Fotos e apuração: participantes da oficina de jornalismo e Periferia em Movimento
Os guaranis chegaram ao Jaraguá há mais de 40 anos. Depois disso, construíram a rodovia dos Bandeirantes ao lado e a população não-índia (os juruás) começou a chegar.
Aos pés do Pico do Jaraguá e cercados por juruás por todos os lados, cerca de 800 indígenas vivem em um pedaço de chão com menos de dois hectares, sem local para plantar, com água contaminada e muitos animais abandonados.
A menor terra indígena demarcada no Brasil é dividida em duas aldeias cortadas ao meio por uma avenida: a Tekoa Pyau (a de cima, maior e mais conhecida) e a Tekoa Itu (a de baixo, menor).
Habitantes da Tekoa Itu relatam, inclusive, sofrer preconceito dos parentes de cima já que muitos são mestiços – filhos de indígenas que se casaram com juruás – e alguns não aprenderam a falar o idioma guarani.
Além da luta pela ampliação das terras, os guaranis da Tekoa Itu batalham pela preservação de sua cultura – ponto fundamental para a vitória, segundo o professor indígena David Martim.
A língua é o primeiro passo.
Jovens da aldeia desenvolveram um projeto para ensinar aos mais novos os costumes guaranis, como danças, músicas e o idioma. As aulas que acontecem diariamente na Casa de Reza em breve devem ganhar um espaço próprio: o centro cultural que pretendem construir.
Essas informações foram apuradas pelos adolescentes e jovens que participaram da oficina de jornalismo Repórter da Cidade, desenvolvida em dezembro na aldeia Tekoa Itu pelo Periferia em Movimento.
Na ocasião, eles saíram pela aldeia para entrevistar e fotografar moradores sobre a importância de se preservar a cultura de seu povo .
A oficina é um primeiro contato dos participantes do curso com ferramentas de comunicação que podem ser usados na luta guarani.
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Redação PEM