Por que investir em banheiros e saneamento básico gera saúde e justiça social?

Por que investir em banheiros e saneamento básico gera saúde e justiça social?

A cada R$ 1 investido em saneamento, Estado economiza R$ 4 em saúde. Impacto é maior sobre pessoas pobres, negras, crianças e adolescentes

Compartilhe!

Tempo de leitura: 4 minutos

No último 19 de novembro foi lembrado em todo o planeta o Dia Mundial do Banheiro que, assim como Dia da Água, é uma data promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar a população sobre a importância do acesso universal à água e ao saneamento básico.

No Brasil, o Instituto Água e Saneamento (IAS) fomenta a discussão, alertando que as metas de desenvolvimento sustentável na área estão longes de serem atingidas até 2030. Neste ano, a organização e outros parceiros realizam um ciclo de debates on-line nos dias 22 e 23 de novembro. A Periferia em Movimento é parceira da iniciativa. Inscreva-se aqui para acompanhar e confira abaixo participantes (clique pra ampliar):

Os números da desigualdade

Em todo o País, 95 milhões de pessoas não contam com coleta de esgoto, 33 milhões não têm água potável e 4,4 milhões não têm banheiro em casa, segundo dados do IBGE. Desse total, 20 milhões são crianças e adolescentes (4 a cada 10 da faixa etária) que convivem com esgoto a céu aberto; 3,2 milhões não têm banheiro em casa e 320 mil estudam em 5 mil escolas que também não têm esse espaço adequado, conforme informações da Unicef e do Ministério da Educação.

Já um estudo do Instituto Trata Brasil mostra que pessoas que ganham, em média, até R$ 1,9 mil por mês têm menos acesso a saneamento básico. O índice ganha novos contornos considerando fatores de idade e de raça: 32% da população negra não possui acesso ao abastecimento de água e 37% vivem em regiões sem rede de esgoto. A maioria tem menos de 19 anos.

A Síntese de Indicadores Sociais (SIS), feita pelo IBGE em 2018, apontou que, 54,7% dos domicílios em que a pessoa residente era negra ou parda tinham acesso aos serviços de abastecimento de água, rede de esgotamento e coleta direta ou indireta de lixo. Mas, entre os domicílios em que a pessoa residente era branca, o índice sobe para 72,1%.

Para as mulheres negras, sobretudo mães solo, a situação é ainda pior. Segundo o estudo  “O saneamento e a vida da mulher brasileira“, 41 milhões de mulheres não têm acesso adequado à infraestrutura sanitária e ao saneamento, sendo que 40% são mães negras e solteiras.

De todo o esgoto produzido no País, 55% vai para a natureza sem tratamento, poluindo rios e contaminando a água. Segundo a SOS Mata Atlântica, 7% dos rios da Mata Atlântica têm boa qualidade de água, enquanto 72,6% têm qualidade regular e mais de 20% têm qualidade ruim.

Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde aponta que a cada R$ 1 investido em saneamento há uma economia de R$ 4 na saúde. Afinal, emm 2021 mais de 128 mil pessoas foram internadas no Brasil por doenças de veiculação hídrica – metade delas é de crianças até 14 anos de idade.Insert your hint hereInsert your content here

1 Comentário

  1. AM disse:

    O problema é que o governo não quer economizar com saúde, pra ele é indiferente a destinação da verba os políticos só querem roubar. E as obras de esgoto não são prioridade para a própria população que prefere asfalto pra não sujar de lama seus carrinhos populares.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Apoie!
Pular para o conteúdo