Reportagem por Aline Rodrigues. Edição de texto por Thiago Borges. Edição de vídeo por Pedro Ariel Salvador
Até esta quarta-feira (20/05), o número de brasileiros e brasileiras que confirmadamente se infectaram por coronavírus passou dos 293 mil, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde. O total de pessoas mortas em decorrência de covid-19 chegou a 18.894.
Isso significa que 18.894 famílias estão sofrendo essas perdas desde a primeira morte registrada no País, em 16 de março. A cada morte, de 6 a 10 pessoas são impactadas por essa dor, segundo especialistas. Com os velórios suspensos e os sepultamentos que acontecem de forma muito rápida, a despedida se torna ainda mais dramática.
“O luto é o processo natural decorrente de uma perda, seja de uma pessoa ou a própria situação atual”, explica a psicóloga Ester Maria Horta, especialista em Neuropsicologia pela Universidade de São Paulo (USP), membro da rede Aliança pró saúde da população negra e do coletivo Movimento AfroVegano. Ela atua na área de neuropsicologia infantil, psicologia social e ativista nas questões de gênero, raça e classe.
Os efeitos da pandemia de coronavírus são ainda mais nefastos para a população mais pobre e negra: em São Paulo, 63% das mortes pela doença acontecem nas periferias. No País, de acordo com dados do Ministério da Saúde publicados no Alma Preta, até 8 de maio pretos e pardos já representavam 50,1% das vítimas de covid-19, ante 47,7% de brancos.
E uma pesquisa feita pelo Observatório Covid-19 e pela Prefeitura de São Paulo mostra que, até 17 de abril, somado a porcentagem de pretos (62%) e pardos (23%), a população negra na capital têm 85% mais chance de morrer pelo vírus do que qualquer outro grupo social.
Neste vídeo, Ester aborda as 5 fases do luto e o que é possível fazer nessa situação. “Nosso papel é honrar a memória dos que foram e acolher os que ficam”, completa.
Conteúdo produzido com apoio do Fundo de Apoio Emergencial COVID-19, do Fundo Brasil de Direitos Humanos
Redação PEM
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