Em 9ª edição, Feira Literária da Zona Sul propõe arte e educação que “derrubem muros”

Em 9ª edição, Feira Literária da Zona Sul propõe arte e educação que “derrubem muros”

FELIZS acontece entre 18 e 23 de setembro, com atividades em escolas, espaços culturais, ruas e praças. Confira os destaques!

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Tempo de leitura: 7 minutos

Foto em destaque: FELIZS 2018 / Will Cavagnolli

Com atividades no Campo Limpo, Capão Redondo e Jardim São Luís, a Feira Literária da Zona Sul (FELIZS) chega à 9ª edição na cidade de São Paulo. Com o tema “Arte e educação – travessias e outras margens”, o evento acontece entre a próxima segunda-feira e o sábado que vem (de 18 a 23 de setembro). Todo o evento tem entrada gratuita.

A abertura oficial acontece na noite de segunda (18/9), às 20h, com o tradicional Sarau do Binho. O encontro ocorre com participação da banda Preto Soul no Espaço Clariô de Teatro, na rua Santa Luzia, 96 (Vila Santa Luzia, Taboão da Serra).

A feira pretende debater a necessidade das escolas e outros espaços educativos periféricos abrirem portões e quebrarem muros (literal ou metaforicamente) para seu entorno, e considerar quem faz cultura como aliades. Isso envolve conhecer o território, mestres na comunidade escolar, manifestações de crianças, jovens e pessoas adultas na luta contra o racismo, o machismo e a LGBTQIA+fobia

“Nosso objetivo é evidenciar a potência do encontro entre expressões artísticas e a educação escolar, para além da visão tradicional de formação de público. Reconhecer as subjetividades que estão lá, no cotidiano, pode ser uma via para transformar a escola em lugar de encontro com a diversidade”, afirma Thania Rocha, atriz, terapeuta e integrante da produção da FELIZS.

Entre os destaques, está a feira literária com mais de 60 editoras independentes de todo o Brasil no sábado que vem (23/9), na Praça do Campo Limpo (rua Aroldo de Azevedo, 100), em um dia com várias atrações para todos os públicos, da música ao teatro, distribuição e troca de livros, e participação das escolas. As escolas que levarem estudantes à Praça receberão a “moeda literária”, um crédito para que comprem livros de autories que estarão na FELIZS.

Mulheragem

As atrações da feira literária acontecerão durante toda a semana, em espaços culturais e educacionais, como escolas, Centros de Educação Infantil, bibliotecas comunitárias etc. A expectativa é atrair mais de 10 mil pessoas durante a semana.

Para Silvia Tavares, que integra a equipe de produção e também é educadora na região, a aposta nas linguagens artísticas, e especialmente na literatura periférica, acena com a possibilidade de transformação do currículo escolar em direção à consideração da diversidade.

“Quando começamos a trazer os saraus, slams e literaturas periféricas para as vivências com crianças e jovens, vemos os cabelos mais livres, os corpos mais altivos e o interesse por leitura e escrita se torna voraz, pois é da vida delas e deles que passamos a falar. Isso provoca inclusive os educadores e educadoras a também terem contato com a expressão poética, e muda a qualidade da experiência de ser educador”.

Não por acaso, a FELIZS deste ano homenageia as educadoras Marilu Cardoso e Solange Amorim. Marilu foi aluna das escolas públicas da região de M’boi Mirim, é professora de História e foi Diretora da Divisão Pedagógica da Diretoria de Educação do Campo Limpo, com formações de profissionais da educação.

Já Solange Amorim é ativista da educação desde os anos 1990, foi diretora da EMEF Sócrates Brasileiro, no território de Campo Limpo, em que promoveu a articulação dos setores de cultura da região para a construção da proposta pedagógica “Território do Povo”. Também poeta e frequentadora dos saraus da região, Solange apoiou a fundação do Coletivo Territorialidades e a jornada-manifesto “Ocupa a Cidade” (2020), defendendo um currículo escolar autoral e emancipador, contextualizado nos territórios paulistanos no auge da pandemia. Hoje atua como supervisora escolar na rede municipal.

As educadoras farão parte de um documentário e conduzirão uma conversa literária no encerramento da Feira, na Praça do Campo Limpo, dia 23 de setembro, às 14 horas.

Outros destaques

Na terça-feira (19/9), às 14h, a Biblioteca Marcos Rey recebe a conversa literária “Por uma Educação Libertadora: a poesia como um caminho dentro e fora da sala de aula”, com Lidiane Lima, Tawane Theodoro e Nicoly Soares. O encontro é seguido de intervenção poética de Ana Beatriz, pocket show de Potyra Paz e Dandara Pilar. Na avenida Anacé, 92 – Jardim Umarizal.

No mesmo dia, às 19h30, o Sesc Campo Limpo tem a conversa “Ninguém liberta ninguém. As pessoas se libertam em comunhão: Arte, Educação e Cuidado em Saúde”, com Thiago Torres (Chavoso da USP ) e Andrea Arruda (Mães de Maio). A mediação é de Tatiana Minchoni (UFSC e FELIZS), com intervenção poética de Helena Silvestre (Sarau do Binho e Escola Feminista Abya Yala). Na rua Nossa Sra. do Bom Conselho, 120 – Vila Prel.

Na sexta-feira (22/9), tem contação de Histórias com Will e Nati- Ateliê Afrocultural, às 16h, na Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino (rua Carandazinho, 50 – Jardim Olinda).

Jera Guarani (foto Pedro Salvador)

No mesmo dia e horário, o CEU Feitiço da Vila recebe a conversa literária “Ensinar exige rejeição a qualquer forma de discriminação: Como a Literatura e a Arte podem contribuir com a Implementação efetiva da lei 10.639/03 e 11.645 nas escolas?”, com Jerá Guarani e Salloma Salomão. A mediação de Patrícia Cerqueira e tem pocket show de Fernanda Coimbra. Na rua Feitiço da Vila, 399 – Chácara Santa Maria

E às 17h, rola um cortejo com leitura surpresa, Bicicloteca, Homopoéticus, Verso Móvel Sound System, Grupo Candearte, Trupe Lona Preta, Sarau do Binho na Praça do Campo Limpo.

No sábado (23/9), durante encerramento da FELIZS, a programação tem shows e apresentações a partir das 11h30 com Coco do Bonde Abya Yala, Candongueiros do Campo Limpo, Trupe da Lona Preta, Záfrica Brasil, Clarianas e RAPadura. Também haverá contação de histórias e oficinas para crianças, performances poéticas e intervenções na praça.

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