas e opiniões.
O ano de 2016 não foi fácil, mas as dificuldades propiciaram uma série de rupturas. No Periferia em Movimento seguimos avançando com outros coletivos e mídias livres para combater esse oligopólio. Produzimos mais de 60 reportagens e artigos próprios, mais de 20 vídeos, além de publicarmos mais de 400 notas diárias, buscando dar visibilidade a quem está na frente de luta pela garantia de direitos nas quebradas – principalmente aqui no Extremo Sul de São Paulo, onde nascemos, atuamos e estamos articulados. Com isso, chegamos a uma média de 120 mil pessoas por mês em nossos canais – site, redes sociais e Youtube. Isso significa um crescimento de 200% em um ano.
Ainda é pouco, certo? Por isso apostamos na democratização da mídia na prática, promovendo cursos, oficinas, palestras e vivências sobre periferias, comunicação e direitos humanos. Ao todo, foram mais de 350 horas (100 horas a mais que em 2015) de encontros de aprendizagem em diferentes lugares de São Paulo e até em Salvador (durante o I Encontro Baiano de Mídia Livre) com envolvimento direto de mais de 500 pessoas de todas as idades (especialmente adolescentes estudantes de escolas públicas), que discutiram e produziram conteúdos próprios, além de palestras e debates acompanhados por mais de 200 pessoas.
Continuamos articulados com coletivos e movimentos do Extremo Sul da cidade e também de outras pontas, em fóruns e redes diversos. Especificamente, neste ano contribuímos com a produção de conteúdo para o Portal da Juventude entre abril e agosto, criamos uma grupo de mídias e economia solidária com outros grupos do Grajaú e lançamos com mais de 10 mídias da livres e 100 profissionais de comunicação das quebradas a Rede Jornalistas das Periferias, com objetivo de fortalecer as narrativas que esses grupos estabelecem na direção contrária da mídia hegemônica.
Em 2017, continuamos com os desafios de facilitar o acesso à informação pelos moradores das quebradas, furar as nossas próprias bolhas, contribuir para o fortalecimento das lutas diárias do nosso povo e, ao mesmo tempo, garantir recursos para manter todo esse trabalho. E já temos garantidas mais de 100 horas de oficinas e cursos com adolescentes na região Extremo Sul na segunda edição do projeto “Repórter da Quebrada”.
Queremos ampliar e aprofundar esse debate. E você pode participar com envio de conteúdos próprios, sugestões de pauta, trabalho voluntário, doações, compra de nossos serviços ou com outras ideias e propostas para integrar nosso coletivo!
Abaixo, nossos posicionamentos ao longo do ano e o espaço aberto a outras vozes em nossos canais:
Editorial: As periferias, do discurso à prática
“Nossos passos vêm de longe”: Mulheres negras e as oportunidades contra a maquinaria da opressão
Rede Jornalistas das Periferias é lançada oficialmente
Editorial: Papo rápido sobre golpe e democracia
Editorial: Brasil racista, máquina mortífera para o povo preto
Quem decide qual informação chega ou não até você?
Mães de Maio: “Queremos partir uma nova sociedade”
Chorar pelas guerreiras que se foram, viver por aquelas que virão