Nesta quarta-feira (12/08), a Coalizão Negra por Direitos protocola na Câmara dos Deputados o 56º de impedimento do mandato de Jair Bolsonaro, ocupante da cadeira da Presidência da República. “Diante de mais de 100 mil mortes, mais que necessidade ética, impeachment é uma imposição humanitária”, diz a articulação.
A Coalizão acusa Bolsonaro de negligenciar o combate à pandemia de coronavírus e tomar medidas insuficientes para o socorro dos mais pobres, de famílias negras, empregadas domésticas, trabalhadoras e trabalhadores informais, comunidades quilombolas, populações rurais negras, das favelas e periferias.
O grupo afirma ainda que, no Brasil, as mais de 100 mil mortes por covid-19 têm cor, classe social e se dão em territórios de maioria negra.
“Os impactos sociais da pandemia, o desemprego e desamparo por parte do governo atingem sobremaneira os mais pobres. É negra a maioria que depende do auxílio emergencial do governo para matar a fome de suas famílias e são negros os milhares que tiveram negado o acesso a esse benefício”
Pedido de impedimento elaborado pela Coalizão Negra por Direitos
Entre os crimes de responsabilidade alegados pela Coalizão, estão a proposição de intervenção por tropas militares no Supremo Tribunal Federal (STF), como revelado recentemente pela revista Piauí; as ameaças aos poderes legislativos e judiciais, colocando em risco as instituições democráticas; a alegação de fraude nas eleições de 2018, sem apresentar evidências; a intervenção em cargos públicos com a finalidade de proteger seus familiares de investigações criminais; e as ações que vulnerabilizam especificamente as populações quilombolas.
Por isso, o documento exige que o Congresso Nacional respeite os pedidos que aguardam sua análise, construa a defesa da democracia pelo parlamento em conjunto com a sociedade e instaure o pedido de impedimento apresentado pela Coalizão.
Além das assinaturas das representações das 150 organizações do movimento negro brasileiro que compõem a Coalizão Negra por Direitos, o documento tem o apoio de outras mais de 600 entidades de todo o País, além da adesão de artistas, intelectuais e ativistas tais como os cantores Emicida, Dexter, Salgadinho, Chico César, Chico Buarque e Nando Reis; dos atores Antônio Pitanga, Fábio Porchat, Antonio Tabet, João Gordo, Cazé Pecini; do cineasta Fernando Meireles; do ex-goleiro Aranha; das intelectuais Sueli Carneiro, Cida Bento, Bianca Santana, Ana Flávia Magalhães e Lília Schwarcz, e de importantes lideranças do movimento negro brasileiro como Vilma Reis, Douglas Belchior, Zélia Amador, Hélio Santos, Babalawo Ivanir dos Santos, entre outras.
Redação PEM
4 Comentários
[…] uma construção para que esse estudante tenha um olhar ampliado”, diz ela, que também integra a Coalizão Negra por Direitos, que reúne mais de 150 organizações do movimento negro para fazer incidência […]
[…] da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia está sentado em mais de 60 pedidos de impeachment – um deles, protocolado pela Coalizão Negra por Direitos e assinado por mais de 600 organizações do… incluindo a Rede Jornalistas das Periferias, da qual a Periferia em Movimento faz […]
[…] o governo do ex-capitão do Exército, Jair Bolsonaro, que coleciona mais de 60 pedidos de impeachment protocolados no Congresso – um deles, inclusive, movido pela própria Coalizão. Confira o […]
[…] Sheila de Carvalho, articuladora da Coalizão Negra por Direitos e diretora política do Instituto de Referência Negra Peregum, o resultado do Quilombo nos […]