Neste sábado (11 de junho), um grupo de militantes contra o racismo realiza um ato em memória de Ítalo e contra a Polícia Militar em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo do Estado de São Paulo, onde mora governador Geraldo Alckmin. A concentração será às 09h na Estação Butantã (Linha 4 – amarela), com chegada no palácio por volta das 10h.
O ato acontece no mesmo dia em que moradores da região do Morumbi promovem uma manifestação em apoio aos policiais assassinos, com direito a “vaquinha” para bancar advogados.
“Esse ato é também em repúdio a eles [apoiadores] pra mostrar o quão racistas são”, diz Fuca, que faz parte do grupo que está mobilizando o protesto.
Ítalo Ferreira de Jesus Siqueira, um menino negro de apenas 10 anos que vivia na favela do Morro do Piolho (Campo Belo, zona sul da cidade), foi assassinado na quinta-feira passada (02 de junho) com um tiro na cabeça por um policial após ser perseguido por furtar um veículo com outro menino de 11 anos.
Na versão da Secretaria de Segurança Pública, Ítalo disparou três vezes contra os policiais que o perseguiam de moto. Porém, nesta quinta (09 de junho), reportagem do site G1 mostrou que a perícia concluiu que não há vestígios de disparos feitos a partir do carro e que a cena do crime teria sido alterada.
“Segundo a perícia, o carro roubado pelos meninos estava revirado e o corpo do garoto baleado havia sido mexido. A arma que um deles teria usado para atirar nos policiais não estava no local, foi recolhida pela PM e levada ao Departamento de Homicídios”, diz a reportagem.
De acordo com o site Ponte Jornalismo, Ítalo vivia em uma família desestruturada: a mãe saiu há pouco tempo do presídio e teve quatro passagens pela polícia (duas por tentativa de furto, uma por roubo e outra por furto consumado). O pai do menino está preso atualmente. Ele foi preso em 2009 acusado de tráfico de drogas e, em 20013, outra vez por tráfico e corrupção ativa.
Imagem: reprodução TV Globo