Expressões do Amor: Capturando a magia afetiva de casais das periferias de São Paulo

Expressões do Amor: Capturando a magia afetiva de casais das periferias de São Paulo

No Dia de Namorades, registramos a pluridiversidade de relações amorosas entre pessoas LGBTQIAP+. Confira na fotorreportagem!

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Fotorreportagem de Vitori Jumapili. Edição de texto: Thiago Borges. Arte: Rafael Cristiano

No Brasil, Dia de Namorados, Namoradas e Namorades foi criado pelo publicitário João Doria, pai do ex-governador de São Paulo, João Doria Jr., e é comemorado desde o dia 12 de junho de 1949. Como tantas outras, essa é mais uma data comercial que acaba sustentando estereótipos e se distanciando da pluridiversidade vivida por pessoas que se relacionam afetivamente, principalmente nas quebradas – sejam esses casais entre pessoas cis ou transgênero, héteronormativas ou não.

Mas o amor está aí! E nesta data, convidamos vocês a conhecer um pouco da história de 4 casais que contaram e mostraram para nós um pouco do dia a dia de seus relacionamentos. Confira!

Reencontro

Neuza Nascimento, 56, e Marly Teixeira, 57, moram no Campo Limpo (zona Sul) e têm uma história que atravessa décadas. Elas se conheceram em 1980, quando trabalhavam na mesma empresa, gatilho para iniciarem o relacionamento.

“Ainda me lembro do nosso primeiro encontro há mais de 30 anos. Fomos ao cinema assistir ‘9 1/2 semanas de amor’. Namoramos 7 meses, nos separamos, mas não nos esquecemos. Décadas depois, nos reencontramos e não mais nos deixamos. Nunca mais nos deixaremos”, conta Neuza.

Desde então, seguem juntas desde 2016 e casadas há 1 ano. Para elas, o amor romântico tem a ver com companheirismo, cumplicidade, carinho, amizade e tesão. “É intenso, cheio de vontade de viver cada dia mais e juntas”, afirmam.

 

 

 

Possibilidades

Edlene Sousa, 24 anos, e Zure Rodrigues, 22, formam um casal há mais de 2 anos. Artistas, elus trabalham juntes produzindo pinturas, ilustrações e artigos de moda e decoração. O casal morava no Jardim Novo Horizonte, Grajaú (Extremo Sul de Paulo), e recentemente se mudou  para o Bom Retiro, no Centro da cidade de São Paulo, onde vivem com seus  3 gatinhos.

Para o casal, o amor é um pote cheio de possibilidades em que se pode sentir tudo. “É o que a gente sente um pelo outro, mas fora isso é companheirismo, amizade, todas essas coisas acho que são complementos”, diz Edlene.

Para elus, estabelecer em um relacionamento em que o amor seja apenas romântico não faz sentido. “É individualizar uma coisa que pode ser outras coisas”, afirmam.

 

 


Construção

O educador social Rodrigo Carvalho, 34, e o pedagogo Eduardo Alencar, 30, estão juntos há 11 anos e são casados há 4. Moradores do Jardim São Rafael, no distrito de Cidade Dutra (Extremo Sul de São Paulo), eles acreditam que amar é construir relações em que consigam contribuir para evolução e desenvolvimento de cada um.

“Eu conheci o Eduardo dia 5 de fevereiro de 2012. Eu era uma outra pessoa, com uma outra cabeça, com uma outra visão […] É um processo de construção, então com esse tempo a gente foi compreendendo o que era um amar o outro e o quanto um fazia bem para o outro. […] Claro que a gente tem dificuldades, assim como todos os casais têm, mas a gente conseguiu a partir dos desafios mostrar um para o outro que a gente estava ali lado a lado. Recomeçar quando era preciso, renovar quando era preciso, reinventar quando era preciso, porque nem tudo é a mesma coisa sempre”, diz Rodrigo.

“O amor é subjetivo porque envolve várias coisas, né? Tanto material quanto emocional e espiritual. Acho que tem toda essa ligação (…) Mas não adianta a gente querer depositar o que é o amor esperando vir de uma outra pessoa, quando na verdade você também nem reconhece quem você é”, aponta Eduardo.

Eduardo Alencar (ele/dele) à esquerda da foto e Rodrigo Carvalho (ele/dele) à direita.
Casal passando a tarde no Parque das Árvores.

 

Detalhes

Ambos desempregados no momento, Bruno Sena e Aquilla Xavier têm 23 anos e moram juntos há 2 anos no Jardim Progresso, Grajaú (Extremo Sul de São Paulo). Para Aquilla, o amor se encontra nas pequenas coisas cotidianas. Bruno cita a conexão visível entre eles, uma química que vai acontecendo.

“A gente não é romântico do tipo ‘vou te entregar flores’, ‘vou te trazer café na cama todos os dias’… A gente não é assim. Mas às vezes, quando tamo deitado, a gente começa a se olhar e fazer declarações um para o outro, faz aquela vozinha besta. (…) Embora não seja aquele romance de carro de som aqui na porta de casa, a gente fala: ‘Vamos comprar umas cervejas, fritar umas linguiças, escutar um samba, um pagode nós 2. E a gente fica na cozinha sambando junto”, conta Bruno.

Bruno Sena (ele/dele) à esquerda da foto e Aquilla Xavier (ele/dele) à direita.

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