Reportagem por Wilson Oliveira. Edição de texto por Thiago Borges
A Periferia em Movimento publica uma série de relatos sobre como moradores e moradores de periferias, com ou sem denominação religiosa, têm vivido sua fé de quarentena. Clique aqui e leia outros relatos.
Hoje, trazemos o relato de Jhenivan Aguila, artista e morador do Grajaú (Extremo Sul de São Paulo) que é adepto do xamanismo. Confira a reflexão dele:
Em um espaço-tempo antes do coronavírus ser considerado uma “pandemia”, tenho me reservado ao silêncio para refletir sobre aspectos da minha relação com o mundo, com o meu trabalho e com minha vida em comunidade. Em tempos tão desafiantes faz-se necessário a meditação, a introspecção e a solitude.
Dentro dessas pulsações atuais onde cada vez mais ocorrem acontecimentos que nos convidam a sair da condição de passividade, considero um fator positivo o recolhimento.
No entanto, não basta apenas se afastar dos polos e aglomerados de pessoas com o medo do contagio. É preciso aproveitar esse momento para dar um salto na consciência individual e coletiva. Observar e absorver o que está acontecendo além da ótica que é apresentada nas mídias pode ser o primeiro passo.
Ocorre que, em tempos como esses onde a humanidade se vê despida e frágil a um “inimigo” microscópico um efeito de descortinar e revelar nossas insanidades, nossas faltas e nossas falhas para com a vida, é por meio desse chacoalhão que nossas estruturas se abalam revelando aquilo o que realmente importa.
Cabe a nós termos a maturidade para enfrentar esse momento, de não cairmos no abismo e culpabilizar outras nações. De entendermos que somos corresponsáveis com o nosso amado planeta e devemos por igual sentirmos parte por tudo que está acontecendo.
Tendo em vista que a mudança que queremos para o mundo começa em lavar as nossas mãos, ou se preferir, lavar as nossas emoções, lavar os nossos corações e lavar as nossas ações!
Redação PEM