Do Extremo Norte ao Extremo Sul da capital paulista, iniciativas periféricas independentes têm criado espaços de desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, criando um elo com as comunidades por meio da alimentação, agroecologia e educação ambiental popular.
Enquanto as políticas públicas chegam a passos lentos às quebradas, essas organizações resistem ao cenário de apocalipse representado pela crise climática e constroem, na prática, presentes e futuros possíveis de diversas maneiras.
Acompanhe a foto reportagem da Periferia em Movimento e descubra como a Casa Ecoativa e o Prato Verde Sustentável têm tecido esses caminhos em seus territórios
Casa Ecoativa
Clique nas fotos para conhecer a iniciativa da Ilha do Bororé, Extremo Sul de São Paulo.
Esse organismo vivo promove o acesso à cultura, ao lazer e à discussão em torno de práticas sustentáveis e vem resistindo ao longo do tempo para permanecer no território.
“Sem fomento financeiro, a casa não conseguiria nem abrir, quem dirá passar por manutenções básicas”, relata Eluane Soares, da frente de ecologia da casa.
As pessoas integrantes do coletivo dedicam parte do tempo de trabalho para pesquisa e produção de projetos, já que o principal recurso que mantém a casa ativa é acessado por meio de editais.
Em uma das pontas da cidade, às margens da Represa Billings, há mais de 20 anos o centro ecocultural Casa Ecoativa faz a diferença na Ilha do Bororé, Extremo Sul de São Paulo.
Criando laços com outras coletividades e iniciativas dos setores público e privado, a Ecoativa encontra maneiras de se manter.
A Casa Ecoativa recebe diversos tipos de público, desde crianças a pessoas da terceira idade, num espaço pensado com acessibilidade e por meio do turismo sustentável, atividades socioculturais e educação ambiental as conectam ao coração da Mata Atlântica.
Em 2024, foram mais 7 mil pessoas atendidas pelos programas da casa. O coletivo estima que alcancem 10 mil atendimentos em 2025.
Atualmente, entre os projetos ativos está o ‘Roteiro Socioambiental’, direcionado a organizações e serviços sociais e unidades da educação, assistência social e saúde.
Já o projeto ‘Quintal Produtivo’ é voltado a grupos de inclusão considerando diferentes aspectos como acessibilidade sensorial, cognitiva ou física.
Este ano, a casinha permanece se relacionando com a CEI Sophia Rochel com uma horta pedagógica com a primeira infância como público-alvo.
Com diálogo aberto com a comunidade e entorno, a Ecoativa possibilita que as pessoas impactadas pelas ações tenham acesso a práticas sustentáveis promovendo olhar para o meio ambiente.
“É nas periferias em que temos o maior potencial de atenuação das condições climáticas extremas, com a ocupação do território e integração” – Eluane Soares, integrante da Casa Ecoativa.
A Casa Ecoativa está aberta aos sábados, das 13h às 17h, e disponibiliza uma programação gratuita e livre para todos os públicos.
Prato Verde Sustentável
Clique nas fotos para conhecer a iniciativa do Tremembé, zona Norte de São Paulo.
Do outro lado da cidade, no Tremembé (Extremo Norte), o Prato Verde Sustentável vem promovendo soberania alimentar e educação ambiental
São mais de 500 pessoas atendidas no terreno que divide com uma CEI (Centro de Educação Infantil) e um CCA (Centro para Crianças e Adolescentes)
O local fica entre a faixa verde da floresta densa que cobre os extremos e o cinza da área urbana
O projeto é um ponto verde no meio da quebrada que desde 2013 vem sensibilizando a região com tecnologias de impacto socioambiental
Hoje, a iniciativa conta com um sistema que se retroalimenta a partir de tecnologias sustentáveis
Até o resíduo gerado pela produção de alimentos na cozinha da iniciativa é utilizado e contribui para outros processos que mantêm o espaço funcionando de maneira ecológica.
Isso contribui para outros processos que mantêm o espaço funcionando de maneira ecológica.
O espaço distribui 500 refeições por dia para a comunidade, que tem a possibilidade de comer no lugar ou levar uma marmita para casa.
O Prato também oferece oficinas, vivências e eventos para grupos interessados em práticas ecológicas.
A comunidade interage diariamente com a iniciativa seja por meio da alimentação ou da educação ambiental
As aulas ao ar livre são para turmas infanto-juvenis ao longo da semana.
São várias as estratégias que utilizam para manter o Prato Verde Sustentável funcionando
Entre elas, os convênios com políticas públicas e iniciativas governamentais.
Além disso vendem produtos produzidos com os alimentos da horta
Também utilizam da Lei da Nota Fiscal Paulista para gerar recursos para o projeto.
A parceria com a Rede Cozinha Escola, da Prefeitura de São Paulo, disponibiliza a mão de obra e alimentos não perecíveis.
E o Prato contribui com o espaço e com boa parte das verduras, hortaliças, temperos e frutas retirados das diferentes hortas cultivadas no local.
Acompanhe a programação do Prato Verde Sustentável para participar das atividades gratuitas disponibilizadas ao longo do ano.
1 Comentário
Periferia em Movimento ajudando a mapear os espaços e iniciativas de educação ambiental extramuros escolares. Parabéns!